segunda-feira, 31 de março de 2014

REFLETINDO A PALAVRA - “A civilização do amor”.

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA CSsR
Sonhar é preciso!
  Sonhar foi sempre a grande mola que levou adiante as grandes idéias e as maiores mudanças. Os sonhos de Júlio Verne estão aí para provar. É verdade que o sonho pode passar como a névoa. Mas verdade é também que sonhar pode levar a superar obstáculos e colocar fundamentos para grandes realizações. Jesus viveu também lançando longe as âncoras de seus sonhos. Jesus amou, deu a vida pelo amor e sonhou o seu mundo fundado no amor. Acreditou em seu sonho, mesmo que parecesse impossível. O sonho de Jesus é implantar no mundo uma nova maneira de viver, uma nova ordem que penetre todos os segmentos da sociedade. Seu sonho é o amor. Seu sonho é realizar a obra iniciada pelo “Pai que de tal modo amou o mundo a ponto de dar ao mundo seu Filho” (Jo 4,10). O Filho realiza o que o Pai quer: implantar o reino do amor, cuja semente é Ele próprio, o Filho. Por sua palavra anunciou que o Pai é o amor. Por sua vida mostrou como se vive o amor (passou entre nós fazendo o bem – At. 10,37). Por sua morte mostrou até onde vai o amor. “Não há maior amor do que dar a vida por seus amigos” (Jo 15,13). Amar é doar-se.
As bem-aventuranças, caminho do amor.
Quando Jesus, na montanha, proclamava o programa de seu Reino, fez ver que a felicidade se encontra no amor com o qual nos relacionamos com os outros, pois ele não é uma idéia, mas um modo de viver. Este amor se faz de simplicidade, de preocupação com o bem, de construção da paz e da misericórdia, de ternura e de boa mente com respeito aos outros. E tanta coisa mais, mas muito à mão. O amor envolve e condiciona as atitudes concretas e todos os sentimentos e projetos do coração. Desta forma cria-se um modo de ser e de viver. O sermão da montanha dá diversos nomes ao amor.
Civilização do amor.
Sempre houve a sagrada preocupação com a pureza da doutrina. A fé foi defendida até com muitas mortes, massacres, violências e prepotências. O que vimos foi a divisão da Igreja. Mas se contemplamos os santos, entendemos que além de fé profunda, tiveram um amor que se concretizou em obras sociais, caritativas e missionárias. O amor cria um modo novo de viver. Atualmente podemos encontrar um grande esforço de unidade, não pela fé, mas pelo amor. Quando a unidade se fizer primeiro pelo amor que vencerá todas as barreiras. A missão básica dos cristãos não é tanto trazer todos à fé, mas ao amor. O amor tem entrada em todos os ambientes. Este amor tem que ser a lição permanente na escola da vida. Ensinar o amor gratuito no serviço ao próximo será sempre a única escola que funcionará. Podem perceber que a sociedade responde a esta pregação prestando cada vez mais a atenção aos necessitados, à recusa da violência, à unidade em favor da paz, ao acolhimento dos migrantes etc... Esperamos que a Igreja aprenda também e que coloque no seu programa o amor como finalidade de toda a vida espiritual. Não adianta falar muito, é preciso começar fazer este amor funcionar de fato. Vemos aí a pastoral da criança e tantas outras que contribuem mais com a ação do que com palavras. É preciso implantar o acolhimento em todos os setores da Igreja. Sem amor, estamos votados ao extermínio.

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