Evangelho segundo São João 16,20-23a.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Em verdade, em verdade vos digo: chorareis e lamentar-vos-eis, enquanto o mundo se alegrará. Estareis tristes, mas a vossa tristeza converter-se-á em alegria.
A mulher, quando está para ser mãe, sente angústia, porque chegou a sua hora. Mas depois que deu à luz um filho, já não se lembra do sofrimento, pela alegria de ter dado um homem ao mundo.
Também vós agora estais tristes; mas Eu hei de ver-vos de novo e o vosso coração se alegrará e ninguém vos poderá tirar a vossa alegria.
Nesse dia, não Me fareis nenhuma pergunta».
Tradução litúrgica da Bíblia
(759-826)
Monge de Constantinopla
Catequese
«A vossa tristeza converter-se-á em alegria»
Como bem sabeis, as dores geram o repouso e às aflições seguem-se as alegrias, os gemidos dão origem aos prazeres da alma, as passagens estreitas fazem nascer espaços abertos, a fome, o jejum e as gargantas apertadas produzem coros eternos, a sede e a saliva ardente fazem, como diz o Senhor, brotar a água da vida eterna (cf Jo 4,14). E recordemos também as palavras do santo salmista David: «Os que semeiam em lágrimas recolhem com alegria.» (Sl 126,5).
«Sabendo isto, sereis felizes se o puserdes em prática» (Jo 13, 17), mas «o homem insensato não entende estas coisas e o ignorante não as compreende» (Sal 92,7). Sim, vós sois prudentes e sensatos, sábios e inteligentes, capazes de refletir; por isso, alcançastes algumas virtudes, estais a alcançar outras e, diria eu, ainda não acabastes de as alcançar.
Permaneçamos, pois, firmes na luta, meus irmãos, e continuemos a esgotar os fossos da perseverança; e seremos coroados, habitaremos no Céu e estaremos cheios de alegria naquele lugar onde nem a dor nem a tristeza nem os gemidos têm lugar (cf Is 35,10; 51,11). Muni-vos de força, muni-vos de poder e deixai brilhar a lâmpada do vosso ardor, alimentada pelo óleo da força de alma (cf Mt 25,8-12).
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