Evangelho
segundo S. Mateus 23,1-12.
Naquele tempo, Jesus falou à multidão e aos discípulos,
dizendo: «Na cadeira de Moisés sentaram-se os escribas e os fariseus. Fazei e observai tudo quanto vos disserem, mas não imiteis as suas obras,
porque eles dizem e não fazem. Atam fardos pesados e põem-nos aos ombros dos homens, mas eles nem com o dedo
os querem mover. Tudo o que fazem é para serem vistos pelos homens: alargam os filactérios e
ampliam as borlas; gostam do primeiro lugar nos banquetes e dos primeiros assentos nas sinagogas, das saudações nas praças públicas e que os tratem por ‘Mestres’. Vós, porém,
não vos deixeis tratar por ‘Mestres’, porque um só é o vosso Mestre e vós sois todos irmãos. Na terra não chameis a ninguém vosso ‘Pai’, porque um só é o vosso pai, o Pai
celeste. Nem vos deixeis tratar por ‘Doutores’, porque um só é o vosso doutor, o
Messias. Aquele que for o maior entre vós será o vosso servo. Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Santo Hilário (c. 315-367), bispo de Poitiers, doutor da Igreja
Comentários sobre S. Mateus
«Eles dizem e não fazem»
O Senhor adverte-nos de que as belas palavras e os comportamentos
amáveis devem ser julgados pelos frutos que produzem. Devemos, pois, apreciar
as pessoas, não por aquilo que se propõem com as palavras, mas pelo que são
realmente, pelos seus atos. Muitas vezes, sob uma aparência de ovelha
dissimula-se uma raiva de lobo (Mt 7, 15). E, da mesma maneira que os espinhos
não produzem uvas, nem os espinheiros figos, [...] assim também, diz-nos Jesus,
não é em belas palavras que consiste a realidade das boas obras, mas todos os
homens devem ser julgados pelos seus frutos (vv. 16-18).
Não, um serviço que se limite a belas palavras não basta para obter o Reino dos
céus. Pois com que se articularia uma santidade limitada a belas palavras, se o
caminho do Reino dos céus se encontra na obediência à vontade de Deus?
Temos pois de nos empenhar, se queremos alcançar a felicidade eterna. Temos de
dar alguma coisa de nós mesmos: querer o bem, evitar o mal e obedecer de todo o
coração aos preceitos divinos. Tal atitude valer-nos-á ser reconhecidos por
Deus como filhos. Por isso, adequemos os nossos atos à sua vontade, em vez de
nos glorificarmos no seu poder. Porque Ele afastará e rejeitará os que se
tiverem apartado dele pela iniquidade dos seus atos.
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