PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 51 ANOS CONSAGRADO 43 ANOS SACERDOTE |
Realizada a profecia
A oração da Eucaristia de hoje nos convida a voltarmos para o mistério da Vinda do Senhor. A segunda vinda de Cristo estimula a nos voltarmos para a primeira vinda na noite do Natal. O Senhor sempre vem ao nosso encontro. Tantas profecias anunciaram e descreveram com detalhes sua chegada entre nós. O último profeta do Antigo Testamento atesta que Ele está presente. Somos convidados na celebração a celebrar essa vinda. Rezamos: “Deus, que vedes vosso povo esperando fervoroso o Natal do Senhor, dai chegarmos às alegrias da Salvação e celebrá-las sempre com intenso júbilo na solene liturgia”. Celebrar não é só lembrar, mas atualizar esses acontecimentos para que nos fortaleçam para viver o mistério na vida. A celebração sempre conduz à vivência. A realização das profecias se dá também nas atividades do Messias. Isaias anima o povo a se levantar do sofrimento e ver o quanto Deus o fortalece. Deus vem a seu encontro. Jesus realiza concretamente essa transformação. João Batista, para confirmar com o próprio Jesus se Ele era o Messias, manda discípulos perguntar: “És tu aquele que deve vir ou devemos esperar outro?” (Mt 11,3). Jesus não responde com palavras, mas com gestos: “Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados” (Mt 11,4,-5). Jesus tece, então, um grandioso elogio a João dizendo que ele é um profeta verdadeiro e o maior entre os nascidos, mas menor que qualquer um do Reino. O menor é Jesus que maior que João.
Vinde salvar o povo
A vinda de Jesus ao mundo foi para dar a salvação, isto é, para abrir-nos o caminho da comunhão com Deus no perdão total dos pecados. Esta salvação traz profunda alegria. É o que o profeta quer dizer com as profecias: “Então se abrirão os olhos dos cegos, e se descerrarão os ouvidos dos surdos. O coxo saltará como um cervo e se desatará a língua dos mudos” (Is 35,5-6ª). Todos os sentidos do homem serão atingidos pela renovação que Deus trará. O salmo traz as mesmas palavras lembra a misericórdia para com os sofredores (Sl 145). A libertação social e política tornam-se símbolo da libertação espiritual quando Jesus lhe dá o sentido do Reino que liberta a pessoa em todos os sentidos. Aqui encontramos um fundamento para um projeto de evangelização e pastoral: cuidar do homem todo, sobretudo dos mais abandonados, pois Jesus dá um sinal de garantia de sua missão: “Os pobres são evangelizados” (Mt 11,4-5). Esse é o Reino de Deus entre nós. Jesus é aquele que deveria vir. Ele acrescenta: “Feliz é aquele que não se escandaliza por causa de mim” (id 6). Quando isso nos incomoda é porque Jesus está nos incomodando. Esta é a verdadeira política.
Ficai firmes
O profeta anima a estarmos firmes: “Fortalecei as mãos enfraquecidas e firmai os joelhos debilitados... Criai ânimo... Ele vem para nos salvar (Is 35,3-4). Tiago nos sustenta: “Ficai firmes e fortalecei vossos corações, porque a vinda do Senhor está próxima” (Tg 5,8). A vinda de Jesus no Natal estimula a nos despojarmos de tudo o que possa obscurecer sua revelação. Agora a preocupação de muitos da Igreja está um pouco longe do Menino de Belém. Mas ela tem pela frente o Glorioso que virá para nos perguntar pelo que fizemos pelos nossos pobres. Precisamos de uma conversão que nos desvista de exterioridades para ir ao fundo do coração sofredor. Que a escola de Belém não se feche para nós.
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