Evangelho segundo São João 15,26-27.16,1-4a.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Quando vier o Paráclito, que Eu vos enviarei de junto do Pai, o Espírito da verdade, que procede do Pai, Ele dará testemunho de Mim.
E vós também dareis testemunho, porque estais comigo desde o princípio.
Disse-vos estas palavras para não sucumbirdes.
Hão de expulsar-vos das sinagogas; e mais ainda, aproxima-se a hora em que todo aquele que vos matar julgará que presta culto a Deus.
Procederão assim por não terem conhecido o Pai, nem Me terem conhecido a Mim.
Mas Eu disse-vos isto, para que, ao chegar a hora, vos lembreis de que vo-lo tinha dito».
Tradução litúrgica da Bíblia
Papa, doutor da Igreja
«Moral sobre Jac0b», livre XIII, SC 212
Elevar o espírito até à esperança da glória
Se a santa Igreja suporta as adversidades da vida presente, é para ser conduzida pela graça do alto às recompensas eternas. Ela despreza a morte da sua carne porque aspira à glória da ressurreição; o que sofre é transitório, o que espera é perpétuo. E os bens perpétuos não lhe suscitam quaisquer dúvidas, porque já tem deles uma testemunha fiel na glória do seu Redentor: a Igreja vê em espírito a ressurreição da sua carne e orienta-se com todas as suas forças para a esperança, porque aquilo que já vê já realizado na sua Cabeça realizar-se-á um dia também no corpo do seu Redentor, isto é, em si mesma – tal é a sua esperança inabalável.
E é claramente a Igreja que o salmista considera prometida à perfeição perpétua quando, para falar dela, diz da Lua: «Estará firme para sempre»; e, como a esperança da ressurreição é reforçada na Igreja pela ressurreição do Senhor, o salmista fez bem em acrescentar que a Lua é «testemunha fiel no firmamento» (Sl 89, 38). A Igreja nada tem a recear em relação à sua ressurreição, porque já tem como testemunha da mesma Aquele que está no Céu, ressuscitado de entre os mortos.
Assim, quando sofre adversidades ou se sente exausto por duras tribulações, o povo fiel pode elevar o seu espírito à esperança da glória que o espera e dizer, baseando a sua confiança na ressurreição do seu Redentor: «Tenho, desde agora, uma testemunha no Céu, um defensor nas alturas» (Jb 16,19); e tem o direito de Lhe chamar defensor, pois Ele conhece a nossa natureza, não só por tê-la criado, mas também porque a assumiu: para Ele, conhecê-la é ter aceitado a nossa condição.
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