PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
1633.
Servidora que dialoga
Papa Francisco, em seu ensinamento através da Exortação Apostólica
Evangelii Gaudium (Alegria do Evangelho), continua indicando os caminhos da
evangelização. O nº quarto do quarto capítulo diz que “a evangelização implica
também um caminho de diálogo”. Comprometida com o pleno desenvolvimento do ser
humano procura o bem comum. O diálogo se desenvolve em três áreas: Diálogo com
os Estados, com a sociedade, incluindo o diálogo com as culturas e a ciências e
o diálogo com os outros crentes que não fazem parte da Igreja Católica (EG 238). Como ensinou
Bento XVI, “a Igreja fala a partir da luz que a fé lhe dá” (21.12.2012). Ela tem
uma experiência de 2000 anos. Proclama o “evangelho da Paz”, pois Jesus Cristo
é a paz (Ef 2,14).
Diz o Papa, “é hora de saber como projetar numa cultura que privilegie o
diálogo como forma de encontro, a busca de consenso e de acordos sem separá-la
da preocupação por uma sociedade justa” (EG 239). O sujeito histórico é a gente e sua
cultura e não uma classe, um grupo ou uma elite. Trata-se de um acordo para
viver juntos e de um pacto social e cultural (EG 239). O cuidado e a promoção do bem comum
da sociedade competem ao Estado que busca o desenvolvimento integral de todos.
A Igreja reconhece que não tem solução para todas as questões específicas.
Juntamente com as forças sociais, acompanha as propostas para que correspondam
à dignidade da pessoa humana e ao bem comum (EG 241). O mesmo se diga das ciências. Fé e
razão caminham juntas. A fé ilumina o caminho da ciência no respeito ao homem e sua dignidade espiritual. Opiniões
cientificas não comprovadas não podem ser norma para a sociedade nem para a fé.
1634.
Diálogo ecumênico
A
partir do Vaticano II reforçou-se um movimento para que todos chegassem à
unidade. Papa Francisco tem dado passos fortes, em continuação a seus
predecessores. Busca-se a plena comunhão.
Papa Francisco diz que “abrir-se ao outro é algo artesanal, a paz é artesanal”
(EG 244). É como
fazer com as mãos. A união não é só uma questão da religião, mas é um benefício
para toda humanidade, confirma nosso Pastor. A divisão é um grave problema e um
péssimo testemunho, sobretudo na Ásia e na África. Provoca descrédito nos que
não conhecem a fé cristã. É imensa a multidão dos que não crêem ainda. Isso
deve nos preocupar. Podemos aprender muito uns dos outros. Papa lembra o
necessário relacionamento com o Judaísmo. Temos muitos elementos em comum.
Jesus era judeu. O diálogo vai além e entra o mundo das outras religiões. É bom
para a paz no mundo. É necessário compartilhar. O diálogo se estende também ao
Islã. É um campo para reconhecer valores. Sejam acolhidos e acolham acolhedores
dos cristãos em seus países.
1634.
Diálogo e liberdade religiosa
No ecumenismo está em evidência o
tema da liberdade religiosa que é um direito fundamental tanto de escolher como
de manifestar-se publicamente. Os que não crêem não têm o direito de silenciar
ou reduzir as religiões aos guetos. O respeito a essas minorias não deve se
impor às maiorias nem ignorar suas riquezas (EG 256). Os racionalismos míopes mostram sua
fragilidade ao desconhecer os valores que seus textos e tradições possuem. Aos
que não possuem uma religião, mas buscam a verdade, a bondade e a beleza,
participam também do compromisso da dignidade da pessoa, da construção de uma
convivência pacífica entre os povos e da guarda do mundo.
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