PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
1690. Um caminho
espiritual
Papa
Francisco não faz somente uma explicação de um assunto importante, mas escreve
aquilo que ele vive. Ele é um pastor do povo de Deus. Como pastor instituiu o
Ano Santo da Misericórdia. Na Bula
de proclamação do Jubileu, fez o convite para que «a Quaresma deste Ano Jubilar
seja vivida mais intensamente como tempo forte para celebrar e experimentar a
misericórdia de Deus» (Misericordiӕ Vultus, 17). Deseja uma Quaresma propícia para celebrar e
experimentar a Misericórdia, como diz. Assim teremos um caminho espiritual para
preparar a Páscoa e é a finalidade da Quaresma. A primeira indicação que Papa
Francisco dá é a escuta da Palavra. Sabemos que nesse tempo há uma grande
riqueza de textos para nosso ensinamento e vivência. Mesmo que não participemos
da Celebração Eucarística, podemos buscar esses textos nas indicações que
aparecem em tantas folhinhas e agendas. Sua reflexão começa por Maria: “Maria,
por ter acolhido a Boa Notícia que lhe fora dada pelo arcanjo Gabriel, canta
profeticamente no Magnificat, a misericórdia com que Deus a predestinou. Desse
modo a Virgem de Nazaré torna-se o ícone
perfeito da Igreja que evangeliza porque foi e continua a ser evangelizada por
obra do Espírito Santo que fecundou seu ventre virginal. Com efeito, na
tradição profética, a misericórdia aparece ligada com as entranhas maternas (rahamim) e com uma bondade generosa,
fiel e compassiva (hesed) que se vive
no âmbito das relações conjugais e parentais”.
1690. Aliança,
uma história de misericórdia
Na história do povo de Deus
encontramos como que um estribilho: Deus foi bom, o povo pecou, sofreu o
castigo do pecado. Deus sempre perdoou porque tem “entranhas de misericórdia”.
Diz mesmo que não é como nós. Por que sempre perdoa? Porque é como uma mãe que
sente no seio a comoção pelos filhos sofredores, mesmo tendo errado, mesmo sendo
culpados. Mãe é mãe. Deus tem sentimentos de mãe, como diz o profeta. Deus está
sempre presente no sofrimento como uma mãe que segue o filho. Com Jesus
continua a misericórdia de Deus: “Este drama de amor
alcança o seu ápice no Filho feito homem. N’Ele, Deus derrama a sua
misericórdia sem limites até ao ponto de fazer d’Ele a Misericórdia encarnada” (Misericordiӕ Vultus, 8). Este modo de ser de Deus no Antigo Testamento, Jesus o continua em o Novo
Testamento. Continua no anúncio que a Igreja faz através de seus membros. É o
coração do povo de Deus que deve ser curado pela misericórdia.
1690.
Obras de misericórdia
“A misericórdia de Deus transforma o coração do homem e o
faz experimentar um amor fiel, capacitando-o através da misericórdia. É um
milagre sempre novo que a misericórdia divina possa irradiar-se na vida de cada
um de nós, estimulando-nos ao amor ao próximo e animando aquilo que a tradição
da Igreja chama de obras de misericórdia corporal e espiritual”, afirma o Papa.
Trata-se de ajudar o próximo nas necessidades espirituais e corporais. É do
Cristo sofredor presente nos necessitados que cuidamos. Na verdade cuidamos de
nós mesmos quando cuidamos do próximo, pois somos um só corpo em Cristo. O
cuidado espiritual ajudará na formação e prática religiosa. Somos responsáveis
também pelos poderosos que provocam o mal no mundo para que se convertam e
assim se destruam as fontes do pecado. A descoberta de Jesus na fé não é som um
caminho para Deus, mas um caminho ao próximo que prova que buscamos Deus.
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