Evangelho segundo São Lucas 19,41-44.
Naquele tempo, quando Jesus Se aproximou de Jerusalém, ao ver a cidade, chorou sobre ela e disse:
«Se ao menos hoje conhecesses o que te pode dar a paz! Mas não. Está escondido a teus olhos.
Dias virão para ti, em que os teus inimigos te rodearão de trincheiras e te apertarão de todos os lados.
Esmagar-te-ão, a ti e aos teus filhos, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, por não teres reconhecido o tempo em que foste visitada».
Tradução litúrgica da Bíblia
Papa de 1963 a 1978
Exortação apostólica sobre a alegria cristã
«Gaudete in Domino»
«Está escondido a teus olhos»
É realmente evidente que, aqui na Terra, nenhuma cidade santa constituirá o termo da nossa peregrinação no tempo. Tal termo fica oculto para lá deste mundo, no coração do mistério de Deus, para nós ainda invisível; porque é na fé que caminhamos, não na visão clara, e o que seremos não foi ainda manifestado (cf 1Jo 3,2). A nova Jerusalém, da qual somos até ao presente cidadãos e filhos, desce do alto (cf Gal 4,26), de junto de Deus (cf Ap 21,2). Desta cidade, a única que é definitiva, não contemplámos ainda o esplendor; vislumbrámo-lo apenas como num espelho e de maneira confusa (cf 1Cor 13,12), na firmeza das palavras proféticas. Mas, já no presente, somos cidadãos desta cidade ou somos convidados a sê-lo; é deste destino final que toda a peregrinação espiritual recebe o seu sentido interior.
O mesmo se aplicava à Jerusalém celebrada pelos salmistas. Subindo a Jerusalém, o próprio Jesus e Maria, sua mãe, cantaram na Terra os cânticos de Sião: «Beleza perfeita, joia de toda a Terra» (Sl 49,2; Sl 47,3). Doravante, porém, por causa de Cristo, é a Jerusalém do alto que nos atrai, é para Ele que caminhamos num caminho interior.
Nenhum comentário:
Postar um comentário