PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA |
1864.
É tão fácil amar
O amor é um ar que faz viver mais que qualquer outro estímulo. O amor é
um nada, mas domina tudo. É tão fácil amar e tão fácil não saber amar. Até as
plantas e animais são sensíveis ao amor. Entramos num tema difícil de ser
abordado porque não se conhece o amor. Paulo escreve aos Coríntios (1Cor 13,1-13) o hino
ao amor. É o retrato de Jesus, o homem completo. Em sua exortação apostólica Amoris
Laetitia – Alegria do Amor, Papa Francisco nos instrui para a educação sexual.
É um tema difícil, por diferentes serem as concepções sobre a sexualidade. Não
se dispensam as inúmeras ciências humanas na “educação sexual positiva e
prudente” diz o Vaticano II na Gravissimum Educationis 1. Por outro lado, as
ciências não poderiam abstrair-se de ver também o aspecto divino do amor.. Sem
essa conjunção, torna-se insuficiente tanto a formação espiritual quanto a humana.
Essa formação é gradual, respeitando as etapas da vida num processo de
maturação (Al 280).
Escreve o Papa: “É possível cultivar o impulso sexual em um percurso e
conhecimento de si mesmo e no desenvolvimento de uma capacidade de autodomínio
que podem ajudar a trazer à luz as capacidades da alegria e do encontro
amoroso” (AL 280).
O bombardeio que sofrem da pornografia desfigura a sexualidade prejudicando o
desenvolvimento.
1865.
Capacidade de amar
“É
necessária uma linguagem nova e mais adequada para introduzir as crianças e os
adolescentes ao tema da sexualidade” (AL 281). Nessa educação o Papa salienta a importância do “pudor
para que a pessoa não seja transformada em objeto”. Confunde-se sexualidade com
gentilidade. Sexualidade é muito mais. Por isso vemos tantas doenças sexuais,
pois se deforma a capacidade de amar. Resumindo um de seus ensinamentos em uma
frase podemos dizer: Ensina-se a fazer sexo, mas não se ensina a amar. Desse
modo se mutila muito mais a pessoa humana. Sexo sem amor é o máximo do egoísmo
e do abuso. No número 285 diz sobre o necessário respeito e a valorização da
diferença, o que abre à aceitação do outro, aceitação do próprio corpo, da
masculinidade ou feminilidade para poder reconhecer a si mesmo no encontro com
o outro que é diferente. Veja que belo: “Assim é possível aceitar com alegria o
dom específico do outro ou da outra, obra de Deus criador, e enriquecer-se
mutuamente” (AL 285).
“A educação deve ajudar a aceitar o próprio corpo de modo que a pessoa não
pretenda cancelar a diferença sexual”.
1866.
Transmitindo a fé
É preciso formar para o amor e não mitificar o amor sexual como sendo
fonte de mal e de pecado. O amor sexual é fonte de vida e de santidade. A
educação da fé vem junto com a educação em seu sentido global. Na formação da
sexualidade, a fé é elemento fundamental para uma boa sexualidade, pois vê a
pessoa no seu todo. Não diminui, mas amplia o ser humano para viver
intensamente como homem e mulher, filhos de Deus para a geração e o prazer. O
Papa, nos números 287 a 290, trata da educação religiosa que começa na família.
A criança desde a gravidez vive unida à fé dos pais e tem o direito de receber
a graça Divina. A família é a primeira evangelizadora (AL 289). “A família constitui-se
protagonista da ação pastoral através do anúncio do evangelho e da herança de
múltiplas formas de testemunho: a solidariedade para com os pobres, a abertura
à diversidade das pessoas, a preservação da criação, a solidariedade para com
os necessitados...” (AL
290). Viver o amor é tão fácil, como disse, uma brincadeira. A
sexualidade vivida como santidade nos torna mais gente.
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