Iniciamos a reflexão sobre o
sacramento da Ordem. Entendemos o sacramento da Ordem como fonte de
espiritualidade para os que o receberam. Nós mesmos recebemos muito desse
sacramento por sua importância na vida da comunidade. Eles, os bispos, padres e
diáconos prestam um serviço particular e especial em favor do povo de Deus. São
eles que, sinais visíveis da presença de Cristo no meio de seu povo, continuam
Seu ministério. O carinho que o povo tem para com seus padres, bispos e
diáconos é sinal do reconhecimento dessa presença. “Quem vos ouve a mim ouve; e
quem vos rejeita, a mim me rejeita; e quem a mim me rejeita, rejeita aquele que
me enviou” (Lc 10,16). Desse relacionamento recebemos orientações para a
caminhada de cada dia, celebramos os sacramentos administrados e ouvimos
palavra. Assim orientamos nossa espiritualidade como refletimos nos outros
sacramentos. Jesus os constituiu doze para que ficassem com Ele, para enviá-los
a pregar (Mc 3,13). O ministério ordenado é a continuação dessa presença e
missão. Mas, o ministério ordenado dos bispos, padres e diáconos não é um dom
fora do povo de Deus, mas a partir do povo de Deus, em favor do povo, nas
coisas que se referem a Deus (Hb 5,1). A primeira dimensão é Cristo, a segunda
povo.
332.
Sacerdócio comum do povo de Deus
Tudo que estava em Cristo continua
na sua Igreja. Cristo tem o múnus, a função, de profeta, sacerdote e pastor. A
mesma função passa, na Igreja, a todo povo de Deus. Assim, como escreve Pedro: “Também
vós, como pedras vivas, constituí-vos em um edifício espiritual, dedicai-vos a
um sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais aceitáveis a
Deus por Jesus Cristo” (1 Pd 2,4). É povo sacerdotal, participa do sacerdócio
de Cristo. “Ele é um reino de Sacerdotes para Deus seu Pai” (Ap 1,6). Essa
temática desapareceu da reflexão e agora, com o Concílio Vaticano II ela
voltou, mas ainda não foi assumida pelo povo de Deus. Parece que há um receio
por parte do clero que tem perder prerrogativas. Contudo, quanto mais
salientamos o sacerdócio do povo de Deus, mais compreendemos e desenvolvemos
ministério dos ordenados. São duas coisas diferentes, mas uma ordena-se à outra.
O documento da Lúmen Gentium escreve:
“Os fiéis, no entanto, em virtude de seu sacerdócio régio, concorrem na oblação
da Eucaristia e o exercem na recepção dos sacramentos na oração e ação de
graças, no testemunho de uma vida santa na abnegação e na caridade ativa” (LG
10). Todo o povo de Deus é sacerdotal. Uns são escolhidos para que, em nome de
Cristo, forme, dirija o povo sacerdotal, realize o sacrifício na pessoa de
Cristo e O ofereça a Deus em nome de todo o povo (id).
333.O
que é sacerdócio do povo?
No Batismo fomos inseridos em Cristo
e por Ele entregues ao Pai. Somos Filho no Filho. O que está em Cristo nos foi
dado em abundância.
Esse sacerdócio do povo de Deus tem a fonte em sua união com
Cristo que, por sua vida, morte e ressurreição nos uniu ao Pai numa grande ação
de culto que foi sua entrega. Nele todo o universo, e, de modo particular o
povo, oferece a Deus seu culto de ação de graças, súplicas e pedidos de perdão.
Toda pessoa é por sua natureza religiosa. Todo o cristão, é por sua natureza,
sacerdote, quer dizer, capaz de prestar culto a Deus em sua vida. Veremos
depois como presta esse culto. O maior e mais belo templo que Deus fez para si
no mundo foi o coração de seu Filho, templo vivo. Cada cristão, por sua união a
Cristo é um templo vivo do Espírito Santo. “Vós sois co-edificados para serdes
uma habitação de Deus no Espírito” (Ef. 2,21)
https://padreluizcarlos.wordpress.com/
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