Evangelho segundo S. João 20,24-29.
Naquele tempo, Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor». Mas ele respondeu-lhes: «Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado, não acreditarei». Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa, e Tomé com eles. Veio Jesus, estando as portas fechadas, apresentou-Se no meio deles e disse: «A paz esteja convosco». Depois disse a Tomé: «Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente». Tomé respondeu-Lhe: «Meu Senhor e meu Deus!». Disse-lhe Jesus: «Porque Me viste acreditaste: felizes os que acreditam sem terem visto».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
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São Cirilo de Alexandria (380-444), bispo, doutor da Igreja
Comentário sobre o Evangelho de São João, 12, 22; PG 74, 729
«Felizes os que acreditam sem terem visto»
Estas palavras do Senhor são plenamente conformes à misericórdia de Deus, e podem ser-nos de grande proveito. Também aqui vemos quanto Ele Se preocupou com a nossa alma, porque Ele é bom, porque «quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade» (1Tim 2,4).
Mas isto pode surpreender-nos. Porque Ele teve de ter paciência para com Tomé, tal como para com os outros discípulos, que O tomavam por um espírito ou um fantasma. Teve ainda, para convencer o mundo inteiro, de mostrar as marcas dos cravos e a ferida do lado. Enfim, de maneira surpreendente e sem que a necessidade a isso O constrangesse, teve de tomar alimento, a fim de não deixar motivo algum para dúvidas aos que tinham precisão de tais sinais (Lc 24,41) […].
Quem não viu, mas acolhe e tem por verdadeiro o que lhe contam, honra, por uma fé notável, os mistérios da fé que lhe proclamaram. Assim, chamamos bem-aventurados a todos os que acreditaram graças à palavra dos apóstolos, que foram «testemunhas oculares» das grandes acções de Cristo «e servos da Palavra», como o diz São Lucas (Lc 1,2). Porque temos de os escutar, se estamos tomados por um amor apaixonado pela vida eterna, e se damos valor a encontrar no céu a nossa morada.
Mas isto pode surpreender-nos. Porque Ele teve de ter paciência para com Tomé, tal como para com os outros discípulos, que O tomavam por um espírito ou um fantasma. Teve ainda, para convencer o mundo inteiro, de mostrar as marcas dos cravos e a ferida do lado. Enfim, de maneira surpreendente e sem que a necessidade a isso O constrangesse, teve de tomar alimento, a fim de não deixar motivo algum para dúvidas aos que tinham precisão de tais sinais (Lc 24,41) […].
Quem não viu, mas acolhe e tem por verdadeiro o que lhe contam, honra, por uma fé notável, os mistérios da fé que lhe proclamaram. Assim, chamamos bem-aventurados a todos os que acreditaram graças à palavra dos apóstolos, que foram «testemunhas oculares» das grandes acções de Cristo «e servos da Palavra», como o diz São Lucas (Lc 1,2). Porque temos de os escutar, se estamos tomados por um amor apaixonado pela vida eterna, e se damos valor a encontrar no céu a nossa morada.
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