quarta-feira, 6 de março de 2019

Santa Rosa de Viterbo

Rosa nasceu em uma família humilde de Viterbo. João e Catarina, seus pais, eram agricultores em Santa Maria in Poggio. Santa Rosa viveu na primeira metade do século XIII, em uma época de grandes confrontos. De um lado surgia São Francisco de Assis, o irmão menor de todos, do outro, o imperador Frederico II, o grande estadista, que governava com mão de ferro. Em um extremo, o poder Espiritual, a Igreja, e de outro o mundo, o Imperador. Não se sabe muito bem o ano em que Rosa nasceu. Alguns biógrafos mencionam 1234 ou 1235. Mais provável é que tenha nascido em 1236, pois morreu em 1253 com 18 anos incompletos. Seus pais trabalhavam em um mosteiro de Clarissas, próximo de sua casa, o São Damião, primeiro convento das Clarissas, onde viveu Santa Clara. Desde cedo Rosa recebeu influência da espiritualidade franciscana em sua vida. Seus biógrafos afirmam que desde tenra idade ela já manifestava experiências místicas. Viveu asceticamente e se impunha severas penitências.
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À medida que ela crescia, aumentavam as suas orações. Muitas vezes passava longas horas da noite em contemplação. Durante o dia procurava os lugares onde poderia ficar em silêncio e entregar-se a oração. No dia 23 de julho de 1247, foi atacada por uma forte febre. De repente, ajoelhou-se em sua cama e balbuciou o nome de Maria, ficou ali por um longo tempo. Então levantou-se e sorriu: estava sem febre. Contou então que a Virgem lhe apareceu e lhe confiara uma missão: visitar as igrejas de São João Batista, Santa Maria do Outeiro e São Francisco. E que depois da Missa fosse pedir sua admissão na Ordem da Penitência de São Francisco, hoje chamada de Ordem Franciscana Secular. Naquele a cidade de Viterbo, fiel ao Papa, caira nas mãos do imperador Frederico II. A cidade estava nas mãos dos hereges que negavam a autoridade do Papa e o poder do sacerdote de perdoar os pecados e consagrar. Em oração, Rosa teve uma visão do crucificado e seu coração ardeu em chamas. Ela não se conteve: saiu pelas ruas para pregar com um crucifixo nas mãos. A notícia correu por toda cidade, muitos se sentiram estimulados na fé e vários hereges se converteram; ela confundia até os mais preparados. Devido a sua pregação diária, Rosa representava uma ameaça para as autoridades da cidade. Então, em 1250, o prefeito assinou uma ordem condenando Rosa ao exílio, afirmando que ela incitava a revolta entre o povo. Rosa e seus pais foram morar em Soriano del Cimino onde sua fama já havia chegado. Nessa cidade Rosa se tornou uma verdadeira apostola, nas praças pregava o Evangelho a todos. Na noite de 4 para 5 de dezembro, Rosa recebeu a visita de um anjo, que lhe revelou que o imperador morreria dentro de poucos dias. No dia 13 de dezembro o imperador Frederico II faleceu. Com a morte de Frederico II, o poder dos hereges enfraqueceu e Rosa pode retornar a Viterbo, no início de 1252. Toda região vivia em paz. Rosa humildemente pode compreender que Deus a fizera "instrumento de sua paz". No dia 6 de março de 1252, "sem agonia", Deus a chamou. Foi sepultada sem caixão, na terra nua, perto da Igreja de Santa Maria in Poggio. No dia 25 de novembro de 1252, o Papa Inocêncio IV, por sua Bula Sic in Sanctis, mandou instaurar oficialmente o processo de canonização de Rosa, nunca terminado. No dia 4 de setembro de 1257, o Papa Alexandre IV mandou exumar o corpo de Rosa e, para a surpresa de todos, o corpo foi encontrado intacto, quase como se ela estivesse viva. Rosa foi então transladada para o mosteiro das Clarissas, a partir de então chamado Mosteiro de Santa Rosa. O Papa Calixto III mandou retomar os trabalhos do processo de canonização. Em 1457 o processo ficou pronto, mas Calixto III morreu sem que chegasse a promulgar o decreto de canonização. Curiosamente a canonização de Rosa nunca foi oficializada, mas também nunca foi negada pelos Papas e pela Igreja. Tanto que o seu nome já era mencionado na edição de 1583 do Martirologio Romano. Pouco a pouco foram sendo dedicadas a ela igrejas, capelas e escolas por toda a Itália e até na América Latina. Em setembro de 1922, o Papa Bento XV declarou Santa Rosa de Viterbo padroeira da Juventude Feminina da Ação Católica. No Brasil, Santa Rosa de Viterbo foi escolhida como a padroeira da juventude franciscana secular. Santa Rosa é festejada dia 6 de março, mas as festas mais notáveis em sua honra acontecem em setembro. Em Viterbo, cidade da qual é padroeira, Santa Rosa é festejada no dia 4 de setembro. Todos os anos, no dia 4 de setembro, seu corpo, incorrupto e flexível, é levado em procissão, desde o santuário dedicado a ela, pelas ruas de Viterbo pelos chamados Facchini di Santa Rosa, num espetáculo monumental. Uma torre de madeira e tecido renovada a cada ano, com uma estampa da Santa, é levada aos ombros por 62 homens. A mensagem de Santa Rosa de Viterbo continua atual, plenamente válida e urgente: conversão, fidelidade ao Evangelho, à Santa Igreja e ao Papado. 

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