Evangelho segundo São Lucas 18,9-14.
Naquele tempo, Jesus disse a seguinte parábola para alguns que se consideravam justos e desprezavam os outros:
«Dois homens subiram ao Templo para orar; um era fariseu e o outro publicano.
O fariseu, de pé, orava assim: "Meu Deus, dou-Vos graças por não ser como os outros homens, que são ladrões, injustos e adúlteros, nem como este publicano.
Jejuo duas vezes por semana e pago o dízimo de todos os meus rendimentos".
O publicano ficou a distância e nem sequer se atrevia a erguer os olhos ao Céu; mas batia no peito e dizia: "Meu Deus, tende compaixão de mim, que sou pecador".
Eu vos digo que este desceu justificado para sua casa e o outro não. Porque todo aquele que se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado».
Tradução litúrgica da Bíblia
Monge do Monte Sinai
Escada Santa, 21.º degrau
«Todo aquele que se exalta será humilhado
e quem se humilha será exaltado»
Se temos o desejo de agradar ao Rei dos Céus, esforcemo-nos por não desejar outra glória senão a do alto. Com efeito, quem a experimentou despreza por completo a glória terrena, mas só quem experimentou aquela pode desprezar esta.
Quem pede a Deus que lhe conceda dons em troca do seu esforço constrói sobre fundamentos instáveis; pelo contrário, quem se considera devedor receberá subitamente uma riqueza inesperada. Há uma glória que vem do Senhor, pois Ele disse: «Eu glorificarei aqueles que Me glorificarem» (1Sam 2,30); e há uma glória que deriva dos artifícios do demónio, pois está escrito: «Ai de vós quando todos disserem bem de vós» (Lc 6,26). Reconhecemos a primeira porque, considerando-a uma perda, a recusamos por todos os meios, ocultando a nossa maneira de viver; e reconhecemos a segunda quando fazemos a mais pequena coisa para sermos vistos pelos homens (cf Mt 6,1). A vanglória impura sugere-nos que finjamos uma virtude que não temos, dizendo-nos: «Que a vossa luz brilhe diante dos homens, a fim de que eles vejam as vossas boas obras» (Mt 5,16).
Quando os nossos lisonjeadores, ou melhor, os nossos sedutores começam a elogiar-nos, recordemos brevemente a multidão dos nossos pecados e reconhecer-nos-emos indignos de tudo o que se diz ou se faz em nossa honra. Em geral, os homens simples não se deixam contaminar pelo veneno da vanglória, porque esta consiste na rejeição da simplicidade e num comportamento hipócrita.
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