terça-feira, 27 de outubro de 2015

REFLETINDO A PALAVRA - “Solenidade de todos os Santos”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA CSsR
Uma festa de família
A Igreja de Jesus não deixa ninguém esquecido no seu valor como filho de Deus e irmão. Por isso celebramos a festa de Todos os Santos. Trata-se de, em uma única celebração, lembrar todos os homens e mulheres de todos os tempos, de todos os povos, línguas e nações (Ap 7,9) que durante sua vida buscaram viver a fé, a justiça e o amor. Todos, desde o menor abortado até o mais ancião. Todos estão diante do Trono do Cordeiro, Jesus (9). Entre eles estão também aqueles que não conheceram a Cristo, mas buscaram a Deus na verdade e na justiça. É uma festa de família. É importante perceber que não nos distanciamos de nossos queridos, pois estamos unidos a eles, em Deus. Nós os amamos e eles nos amam. Temos na Igreja muitos fiéis que foram beatificados e até canonizados. Eles não são os únicos santos. Eles são alguns poucos que foram escolhidos pelo povo e reconhecidos pela Igreja e foram colocados como modelos. Certamente foram pessoas de grande valor. Em todo caso, no Céu, não existe santo maior ou menor. Só Deus é grande. Vivem a santidade de Deus. Por exemplo: aquele filho que foi abortado nos primeiros momentos da gestação, mártir de nossa maldade ou ignorância, é um santo junto de Deus. É tão grande como os santos que conhecemos.  O que fazem os santos?  Vivem em Deus e rezam por nós. São nossos modelos. Não que devamos fazer o que fizeram, pois cada um tem seu jeito de ser santo. São modelos de fidelidade a Deus.
Um presente de amor
Todos são chamados à santidade. Ela é, primeiramente um dom e depois uma conquista. Sempre dizemos que devemos ser santos. João escreve: “Vede que grande presente de amor o Pai nos deu: de sermos chamados filhos de Deus e nós o somos! (1Jo 3,1). Nós somos santos pelo que Deus realiza em nós e pecadores em conversão, correspondendo a esse presente de amor. A filiação divina não é somente um título, pois somos filhos de fato, participando da natureza divina e santidade. No ensinamento sobre a santidade se salientou, como fundamental, o esforço pessoal. Foi bem e deu resultados. Mas é preciso colocar como fundamental, a participação da vida divina, pois gratuitamente fomos amados, salvos e inseridos em Cristo. O esforço é não perder esse dom e fazer nossa parte. Aí sim, entra a luta de conversão para crescer em Deus, nos pensamentos de Deus (Is 55,8) e nos sentimentos de Cristo (Fl 2,5). João escreve que os que estavam diante do trono haviam alvejado suas vestes no sangue do Cordeiro, Cristo (Ap 7,14). Esses são as testemunhas de Cristo, purificados pelo amor de Deus e pelo esforço pessoal, indo até mesmo à morte por Cristo, pela verdade, pela justiça e pelo amor.
Santos, mas, como?
            O caminho da santidade e do esforço pessoal está em viver as bem-aventuranças, que na realidade são o caminho do amor simples e sincero. Muito fácil ser santo: basta amar. Esse caminho é aberto a todos. Ninguém pode se sentir impedido ou dizer: isso não é para mim. O mal é não se interessar em acolher o dom e não fazer o empenho de buscar a vontade de Deus, o seguimento de Jesus e a vida da comunidade. Devemos compreender que é fácil ser santo e que todos podem. Em cada Eucaristia entramos em comunhão com todos os santos, pois somos o Corpo de Cristo que celebra. A missa é o momento de amá-los e abraçá-los no único Corpo de Cristo. Entramos também em comunhão com eles, pois estão em comunhão com a Trindade. Fora disso é impossível.

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