PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 51 ANOS CONSAGRADO 43 ANOS SACERDOTE |
Recebei o Espírito Santo
Celebramos a solenidade de Pentecostes como coroamento das celebrações pascais. É um belo momento para celebrar, conhecer melhor e viver melhor a ação do Espírito Santo que nos foi dado, para levar a efeito em nós e no mundo o fruto da Ressurreição. A força da Redenção não é uma riqueza a ser procurada com sofrimento, mas um dom que é dado em abundância e acolhido com alegria. No dia da Ressurreição, no início da noite, nova luz é acesa para os assustados apóstolos. Ainda na dor da morte e do medo dos discípulos, Jesus se põe no meio deles e faz a saudação da Paz total a todos. Mostra-lhes as mãos e o lado para dizer que o Ressuscitado é o mesmo que foi crucificado. E lhes dá o dom da missão: “Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio” (Jo 20,21). A missão de Jesus continua. Agora são os discípulos que irão anunciar as maravilhas da bondade de Deus e sua misericórdia que acolhe a todos no seu amor. Ao soprar sobre eles, faz novo o gesto de Deus que soprou sobre o primeiro homem, Adão, o hálito de vida (Gn ,2,7). Jesus sopra e abre ao homem a vida eterna e ele se torna homem espiritual. O novo povo de Deus reúne gente de todos os povos. Não mais uma nação, mas todos são povo de Deus. Todas as línguas são aptas para transmitir a mensagem do evangelho e as maravilhas de Deus. O Espírito dá força para anunciar com fervor a verdade do Senhor. A oração da Eucaristia da festa de Pentecostes reconhece que Deus santifica, com a festa de hoje, a Igreja em todos os povos e nações. E pede que realize agora no coração dos fiéis as maravilhas operadas no início da pregação do Evangelho (oração). Há grandes sinais de presença do Espírito e tantos acontecimentos que se sucedem. Ninguém pode se julgar dono do Espírito Santo e menos ainda, excluir que o Espírito sopre o que quer, onde quer e como quer (Jo 3,8). É necessário coragem e ousadia para acolher novos dons para o bem do mundo.
Espírito Santo reina na comunidade
Vivemos os últimos tempos que são os tempos do Espírito Santo. No início do mundo o Espírito de Deus pairava sobre as águas (Gn 1,2). No início da nova criação o Espírito de Deus penetra o coração dos fiéis. Todos formamos um só corpo e bebemos de um mesmo Espírito (1Cor 12,13). Não recebemos Espírito para proveito nosso, mas para usar os dons para o bem de todo o corpo. Há diversidade de dons, de ministérios e de atividades. Somos muitos membros, mas formamos um só corpo. “A cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum” (7). A pastoral das comunidades é um campo bem amplo para o uso dos dons e carismas do Espírito Santo. É certo que é necessário o discernimento da Igreja. Por outro lado há necessidade de os dons serem acolhidos, promovidos e desenvolvidos para o bem de todos. O primeiro discernimento é a dimensão da caridade que orienta os dons.
Eucaristia no Espírito
Nesses últimos tempos realizou-se uma volta ao Espírito, esquecido pelos fiéis. A Igreja sempre invocou o Espírito Santo sobre os fiéis, sobretudo na Eucaristia. Em cada missa Ele é invocado para que o pão e o vinho se tornem Corpo de Cristo. E reza com o mesmo tom: que o Espírito faça de nós Corpo de Cristo. Este é o maior dom e o maior compromisso. Os outros dons são serviços. O Espírito como dom é Vida. Há uma tentativa de reduzir o Espírito a um dom pessoal, como se Ele fosse uma graça como as outras. Ele é o doador de todos os dons. Ele é o Dom. A Eucaristia nos desvenda a ação do Espírito.
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