martirizado durante a perseguição
religiosa no México, em 1927.
Miguel Agostinho Pró Juarez nasceu em 1891 em Guadalupe, no México, numa família abastada e profundamente cristã.
O pequeno “Miguelito”, como era chamado, mostrou ser um rapaz muito alegre e brincalhão. Crescido, ele abandonou durante algum tempo a prática religiosa, mas voltou a ela, movido pela entrada da sua irmã num convento … foi o ponto de partida da sua vocação.
Aos 20 anos, juntou-se aos jesuítas e fez os seus primeiros votos a 15 de Agosto de 1913. Atormentados pelo governo mexicano anticlerical, os jesuítas em formação exilam-se para os Estados Unidos. Miguel irá também para Espanha, Nicarágua, e Bélgica, onde completará a sua formação na casa dos jesuítas franceses, também exilado pelo seu governo. Apesar da sua débil saúde e contínuas dores no estômago, o jovem jesuíta se distinguiu pela sua alegria constante e expansiva. Foi ordenado sacerdote com 34 anos na cidade de Amiens (França), em Agosto de 1925. Ele que era duma família rica, podendo até suceder a seu pai, preferiu os pobres, em particular, os mineiros belgas e franceses, interessando-se pela pastoral do trabalho e a JOC (Juventude Operária Católica).
Apesar da escalada das perseguições no México com a chegada ao poder do General Calles, os superiores jesuítas pensam que o ar do país poderia ser benéfico à saúde do Padre Miguel. Ele regressou ao país natal em 1926, poucos dias depois de um decreto proibir a presença de sacerdotes. Na Cidade do México, durante mais de um ano, ele exerceu o seu ministério clandestinamente. As igrejas estavam fechadas e o culto público proibido. Mas o Padre Miguel Pró tinha a arte de agir sem ser apanhado. Faz-se chamar “Cocol” (nome de um pão doce que ele gostava na sua infância), usava todo o tipo de disfarces, como vestir-se de agente da polícia para visitar as prisões. Um dia, quando a casa onde ele se escondia foi cercada, ele fingiu ser inspector de polícia, queixando-se a outro agente de não se empenhar o suficiente para apanhar “aquele maldito Pró”, prometendo intensificar a investigação. Outra vez, apertado pela presença policial, ele agarrou a mão de uma jovem mulher pedindo: “Ajuda-me, sou um padre”, e assim, o pseudocasal passou despercebido frente às forças da lei.
Nesta vida de proscrito, a Eucaristia era a força que animava o Padre Pró, e para alimentar o seu rebanho, ele organizava “estações eucarísticas”: missas celebradas todos os dias numa casa diferente; arriscava-se ainda mais em ser preso, adicionando ao seu ministério espiritual secreto, o serviço caritativo aos pobres.
Mas um dia, ele foi apanhado, erradamente suspeito de conspirar com o seu irmão, também sacerdote, de um ataque contra o ex-presidente, o General Obregon. Todos sabem da sua inocência, mas o Padre Miguel Pró foi sumariamente condenado… o General Calles não tolera a actividade deste sacerdote tão esperto.
A 23 de Novembro de 1927, Pró foi levado ao lugar de execução.
Lá, depois de rezar e recusar ser vendado, ele levantou a voz, poderosa, perdoando a todos e clamando a Deus a sua inocência. Em seguida, ele abre os braços em cruz, segurando um crucifixo numa mão e um rosário na outra, e antes de ser fuzilado, ele gritou: “Viva Cristo Rei!”
Para o seu funeral, qualquer manifestação pública era proibida, mas mais de 20 mil pessoas seguiram o cortejo às janelas ou em silêncio nas ruas. Entre os sacerdotes mártires deste período, o Padre Miguel Pró é o mais conhecido.
Ele foi beatificado pelo Papa S. João Paulo II a 25 de Agosto de 1988
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