Evangelho segundo São Mateus 5,17-19.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Não penseis que vim revogar a Lei ou os profetas; não vim revogar, mas completar.
Em verdade vos digo: antes que passem o céu e a Terra, não passará da Lei a mais pequena letra ou o mais pequeno sinal, sem que tudo se cumpra.
Portanto, se alguém transgredir um só destes mandamentos, por mais pequenos que sejam, e ensinar assim aos homens, será o menor no Reino dos Céus. Mas aquele que os praticar e ensinar será grande no Reino dos Céus».
Tradução litúrgica da Bíblia
Bispo de Cartago e mártir
A cobiça e a inveja,
12-15; CSEL 3, 427-430
O cumprimento da Lei:
o amor com obras
Revelar o nome de Cristo, dizer-se cristão, sem seguir a via de Cristo, é trair este nome divino e abandonar o caminho da salvação. Porque o próprio Senhor ensina e declara que quem segue os seus mandamentos entrará na vida eterna (cf Mt 19,17), quem escuta as suas palavras e as põe em prática é sábio (cf Mt 7,24), e quem as ensina e com elas se conforma nas suas obras será chamado grande no Reino dos Céus. A pregação boa e salutar, afirma Ele, só aproveita ao pregador se a palavra que lhe sair da boca se traduzir em obras.
Ora, haverá mandamento que o Senhor mais tenha ensinado aos seus discípulos que o de nos amarmos uns aos outros com o mesmo amor com que Ele próprio nos amou (cf Jo 13,34; 15,12)? Conseguiremos encontrar, entre os preceitos divinos e os conselhos conducentes à salvação, mandamento mais importante de seguir e observar? Mas como pode aquele a quem a inveja tornou incapaz de agir como homem de paz e de coração conservar a paz e o amor do Senhor?
Foi por esta razão que o apóstolo Paulo proclamou os méritos da paz e da caridade, afirmando com determinação que nem a fé nem as esmolas, nem o sofrimento do confessor da fé e do mártir lhe servirão de coisa alguma, se não respeitar os laços da caridade (cf 1Cor 13,1-3).
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