Evangelho segundo São João 15,12-17.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei.
Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos.
Vós sois meus amigos, se fizerdes o que Eu vos mando.
Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamo-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi a meu Pai.
Não fostes vós que Me escolhestes; fui Eu que vos escolhi e destinei, para que vades e deis fruto e o vosso fruto permaneça. E assim, tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, Ele vo-lo concederá.
O que vos mando é que vos ameis uns aos outros».
Tradução litúrgica da Bíblia
Fundador de mosteiro em Marselha
Sobre a perfeição, cap. XII; SC 54
O Senhor chama-nos a subir aos cumes da caridade
Servir a Deus é uma glória, e está escrito:
«Servi o Senhor com temor» (Sl 2,11);
«Feliz aquele servo que o senhor, ao chegar,
encontrar procedendo assim» (Mt 24,46). (Mt 24,46).
No entanto, Jesus também diz aos apóstolos: «Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamo-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi a meu Pai» e ainda: «Vós sois meus amigos, se fizerdes o que Eu vos mando» (Jo 15,14-15).
Como se pode ver, há diferentes graus de perfeição; e, ao chegarmos a um cume, o Senhor chama-nos a subir para outro mais elevado. Aquele que se tornou bem-aventurado e perfeito no temor de Deus caminhará, como está escrito, «com entusiasmo crescente»(Sl 84,8), isto é, de perfeição em perfeição, elevando-se, na ardente prontidão da sua alma, do temor à esperança; depois, ouvirá de novo o chamamento divino para um estado ainda mais santo, que é a caridade. Aquele que se tiver mostrado «servo fiel e prudente» (Mt 24,45) passará ao comércio íntimo da amizade e à adoção de filho.
É neste sentido que as minhas palavras devem ser entendidas. Não quero dizer que a consideração do castigo eterno ou da bem-aventurada recompensa prometida aos santos não tenha valor. Pelo contrário, tal consideração é útil, pois introduz os que se entregam nos primeiros graus da beatitude. Mas a caridade irradia com uma confiança mais plena e com uma alegria sem fim.
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