sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

EVANGELHO DO DIA 13 DE DEZEMBRO

Evangelho segundo São Mateus 11,16-19. 
Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «A quem poderei comparar esta geração? É como os meninos sentados nas praças, que se interpelam uns aos outros, dizendo: “Tocámos flauta e não dançastes; entoámos lamentações e não chorastes”. Veio João Batista, que não comia nem bebia, e dizem que tinha o demónio com ele. Veio o Filho do homem, que come e bebe, e dizem: "É um glutão e um ébrio, amigo de publicanos e pecadores". Mas a sabedoria foi justificada pelas suas obras». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São John Henry Newman 
(1801-1890) teólogo, 
fundador do Oratório em Inglaterra 
Meditações e Devoções,partesIII,VII, 
Deus Connosco 1 
A sabedoria de Deus 
São João Batista vivia apartado do mundo, era nazir (cf Lc 1,15; Num 6,1), consagrado a Deus. Deixou o mundo e com ele se confrontou [...], chamando-o ao arrependimento. Todos os habitantes de Jerusalém iam ter com ele ao deserto (Mc 3,5) e ele confrontava-os. Mas, ao ensinar, falava de Alguém que havia de vir a eles e falar-lhes de um modo muito diferente: Alguém que não Se separaria deles, que não Se apresentaria como um ser superior, mas como um irmão, feito da mesma carne e dos mesmos ossos, sendo um entre muitos irmãos, um entre a multidão. E, na verdade, Ele já estava no meio deles: «No meio de vós está quem vós não conheceis» (Jo 1,26). [...] Por fim, Jesus começou a mostrar-Se e a «manifestar a sua glória» (Jo 2,11) através de milagres. Mas onde? Numa boda. E como? Transformando a água em vinho. [...] Comparai tudo isso com o que Ele diz de Si próprio: «Veio João Batista, que não comia nem bebia, e dizem que tinha o demónio com ele. Veio o Filho do homem, que come e bebe, e dizem: "É um glutão e um ébrio"». Podiam odiar João, mas respeitavam-no; a Jesus, porém, desprezavam-no. [...] Isto porque Tu, meu Senhor, amas profundamente esta natureza humana que criaste. Não nos amas simplesmente enquanto tuas criaturas, obra das tuas mãos, mas enquanto seres humanos. Tu amas tudo, pois tudo criaste, mas amas os homens acima de tudo. Como é isto possível Senhor? Que há no homem que não há nas outras criaturas? «Que é o homem para Te lembrares dele, o filho do homem para com ele Te preocupares?» (Sl 8,5) [...] Não tomaste a natureza dos anjos quando Te manifestaste para nossa salvação e não tomaste uma natureza humana, nem um papel, nem um cargo acima duma vida humana vulgar — não foste nazir, nem sacerdote, nem levita, nem monge, nem eremita. Vieste, precisa e plenamente, nesta natureza humana que tanto amas, [...] nesta carne que caiu com Adão, com todas as nossas enfermidades, os nossos sentimentos e as nossas afinidades, excetuando o pecado.

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