Jesus é o Servo que
veio do Pai para o mundo e se fez homem na condição da fraqueza e da humildade,
como lemos em Filipenses (Fl
2,5-11); Viveu na humildade e com os humildes; e morreu no total
abandono. Podemos ver que a humildade é sua identidade. Por isso Deus o exaltou
pela Ressurreição e pela Glorificação. Na parábola do fariseu e do cobrador de
impostos que vão ao templo para rezar Jesus ensina sobre a oração. O fariseu
reza vangloriando-se diante de Deus das coisas boas que fazia. O cobrador de
impostos, apresenta a Deus sua súplica batendo no peito pedindo perdão dizendo:
“Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador” (Lc 18,13). A humildade de Jesus coincidia
com seu modo de rezar. A oração, para ser ouvida, deve nascer da humildade como
ensina a primeira carta de Pedro, “porque Deus resiste aos soberbos, mas dá sua
graça aos humildes” (1Pd
5,5). É essencial para a oração que ela seja como é Jesus. Assim
identificados, torna-se possível fazer a oração atravessar as nuvens: “Quem
serve a Deus como Ele o quer, será bem acolhido e suas súplicas subirão até às
nuvens” (Eclo 35,
20-21). A parábola reflete onde está o orgulho. Está na discriminação dos
fracos e dos pecadores, o que Jesus não fazia. O fariseu diz que não é como os
outros homens. Deus não condena o bem que ele faz, mas o modo de fazer-se
grande diante de Deus. O orgulho é querer ser igual a Deus, como fizeram os primeiros
pais no Paraíso. Fazendo-se iguais a Deus, dão-se o direito de discriminar e
oprimir. A atitude de Maria é diferente: “O Senhor olhou a humildade sua serva”
(Lc 1,48). A
humildade é uma virtude que engloba em si os qualificativos do amor. Uma virtude
bem vivida reflete-se em todas as outras que na verdade são uma só.
A Oração
é uma escola
A oração humilde ensina
nossa situação diante de Deus. O pecador sai justificado porque foi capaz de se
ver diante de Deus. Fazendo-se pequeno assume a posição mais alta do ser
humano: de joelhos diante de Deus para O adorar e, dos outros, para servir e
lavar-lhes os pés. Ela nos ensina a dependência filial de quem ama e vê Deus
como fonte de todos os bens. Descobrimos na oração que somos irmãos, filhos do
mesmo Pai que não faz distinção de pessoas. Conhece as pessoas pelo coração de
Deus, pois as encontra Nele. Não condena, mas age como Jesus faz com a pecadora:
“Nem Eu te condeno” (Jo
8,11). A oração humilde é balbuciada dentro de nós pelo Espírito que nos
une ao Pai e conduz ao diálogo com os irmãos. Ela nos faz solidários. Unidos à
humildade intercessora de Jesus que pelo seu Espírito nos faz intercessores.
Como lâmpadas acesas, iluminamos os caminhos para a fé chegar aos corações. Ela
purifica do orgulho.
Combati
o bom combate
A oração é
sustentada pela fé pela qual Paulo travou um grande combate e foi vitorioso.
Sua vida de fé o prepara para a máxima oração que é a entrega de sua vida:
“Quanto a mim, eu já estou para ser oferecido em sacrifício” (2Tm 4,8). A humildade
que sente em si é a consciência de ter se dedicado e guardando a fé. Paulo se
pusera a serviço das igrejas cuidando delas com a ternura de um pai. Mesmo
abandonado por todos, confia Naquele que esteve sempre ao seu lado. Na sua
humildade reconhece o pecado em que vivia: “Outrora eu era blasfemo,
perseguidor e insolente. Mas obtive misericórdia porque agi por ignorância” (1Tm 1,13). Na
fidelidade a Deus celebramos a Eucaristia na qual nos unimos a Cristo na sua
oferta e nos oferecemos junto com Cristo para a vida do mundo.
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