Evangelho segundo S. Marcos 6,1-6.
Naquele
tempo, Jesus dirigiu-Se à sua terra, e os discípulos acompanharam-n’O. Quando
chegou o sábado, começou a ensinar na sinagoga. Os numerosos ouvintes estavam
admirados e diziam: «De onde Lhe vem tudo isto? Que sabedoria é esta que Lhe foi
dada e os prodigiosos milagres feitos por suas mãos? Não é Ele o
carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? E
não estão as suas irmãs aqui entre nós?». E ficavam perplexos a seu respeito. Jesus disse-lhes: «Um profeta só é desprezado na sua terra, entre os seus
parentes e em sua casa». E não podia ali fazer qualquer milagre; apenas
curou alguns doentes, impondo-lhes as mãos. Estava admirado com a falta de
fé daquela gente. E percorria as aldeias dos arredores,
ensinando.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos
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Comentário do dia:
Simeão, o Novo Teólogo (c. 949-1022), monge grego
Catequeses, n° 29
Crer em Jesus actualmente
Muitos não se cansam de dizer: «Se
tivéssemos vivido na época dos apóstolos e se tivéssemos sido considerados
dignos de ver Cristo como eles, também nos teríamos tornado santos como eles.»
Ignoram que Ele é o mesmo e continua a falar-nos em todo o universo. [...] A
situação actual não é certamente a mesma que se vivia então, mas é a situação de
hoje, de agora, que é muito mais feliz. Ela conduz-nos mais facilmente a uma fé
e convicção profundas do que o facto de O termos visto e ouvido fisicamente.
Naquela época, com efeito, quem aparecia àqueles que não tinham
inteligência era um homem de condição humilde; actualmente, porém, é um Deus que
nos é pregado, um Deus verdadeiro. Naquele tempo, Ele dava-Se com os publicanos
e os pecadores e comia com eles (Mt 9,11); agora está sentado à direita de Deus
Pai (Mc 16,19), nunca tendo estado separado dele de maneira nenhuma. [...] Na
altura, até as pessoas sem valor o desprezavam dizendo: «Não é Este o filho de
Maria e de José, o carpinteiro?» (Mc 6,3; Jo 6,42) Mas agora os reis e os
príncipes adoram-No como Filho do verdadeiro Deus e o próprio Deus verdadeiro.
[...] Então, era tido por um homem perecível e mortal entre todos os outros.
Ele, que é Deus sem forma e invisível, recebeu, sem alteração nem mudança, uma
forma num corpo humano; mostrou-Se totalmente homem, sem oferecer ao olhar mais
do que os outros homens. Comeu, bebeu, dormiu, transpirou e cansou-Se; fez tudo
o que os homens fazem, excepto o pecado.
Não era fácil reconhecer e
crer que um homem daqueles era Deus, Aquele que fez o céu, a terra, e tudo o que
eles contêm. [...] Deste modo, quem hoje escuta diariamente Jesus proclamar e
anunciar através dos santos Evangelhos a vontade de seu Pai abençoado sem Lhe
obedecer com temor e estremecimento e sem cumprir os mandamentos, também não
teria aceitado acreditar nele naquela época.
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