segunda-feira, 3 de abril de 2017

REFLETINDO A PALAVRA - “O amor é uma brincadeira”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
1864. É tão fácil amar
O amor é um ar que faz viver mais que qualquer outro estímulo. O amor é um nada, mas domina tudo. É tão fácil amar e tão fácil não saber amar. Até as plantas e animais são sensíveis ao amor. Entramos num tema difícil de ser abordado porque não se conhece o amor. Paulo escreve aos Coríntios (1Cor 13,1-13) o hino ao amor. É o retrato de Jesus, o homem completo. Em sua exortação apostólica Amoris Laetitia – Alegria do Amor, Papa Francisco nos instrui para a educação sexual. É um tema difícil, por diferentes serem as concepções sobre a sexualidade. Não se dispensam as inúmeras ciências humanas na “educação sexual positiva e prudente” diz o Vaticano II na Gravissimum Educationis 1. Por outro lado, as ciências não poderiam abstrair-se de ver também o aspecto divino do amor.. Sem essa conjunção, torna-se insuficiente tanto a formação espiritual quanto a humana. Essa formação é gradual, respeitando as etapas da vida num processo de maturação (Al 280). Escreve o Papa: “É possível cultivar o impulso sexual em um percurso e conhecimento de si mesmo e no desenvolvimento de uma capacidade de autodomínio que podem ajudar a trazer à luz as capacidades da alegria e do encontro amoroso” (AL 280). O bombardeio que sofrem da pornografia desfigura a sexualidade prejudicando o desenvolvimento.
1865. Capacidade de amar
            “É necessária uma linguagem nova e mais adequada para introduzir as crianças e os adolescentes ao tema da sexualidade” (AL 281). Nessa educação o Papa salienta a importância do “pudor para que a pessoa não seja transformada em objeto”. Confunde-se sexualidade com gentilidade. Sexualidade é muito mais. Por isso vemos tantas doenças sexuais, pois se deforma a capacidade de amar. Resumindo um de seus ensinamentos em uma frase podemos dizer: Ensina-se a fazer sexo, mas não se ensina a amar. Desse modo se mutila muito mais a pessoa humana. Sexo sem amor é o máximo do egoísmo e do abuso. No número 285 diz sobre o necessário respeito e a valorização da diferença, o que abre à aceitação do outro, aceitação do próprio corpo, da masculinidade ou feminilidade para poder reconhecer a si mesmo no encontro com o outro que é diferente. Veja que belo: “Assim é possível aceitar com alegria o dom específico do outro ou da outra, obra de Deus criador, e enriquecer-se mutuamente” (AL 285). “A educação deve ajudar a aceitar o próprio corpo de modo que a pessoa não pretenda cancelar a diferença sexual”.
1866. Transmitindo a fé

É preciso formar para o amor e não mitificar o amor sexual como sendo fonte de mal e de pecado. O amor sexual é fonte de vida e de santidade. A educação da fé vem junto com a educação em seu sentido global. Na formação da sexualidade, a fé é elemento fundamental para uma boa sexualidade, pois vê a pessoa no seu todo. Não diminui, mas amplia o ser humano para viver intensamente como homem e mulher, filhos de Deus para a geração e o prazer. O Papa, nos números 287 a 290, trata da educação religiosa que começa na família. A criança desde a gravidez vive unida à fé dos pais e tem o direito de receber a graça Divina. A família é a primeira evangelizadora (AL 289). “A família constitui-se protagonista da ação pastoral através do anúncio do evangelho e da herança de múltiplas formas de testemunho: a solidariedade para com os pobres, a abertura à diversidade das pessoas, a preservação da criação, a solidariedade para com os necessitados...” (AL 290). Viver o amor é tão fácil, como disse, uma brincadeira. A sexualidade vivida como santidade nos torna mais gente. 

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