segunda-feira, 21 de março de 2016

REFLETINDO A PALAVRA - “Em memória de Mim”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA CSsR
1705. O pôs a mesa 
Com a celebração da Ceia do Senhor, iniciamos o Tríduo Pascal. Não podemos perder de vista que os acontecimentos da História da Salvação estão presentes não mais como profecia, mas como realização. Como Deus salvou no passado, continua agora a salvação através de Jesus. Nas celebrações, pela memória, são atuantes. Temos três dias memoráveis para participamos da morte e ressurreição do Senhor. A Quinta-Feira Santa celebra a Ceia de Jesus que recorda a Ceia Pascal hebraica na libertação do Egito. Agora mudou o sentido. A libertação é de todo mal para a vida da graça na comunhão com Deus em Cristo. A Ceia Pascal dos judeus faz memória de um acontecimento fundamental para o povo. A Ceia de Jesus vai sempre fazer memória de sua passagem para o Pai, libertando de todos os males. Mudou o sentido. A Missa é a Ceia de Jesus de um modo sacramental. Tudo o que realizamos na Eucaristia estava em Jesus. Celebrando tornamos presente, pela memória sacramental, tudo que aconteceu com Jesus. E recebemos tudo o que Jesus nos preparou. Fazer memória não se trata de ter uma lembrança, mas de tornar presente pelo anúncio da palavra e pelos sinais sacramentais, o Mistério Pascal de Cristo, isto é, tudo o que Cristo fez para nossa salvação e comunhão com Deus. O fato histórico não se torna presente, mas nós nos tornamos presentes ao fato e recebemos tudo o que Ele contém. Lembrando a Ceia, pensamos nas palavras de Jesus: “Ele, passando os servirá”. Na Eucaristia, Jesus põe a mesa para nós. 
1706. O dia em que Deus chorou 
Jesus, Filho de Deus, Homem-Deus, viveu em tudo a condição humana passando pela morte. Deus, que é imenso no seu amor, como pode ver o que passou seu Filho? Deus não sofre. Como está sempre unido a nós, chorou através de cada um de nós que crê no sofrimento de seu Filho. Por que a Igreja e os católicos sempre têm crucifixos, se Jesus não sofre mais, não morre mais? É para não esquecer o amor com que Deus nos amou a ponto de entregar seu Filho à morte. A morte não foi um castigo, mas fruto da maldade das pessoas que não aceitaram seu plano de vida nova e amor. Somos convocados a parar diante do Crucificado e contemplar o que Deus fez por nossa salvação. Não precisava tanto, mas Jesus quis mostrar que não faltou nada para mostrar que nos amava. Diante da Cruz rezamos por todas as necessidades do mundo e da Igreja. Ninguém fica fora da oferta de redenção. Nossa missão é levar adiante essa oferta de vida. 
1707. E começou a festa 
Depois de um dia de silêncio diante da morte do Senhor, preparamos a festa de sua Ressurreição. No Sábado Santo Jesus, como que gestado na terra, brota como planta nova e viva para sempre. Passamos em oração esse momento e contemplamos o fogo novo, o círio aceso mostrando que Cristo é Luz do mundo. A Igreja canta feliz: Aleluia! (Viva Deus! – Louvores a Deus). O fogo novo simboliza Cristo Vivo que sai do túmulo de pedra. O círio pascal é a imagem de Cristo, Luz do mundo. Durante essa noite são feitas as leituras dos passos importantes da salvação. Somos assim integrados nesse caminho pelo nosso batismo e podemos participar da Morte e Ressurreição do Senhor recebendo seu Corpo e Sangue. O mundo nasceu de novo. Nós nascemos de novo. Nosso velho homem foi crucificado com Cristo. Se morrermos com Cristo, cremos que também viveremos com Ele. E a festa não vai acabar. Cada dia é dia de Cristo Ressuscitado. Feliz Páscoa!

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