PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
Alegria da
Salvação.
A oração da missa assim reza: “Ó Deus que vedes o vosso
povo esperando fervoroso o Natal do Senhor, dai-nos chegarmos às alegrias da
salvação e celebrá-las com intenso júbilo na solene liturgia”. A salvação
trazida por Cristo é uma alegria que celebramos com júbilo São Paulo diz aos
Filipenses: “alegrai-vos sempre no Senhor, repito alegrai-vos”(Fl 4,4). O
profeta Sofonias interpreta o perdão de Deus à cidade pecadora como alegria e
júbilo (Sof. 3,14,18). A salvação e o perdão são fontes de alegria. Lucas
anuncia: “Ele pega a ovelha perdida, coloca nos ombros e cheio de alegria e
chegando a casa, reúne os amigos e vizinhos e lhes diz: Alegrai-vos comigo,
porque achei a minha ovelha que se havia perdido. Haverá mais alegria nos céus
por um pecador que se converta...” (Lc 15,7). Deus é fonte de Alegria. O Pai,
Filho e Espírito Santo são uma família alegre que vive numa contínua festa onde
celebram o amor. Até diz que “o Espírito nos ungiu com o óleo da alegria” (Sl
45,7). Ouve tanto medo e condenação na Igreja. Por que?
Alegria
que transforma
A alegria não é somente um sentimento do
coração. A alegria é algo mais profundo que se reflete no exterior, mas é fonte
de transformação. A alegria tem uma repercussão mais concreta: é a conversão
que transforma nossa realidade pessoal e social. O primeiro passo é abrir-se e
saber aprender o caminho da salvação. Que podemos fazer? Perguntam a João
Batista. João toca os pontos que exigem mudança e levam à alegre salvação: o
apego e a ganância individualista que pensa só em si e amontoa riquezas. “Quem
tem duas túnicas e quem tem comida divida”. É a alegria da condivisão. Aos
donos do dinheiro e às autoridades da economia ele diz: “não explorem. Não
deveis cobrar mais do que foi estabelecido”. Juros, exploração, ganância são
coisas de hoje de hoje também. Os lucros não geram alegria. Aos que usam a
autoridade e o poder militar, João convida a não explorar as pessoas nem
exercer violência, sobretudo para arrancar o dinheiro fácil: “não tomeis à
força dinheiro de ninguém, nem façais falsa acusações; ficai satisfeitos com o
vosso salário” (Lc 1,14). Vemos em nossa sociedade: algumas autoridades sobem
seus salários sempre mais, outros fazem pressões para tirar dinheiro. Parece
que João vive hoje. A alegre salvação que chega vai transformar a situação. Se
não existe esta transformação não há também a salvação espiritual.
O
Espírito que batizará
A humildade de João leva-o a dizer que não é
digno de desatar as sandálias de Jesus. Ele anuncia um batismo diferente: O Espírito
introduz na vida divina, na relação alegre do Pai, Filho e Espírito Santo. É um
fogo que queima estas maldades da humanidade. É preciso ter consistência de
conversão. Por isso podemos dizer: alegrai-vos. Assim podemos nos preparar para
o Natal do Senhor e viver sua alegre vinda.
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