Evangelho segundo S. Marcos 10,17-27.
Naquele
tempo, ia Jesus pôr-Se a caminho, quando um homem correu para Ele e ajoelhou-se,
perguntando: «Bom Mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna?» Jesus
disse: «Porque me chamas bom? Ninguém é bom senão um só: Deus. Sabes os
mandamentos: Não mates, não cometas adultério, não roubes, não levantes falso
testemunho, não defraudes, honra teu pai e tua mãe.» Ele respondeu: «Mestre,
tenho cumprido tudo isso desde a minha juventude.» Jesus, fitando nele o
olhar, sentiu afeição por ele e disse: «Falta-te apenas uma coisa: vai, vende
tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu; depois, vem
e segue-me.» Mas, ao ouvir tais palavras, ficou de semblante anuviado e
retirou-se pesaroso, pois tinha muitos bens. Olhando em volta, Jesus disse
aos discípulos: «Quão difícil é entrarem no Reino de Deus os que têm riquezas!» Os discípulos ficaram espantados com as suas palavras. Mas Jesus prosseguiu:
«Filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! É mais fácil passar um
camelo pelo fundo de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus.» Eles admiraram-se ainda mais e diziam uns aos outros: «Quem pode, então,
salvar-se?» Fitando neles o olhar, Jesus disse-lhes: «Aos homens é
impossível, mas a Deus não; pois a Deus tudo é possível.»
Da
Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Beata Teresa de Calcutá (1910-1997),
fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade
No Greater Love
Não consideramos ter o direito de julgar os
ricos. Não é uma luta de classes o que desejamos, mas um encontro entre as
classes, encontro no qual o rico salva o pobre e o pobre salva o rico.
Diante de Deus, a pobreza é a nossa maneira humilde de
admitirmos e de aceitarmos este estado de pecado, de impotência e de extremo
vazio; é a maneira que temos de reconhecer o nosso estado de miséria, mas que se
exprime como uma esperança nele, como uma espera para tudo recebermos dele, que
é o nosso Pai. A nossa pobreza deveria ser uma autêntica pobreza evangélica –
amável, terna, feliz, vivida de coração aberto, sempre pronta a dar um sinal de
amor. A pobreza é amor antes de ser renúncia. Para amar, é necessário dar. Para
dar, é necessário estar liberto de todas as formas de egoísmo.
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