sábado, 23 de novembro de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - “Caminhando para uma cidade”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Deus habita esta cidade
 
Por mais complicada que seja a situação da cidade, ela é sempre apresentada como a meta que todos procuram como lemos no Apocalipse (21,2-4). A nova Jerusalém, a cidade santa, é a meta para onde peregrina toda a humanidade. O Papa diz: “É interessante o fato de a revelação nos dizer que a plenitude da humanidade e da história se realiza numa cidade” (EG 71). Escrituras mostram que a cidade de Jerusalém, com seu templo, alimentava o coração do povo. Ele nos convida “a identificar a cidade a partir de um olhar de fé que descubra Deus que habita em suas casas, nas suas ruas, nas suas praças”. Viver em uma cidade, colocar a vida ao lado dos outros, supõe o desejo e a certeza de que juntos podemos construir. Normalmente relatamos problemas e dificuldades. O documento Evangelii Gaudium (Alegria do Evangelho 71-75) revela uma face bonita da cidade. Deus age através das pessoas e “acompanha a busca sincera dos indivíduos e dos grupos que aí procuram encontrar apoio e sentido para sua vida” (71). Compreendemos que Deus não é um ser misterioso nem uma estátua que nada tem a ver com a vida das pessoas. O bem que possa existir provém de sua bondade que é a única a dar sentido. “Ele vive entre os cidadãos promovendo a solidariedade e a fraternidade, o desejo de bem, de verdade, de justiça... Deus se mostra a todos quantos o buscam com coração sincero, ainda que o façam tateando de maneira imprecisa e incerta” (71). Deus não segue um manual para vir ao encontro das pessoas. Muito menos se prende aos nossos critérios nem as pessoas podem fazer Dele um ratinho de laboratório a ser observado. Há os que se põem a dar normas a Deus. 
Perdidos na rua 
A cidade de Jerusalém teve a presença física de Jesus e o início de um novo modo de vida. Mas ela recusou sua presença. Jesus chorou sobre a cidade que fracassou em sua missão de luz dos povos. Ali Ele disse: "Se você compreendesse neste dia o que traz a paz! Mas agora isso está oculto aos seus olhos (Lc 19,42). Mesmo tendo Deus como seu princípio, a sociedade contempla muitos de seus filhos perdidos pelas ruas nas muitas formas de males, como drogas, abuso, abandono de crianças e idosos, violência, migração e tantos males. Há isolamento. É nesta cidade que se deve fazer a evangelização através do serviço e da procura de modos sempre novos que não neguem a verdade, mas a sigam sem maquiá-la ou negá-la através de ideologias ou de pietismos. Política faz parte da vida da comunidade e da fé. Fugir a vida do povo é negar seu Criador que ali está. 
Nova casa para Deus 
A sociedade atual não tem mais o cristão como um promotor de sentido. Não o é porque não cumpriu sua missão de fermento na massa. Os símbolos são outros, tantas vezes em contraste com o Evangelho (EG 73). Por isso a cidade se transformou num campo propício para uma nova evangelização. Assim novo deve ser o modo de anunciar, sobretudo criando no mundo uma casa para Deus, não edifício, mas uma cidade nova, com características de comunhão. Não é bom voltar ao passado pelo passado, mas buscar sua energia evangelizadora. Novas são as formas e novos modos de se relacionar com Deus na sociedade multicultural, buscando os que sustentam a cidade que são os humilhados. Os males que atingem a sociedade como a droga, os abusos contra menores e idosos, criam espaço para a solidariedade. Jesus que fazia milagres. O milagre agora é a procura de em promover vida e dignidade (EG 75). O cristianismo não é uma seita, mas uma proposta de vida para que todos tenham vida, criando uma cidade onde Deus tenha sua casa.
ARTIGO PUBLICADO EM FEVEREIRO DE 2015

EVANGELHO DO DIA 23 DE NOVEMBRO

Evangelho segundo São Lucas 20,27-40. 
Naquele tempo, aproximaram-se de Jesus alguns saduceus – que negam a ressurreição – e fizeram-lhe a seguinte pergunta: «Mestre, Moisés deixou-nos escrito: "Se morrer a alguém um irmão que deixe mulher, mas sem filhos, esse homem deve casar com a viúva, para dar descendência a seu irmão". Ora havia sete irmãos. O primeiro casou-se e morreu sem filhos. O segundo e depois o terceiro desposaram a viúva; e o mesmo sucedeu aos sete, que morreram e não deixaram filhos. Por fim, morreu também a mulher. De qual destes será ela esposa na ressurreição, uma vez que os sete a tiveram por mulher?». Disse-lhes Jesus: «Os filhos deste mundo casam-se e dão-se em casamento. Mas aqueles que forem dignos de tomar parte na vida futura e na ressurreição dos mortos, nem se casam nem se dão em casamento. Na verdade, já não podem morrer, pois são como os anjos, e, porque nasceram da ressurreição, são filhos de Deus. E que os mortos ressuscitam, até Moisés o deu a entender no episódio da sarça ardente, quando chama ao Senhor o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacob. Não é um Deus de mortos, mas de vivos, porque para Ele todos estão vivos». Então alguns escribas tomaram a palavra e disseram: «Falaste bem, Mestre». E ninguém mais se atrevia a fazer-Lhe qualquer pergunta. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São Justino (100 -160) 
Filósofo, mártir 
Tratado sobre a Ressurreição, 8 
«Não é um Deus de mortos, mas de vivos» 
A carne é preciosa aos olhos de Deus, que a prefere entre todas as suas obras; é razoável, pois, que a salve. Não seria absurdo que aquilo que foi criado com tantos cuidados, aquilo que o Criador considera mais precioso que tudo o resto, que isso voltasse ao nada? Quando um escultor ou um pintor querem que as imagens que criaram permaneçam, para servirem à sua glória, restauram-nas quando são danificadas. E Deus estaria disposto a ver o seu bem, a sua obra, regressar ao nada, deixar de existir? Chamaríamos «obreiro da inutilidade» àquele que construísse uma casa para em seguida a destruir, ou que a deixasse danificar quando podia reconstruí-la. Da mesma maneira, não acusaríamos Deus de criar a carne inutilmente? Mas não, o Imortal não é assim; aquele que é, por natureza, o Espírito do Universo não pode ser insensato! Na verdade, Deus chamou a carne a renascer e prometeu-lhe a vida eterna. Porque, onde quer que se anuncie a boa nova da salvação do homem, anuncia-se essa boa nova também para a carne. Com efeito, o que é o homem, senão um ser vivo dotado de inteligência, composto por uma alma e um corpo? O homem é composto apenas pela alma? Não, trata-se da alma de um homem. Chamaríamos homem ao corpo? Não, dizemos que se trata de um corpo de homem. Assim, pois, se nenhum destes elementos isolados é o homem, é à união entre os dois que chamamos homem. Ora, foi o homem todo que Deus chamou à vida e à ressurreição; não chamou apenas uma parte dele, chamou todo o homem, ou seja, a alma e o corpo. Não seria, pois, absurdo, tendo em consideração que ambos existem segundo a mesma realidade e na mesma realidade, que um deles fosse salvo e o outro não?

Beata Teresa de Jesus, Menina Mercedária-23 de novembro

Bem-aventurada Teresa de Jesus, 
Niña Mercedaria 
A menina Beata Teresa de Jesus, recebeu o Hábito mercedário aos 5 anos de idade no convento de Nossa Senhora de Belém em San Lucar na Espanha. No ano de 1627, depois de ter recebido o sacramento da Eucaristia que tinha desejado ardentemente e ter consumido sua terna vida no amor, como um lírio foi levado para o céu pelos anjos para estar com Jesus e Maria. A Ordem Mercedária celebra-o no dia 23 Novembro. 
Autor: Xavier Villalta

Beata Maria Cecília Cendoya y Araquistain, virgem e mártir – 23 de novembro

Martirológio Romano: Em Madrid, capital de Espanha, Beata Maria Cecília (Maria Felicidade) Cendoya y Araquistain, virgem, da Ordem da Visitação de Santa Maria, e mártir, que, na grande perseguição, ao ver que suas irmãs haviam sido presas, se entregou espontaneamente na mesma noite aos milicianos, e ao lado delas confirmou o testemunho de sua fé com o supremo sacrifício da vida († 1936).  A pequena Maria Felicidade fez sua entrada na vida no lar católico de Antônio Cendoya e Isabel Araquistain no dia 10 de janeiro de 1910, em Azpeitia (Guipúzcoa), Navarra. Cresceu feliz ao lado de suas irmãs. Seus pais imprimiram no coração de suas filhas o santo temor de Deus e uma sólida piedade. Embora tivesse um temperamento muito vivo, seu amor a Maria Santíssima fez com que pudesse superar seu temperamento para ser religiosa, como desejava. Sua mãe dizia que ela possuía algo diferente das demais, mas quando ela manifestou o desejo de ser religiosa, ela lhe disse: “Você monja, com esse gênio?... Você tem que corrigir esse gênio se quiser ser monja”. E sua mãe dizia que ela mudou desde aquele momento. Decidida e alegre, aos 20 anos ingressou no Primeiro Mosteiro da Visitação de Madrid, em 9 de outubro de 1930. Em sua tomada de hábito recebeu o nome de Maria Cecília. Seu temperamento vivo contrastava com seu caráter amável, simples, humilde, abnegado e muito serviçal. “Era o Anjo das pequenas práticas”, costumava dizer as Irmãs.

Beata Enrichetta Alfieri, 23 de novembro

"Milagrosamente curada por Nossa Senhora de Lourdes de uma grave doença quando a morte já pairava sobre ela, a Beata Enrichetta Alfieri tornou-se um raio de luz para os internos de San Vittore. Eles a chamavam de 'mamãe' e seu anjo. A vida de Enrichetta foi emocionante. Coragem, misericórdia e piedade, virtudes, entre outras, desta corajosa mulher, tocaram as fibras mais sensíveis dos prisioneiros da prisão milanesa de San Vittore. É claro que Deus dá a cada um a força para cumprir sua missão. Quando olhamos para trás, para a vida santa, apreciamos a imensidão do amor divino que se manifesta através de pessoas que, em sua fragilidade física e espiritual, realizam proezas de significado imprevisível, surpreendente e comovente. A Beata Enrichetta Alfieri possuía a maturidade humana e espiritual necessária para enfrentar os infortúnios dos corredores sombrios da prisão onde habitam o desespero e o choro dilacerante. Ele soube dar aos presos o consolo de que precisavam, acolher seus medos e tremores, virar de cabeça para baixo essas vidas, algumas das quais, guiadas por sua mão, receberam a graça de encontrar Cristo. É preciso amar muito, ter Cristo encarnado fielmente em si mesmo para poder transmiti-lo aos outros como Ela o fez. 

Santa Mustiola, mártir, e o Anel da Ssma. Virgem

 
 Segundo a primeira versão da legenda de Santa Mustiola contida em uma passio, que remonta à primeira metade do século VIII, ela teria vindo de Ilíria com seu primo, o imperador Marcos Aurélio Cláudio, o Gótico, um nativo da Dalmácia elevado ao trono no ano 268, que reinou apenas dois anos. À sua morte, o Senado romano declarou imperador Quintilio, irmão de Cláudio, mas o exército, aclamando imperador Aureliano, fez reinar o novo imperador, que morreu dezessete dias depois de sua eleição.
     Nos vários documentos Mustiola por vezes aparece como uma matrona rica e benemérita; ou, com mais frequência, ela é mencionada como uma jovem doce, mas intrépida na fé. Assim ela é imaginada pelos seus devotos e é representada por pintores.

Santa Lucrécia de Mérida, Mártir - 23 de novembro

Não se deve confundir esta Santa Lucrécia de Mérida com a mais conhecida Santa Lucrécia, o Leocricia, de Córdoba, de que fala Santo Eulógio a propósito da perseguição muçulmana; entre uma e outra mediam pelo menos quatro séculos. Da santa que veneramos hoje apenas existem noticias de que existiu em Mérida um templo dedicado a ela, porém foi antes da invasão muçulmana na Espanha, e dele não restou senão rastros. Notícias tomadas da História da Cidade de Mérida, de D. Bernabé Moreno de Vargas (1576-1648), pág. 113-114, Madrid, 1633, e do Suplemento à última edição do ano cristão do Padre Juan Croiset, tomo II, pág. 338 ss., por D. Juan Julián Caparrós, Madrid, 1743, conjecturam que esse templo pode ter estado onde, em seu tempo, estava a ermida de Nossa Senhora de Loreto, lamentavelmente desaparecida também, e cujo local de construção, próximo ao Matadouro Regional, também é objeto de conjecturas. A imagem reproduzida em vários santorais de internet possivelmente não seja de Santa Lucrécia de Mérida, mas a de Santa Lucrécia de Córdoba, muito mais difundida. Lucrécia aparece mencionada no Martirológio Jeronimiano e em outros martirológios antigos, como tendo vivido na época de Diocleciano, e embora não se possa considerar seguro este dado, parece que ela foi martirizada sob a presidência de Daciano.

Santa Felicidade e seus sete filhos também mártires (23/11)

Santa Felicidade de Roma
 (101-165)
[Foto de Wolfgang Sauber –
Obra do próprio,
CC BY-SA 3.0, Wikipedia]
 
Os senhores lembram aquela narração do martírio de um bispo espanhol na revolução de 1935, um fato heroico edificante, e eu mostrei como aquele narrador adocicava os fatos. E para mostrar como a narração de um fato heroico deve ser feita sem adocicamento, eu me propus a fazer a uma leitura de um martírio relatado pela Acta Martirum. E expliquei sumariamente aos senhores o que era a Acta Martirum: são os anais dos martírios da Igreja redigidos por analistas da Igreja primitiva e feitos com varonilidade e a sobriedade que representa a conjugação do espírito romano, com aquilo que valia incomparavelmente mais do que o espírito romano, que é o espírito católico. Tenho aqui o trecho de uma homilia de São Gregório Magno no dia do natalício de Santa Felicidade. Ela foi martirizada com seus sete filhos sob Antonino Pio, no século II. O trecho é da B.A.C. [coleção “Biblioteca de Autores Cristianos”], pg. 298: “Para confirmar essa doutrina, vem muito a propósito a bem-aventurada Felicidade. Considerai, irmãos amadíssimos, num coração feminino um valor varonil”. Os senhores já estão vendo como a entrada do tema é diferente daquela ficha logo de começo. Lembram-se daquela ficha dulçurosa: “o pobre do bispo que estava no cárcere e que cuidava da dor de cabeça de todo mundo…” Aqui é o contrário. Já vai assim: “Considerei, irmãos amadíssimos, num coração feminino um valor varonil. Ante a morte, esteve impávida. Temeu perder em seus filhos a luz da verdade, se não os tivesse perdido”. A frase não está muito ao gosto da geração nova. A frase quer dizer o seguinte: que ela, diante da possibilidade de os filhos serem martirizados também, mais temeu que eles perdessem a fé diante do medo, do que morressem.

Santa Cecilia Yu So-sa, Viúva e mártir - 23 de novembro

Cecilia foi elevada às honras dos altares acompanhada de seus dois filhos mártires: São Paulo Chong Ha-sang e Santa Isabel Chong Chong-hye. Nasceu em Seul, capital moderna da Coreia do Sul, em 1761, e se casou com o viúvo Agostinho Yak-jong, um dos primeiros cristãos da Coreia. Com ele foi para a capital e ali recebeu o sacramento do batismo das mãos do Pe. Chu Mun-mo, missionário chinês na Coreia. Seu esposo foi martirizado em 1801, e também Carlos Chong Chol-sang, filho do primeiro casamento de seu marido. Ela foi aprisionada e logo deixada livre, porém seus bens foram confiscados. Cecília, além de viúva se viu empobrecida e voltou para a região da família de seu marido, Majae, com seus filhos. Ali seu cunhado, inimigo do cristianismo, a recebeu friamente, e foi um amigo de seu falecido esposo que teve compaixão dela e lhe ofereceu uma casa para morar. A frieza dos antigos amigos e parentes a rodeou. Ela enfrentou a morte da viúva de Carlos, o filho de seu marido, martirizado; do filho daquele casal e de sua própria filha mais velha. Em meio a sua desgraça Cecilia conservou a fé e a paciência, e em vista da hostilidade de que era objeto, manteve uma conduta prudente, não fazendo alarde do cristianismo, porém transmitindo a doutrina cristã a seus filhos no âmbito de seu lar. Quando seu filho Paulo atingiu a idade de 20 anos, ela sugeriu que ele se casasse; ele lhe disse que queria dedicar-se a continuar a obra evangelizadora de seu pai mártir, e para tanto foi para a capital, deixando a mãe e a irmã em Majae.

Serva de Deus Henriqueta Aymer de la Chevalerie, Cofundadora – 23 de novembro

Henriqueta Aymer de la Chevalerie nasceu no dia 8 de novembro de 1767, numa família aristocrática, no pequeno Castelo de Aymer, em St. Georges-de-Noisne, perto de Poitiers, França. Tinha dois irmãos, um mais velho e outro mais novo. Quando criança, ela passou um tempo na Abadia da Santa Cruz de São Bento, em Poitiers, para melhor se preparar para sua primeira comunhão. Seu pai morreu quando ela tinha onze anos.
     Vivendo na sociedade francesa nos últimos anos do "Antigo Regime", Henriqueta recebeu uma educação nos valores religiosos da tradição francesa e na formação um tanto superficial considerada apropriada para uma mulher. Em sua juventude, sua vida centrou-se em eventos glamourosos da aristocracia.
     Após a morte do Rei Luiz XVI, na guilhotina, o terror se impõe em toda a França. Por ter escondido em sua casa sacerdotes perseguidos pela Revolução Francesa, ela foi presa em outubro de 1793 junto com sua mãe.
     Na prisão, iniciou uma vida religiosa. Foi libertada da prisão em setembro de 1794, aos vinte e oito anos de idade. Após sua libertação, ela se juntou à Associação do Sagrado Coração de Jesus, que foi fundada em 1792 por Susana Geoffroy e algumas companheiras. A Associação era composta por um grupo de mulheres que se reuniam secretamente para rezar e ajudar os sacerdotes que viviam escondidos.

Beata Margarida de Saboia, Marquesa, Viúva, Dominicana – 23 de novembro

A Beata Margarida de Saboia (não confundir com a homônima Rainha da Itália, que viveu uns cinco séculos depois) era aparentada com as principais famílias reais da Europa. Seu pai era o Conde Amadeu de Saboia-Acaja, e sua mãe era uma das irmãs de Clemente VII, que durante o Grande Cisma se declarou papa em Avinhão. Margarida mereceu o apelido de Grande, que adquiriu por ter sido realmente um exemplo de grandeza evangélica nos diferentes estados em que Deus a colocou: filha, esposa, soberana e religiosa.     Nasceu em Pinerolo, Turim, entre os anos de 1382 e 1390. Desde a infância foi a imagem da candura e de uma sabedoria precoce, o que a fazia aborrecer tudo que o mundo ama. Tendo ficado órfã bem cedo, junto com a irmãzinha Matilde foi entregue à tutela do tio Luís, que por falta de herdeiros homens, sucedeu o falecido príncipe Amadeu.     O primeiro passo de Luís de Saboia foi pôr um fim às longas discórdias entre Piemonte e Monferrato, e ambas as partes viu em Margarida um penhor seguro de paz duradoura. Há décadas o Piemonte era agitado por guerras que visavam dominar esta região da Itália. Os Saboia, o Marquês de Saluzzo, os marqueses de Monferrato e os viscondes de Milão disputavam-na ferrenhamente.  

Clemente de Roma Papa e Mártir século I

Papa-terceiro sucessor de São Pedro. 
Governou a Igreja de 88 a 97. 
Foi martirizado em 101, 
durante a perseguição 
ordenada pelo imperador Trajano.
São Clemente, natural de Roma, era discípulo de São Pedro e São Paulo. Acompanhando a este nas viagens evangelizadoras, com ele dividiu as fadigas, sofrimentos e perseguições da vida apostólica. É a ele que o Apóstolo dos Gentios se refere, quando na Epístola aos Filipenses (4,3) diz: "Peço-vos que auxilieis aqueles também que, como Clemente e outros, comigo trabalharam, cujos nomes estão inscritos no Livro da Vida". Estas palavras lhe documentaram a dedicação e fé, o zelo pelas causas de Deus e das almas. Se a mansidão e caridade lhe mereceram o nome de clemente, foi sem dúvida pela actividade apostólica, que São Pedro lhe conferiu a dignidade episcopal. Os primeiros sucessores de São Pedro, na Sé apostólica e no martírio, foram São Lino e Anacleto (São Cleto). Na quase certeza de perder a vida por Jesus Cristo e a Igreja, São Clemente assumiu o governo da Barca de São Pedro em 92. Eram tempos cheios de apreensões para a jovem Igreja. A Autoridade romana ameaçava com uma nova perseguição e no seio da Igreja mesma reinavam dissenções, que prometiam degenerar em cisma.

Columbano de Luxeuil Monge, Fundador de Mosteiros, Santo † 615

Abade irlandês em Luxeuil (France). 
Fundou diversos mosteiros na Europa. 
Morreu na sua caverna em Bobbio (Itália).
Monge extraordinário, esteio da Cristandade medieval nascente. Tendo fundado muitos mosteiros, nos quais imprimiu seu vigoroso carácter, esse heróico religioso deixou atrás de si um sulco de radicalidade na vida monástica e no combate à heresia ariana. Séculos depois, sua acção contribuiria para o apogeu medieval. 
 * * * * * 
Poucos dados há sobre o nascimento e os primeiros anos desse Santo que tanta influência exerceria na vida monacal do Ocidente, em seu século e na baixa Idade Média. Sabe-se que nasceu em Leinster, Irlanda, em 540, mesmo ano em que o patriarca São Bento falecia em Monte Cassino. O que é ressaltado na primeira biografia de Columbano, escrita por um de seus monges, Jonas de Bobbio, é que sua educação e instrução foram esmeradíssimas, tendo ele muito cedo se iniciado no estudo das Sagradas Escrituras. Fala também que era notável por sua beleza moral e física. Adolescente, sentia em si, como São Paulo, os aguilhões da carne.

Miguel Agostinho Pró Juarez Jesuíta, Mártir, Beato 1891-1927

Sacerdote Jesuíta, 
martirizado durante a perseguição 
religiosa no México, em 1927.
Miguel Agostinho Pró Juarez nasceu em 1891 em Guadalupe, no México, numa família abastada e profundamente cristã. O pequeno “Miguelito”, como era chamado, mostrou ser um rapaz muito alegre e brincalhão. Crescido, ele abandonou durante algum tempo a prática religiosa, mas voltou a ela, movido pela entrada da sua irmã num convento … foi o ponto de partida da sua vocação. Aos 20 anos, juntou-se aos jesuítas e fez os seus primeiros votos a 15 de Agosto de 1913. Atormentados pelo governo mexicano anticlerical, os jesuítas em formação exilam-se para os Estados Unidos. Miguel irá também para Espanha, Nicarágua, e Bélgica, onde completará a sua formação na casa dos jesuítas franceses, também exilado pelo seu governo. Apesar da sua débil saúde e contínuas dores no estômago, o jovem jesuíta se distinguiu pela sua alegria constante e expansiva. Foi ordenado sacerdote com 34 anos na cidade de Amiens (França), em Agosto de 1925.

ORAÇÕES - 23 DE NOVEMBRO

Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
23 – SábadoSantos: Clemente I, Columbano, Lucrécia
Evangelho (Lc 20,27-40)Deus não é Deus de mortos, mas de vivos, pois todos vivem para ele”.
Olhamos para a morte apenas como fim, separação, esquecimento.Também para Jesusfoi difícil aceitar essa realidade da qual não podemos fugir. A razão leva-nos a intuir que temos uma vida que dura para sempre. E fé, que Deus infunde em nós, garante-nos que isso não é ilusão. Cremos que fomos criados para viver eternamente, junto da Trindade, na felicidade, na união e na paz.
Oração
Senhor Jesus, alegro-me porque me dizeis que não caminho para o aniquilamento, mas para a plena realização de todos os meus anseios. Agradeço essa firme esperança. Creio em vós e espero que, por vós, viverei para semprena vida nova, na união com Trindade e com todos no amor final. Ajudai-nos a viver agora de modo que vivamos para sempre na visão, na posse, na paz.Amém

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - “Profetas para um mundo novo”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Não fecheis o coração
 
Marcos relata em seu evangelho o ensinamento de Jesus em Cafarnaum. De Nazaré, Ele e sua família tinham ido morar nesta cidade, à beira do lago (Mt 4,13). Era um centro importante e de fácil acesso e irradiação. Dali a notícia corria melhor. Jesus ensina na sinagoga, lugar importante de reunião do povo. “Todos ficavam admirados com seu ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade e não como os mestres da lei” (Mc 1,22). No livro do Deuteronômio havia a promessa de um profeta como Moisés. Como o Messias e Elias, ele era esperado, pois os fariseus perguntaram a João se ele era o Profeta (Jo 1,21). Assim lemos: “Farei surgir para eles, do meio de seus irmãos, um profeta semelhante a ti (Moisés). Porei em sua boca as minhas palavras e ele lhes comunicará tudo o que eu lhe mandar. Eu mesmo pedirei contas a quem não escutar as minhas palavras que ele pronunciar em meu nome” (Dt 18,18-19). Jesus é o profeta esperado. Havia gente fazendo-se mestres. Jesus é identificado como o Profeta por seu ensinamento e autoridade e não era como os mestres da lei. Estes ficavam repetindo as normas da lei. Jesus transmitia o conteúdo da Palavra de Deus. Falava de Deus e de seu amor ao povo. Por isso, o convite do salmo é forte: “Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: Não fecheis os corações como em Meriba... aquele dia em que outrora vossos pais me provocaram, apesar de terem visto as minhas obras”. Não fecheis hoje o coração. Ouvi hoje a voz de Deus. Jesus comprova sua autoridade sobre o mal: “Cala-te e sai dele”, diz ao demônio (Mc 1,25) que O combate. 
Anunciar a Palavra de Deus 
A temática desse domingo chama a refletir sobre a profecia. Quem anuncia a Palavra de Deus deve ter a autoridade de Jesus. Esta lhe vem da adesão à Palavra de Deus e da coerência de vida. Na base deve estar a experiência de Deus. Temos medo de Deus. Podemos até perguntar: Por que Deus não fala diretamente com as pessoas? Foi o povo que pediu um intermediário, pois tinha medo. Moisés realizou essa missão. O esplendor de Deus nos assusta. É preciso a penumbra. É o Espírito quem desfaz o medo. No amor não há temor (1Jo 4,18). Para não ter medo diante da grandeza de Deus é preciso saber acolher e por-se a serviço. Os que são profetas de Deus, isto é, os que falam sobre Deus, precisam dessa experiência para ter um ensinamento dado com autoridade. Nossa situação de carência espiritual e de pecados nos fazem fechados ao mistério de Deus. Encontraremos a recusa. As palavras colocadas na boca do endemoniado são a expressão de todos os que recusam a Palavra de Deus, mesmo sabendo que Cristo é o enviado de Deus, é a Palavra viva de Deus. Os que falam com autenticidade se comunicam em nome de Deus. O profeta também tem que de ser fiel a Deus. Não se deve ter medo da recusa, pois é um sinal da autenticidade. 
A vida é ensinamento 
Há outro tipo de profecia e ensinamento: o testemunho da vida. Por isso rezamos na oração: “Concedei-nos amar com verdadeira caridade” (oração). Na segunda leitura encontramos a visão que Paulo tem sobre o matrimônio. Não é contra o matrimônio. Quer que todos sejam como ele, disponíveis para a pregação (1Cor 7,7). Não desvia as pessoas do casamento. Está ensinando que é necessária disponibilidade total para ser profeta. Por isso, o casamento não é somente um estado social, mas uma profecia se vivido em sua intensidade de amor humano e espiritual. A família é o profeta para o mundo novo. 
Leituras: Deuteronômio 18.15-20; 
Salmo 94; 
1Coríntios 7,32-35;Marcos 1,21-28 
1. Jesus inicia seu ensinamento em Cafarnaum pregando na sinagoga. Todos se admiravam, pois ensinava com autoridade. Ele corresponde ao profeta anunciado no Deuteronômio. Transmitia o conteúdo da Palavra de Deus. Hoje continuamos ouvindo o convite a não fechar o coração. Jesus tem autoridade sobre o mal. 
2. A temática desse domingo chama a refletir sobre a profecia. Quem anuncia a Palavra deve ter a autoridade de Jesus que vem da adesão e coerência. Deus não nos deve assustar, pois o Espírito desfaz o medo. Para não ter medo é preciso saber acolher e por-se a serviço. É necessária a experiência de Deus. Os pecados nos fecham a Deus. Não ter medo da recusa. 
3. O testemunho de vida é um modo de profecia. Paulo fala como se o matrimônio impedisse o anúncio. O matrimônio tem outro modo de anunciar, diferente dos celibatários. A família é o profeta do mundo novo. 
Mudando de canal 
No livro do Deuteronômio havia uma profecia de Moisés sobre o Profeta. Não um profeta qualquer. Seria semelhante a ele. O povo teve medo de falar diretamente com Deus e pediu que Moisés falasse. Deus promete um profeta igual a Moisés. A esse se deve escutar. Deus colocará as palavras em sua boca. Ele deverá falar o que Deus mandar. O verdadeiro profeta está sempre em sintonia com Deus. O falso diz suas próprias palavras. Por isso é preciso mudar de canal e sintonizar em Deus. Jesus se apresenta na sinagoga prega e faz curas. Fala com autoridade, isto é, em sintonia com o Pai e tira o poder do mal das pessoas. As curas que faz são provas de seu poder diante de Deus. Ele é o Profeta que deveria vir. Paulo, num ensinamento difícil, diz que as pessoas não deveriam se casar para não terem dor de cabeça com os problemas e ficarem livres para a evangelização. Por outro lado, lembramos também que casamento não é um problema para a evangelização. Viver bem como casado já é uma profecia, um ensinamento sobre o evangelho. 
Homilia do 4º Domingo Comum (01.02.2015)

EVANGELHO DO DIA 22 DE NOVEMBRO

Evangelho segundo São Lucas 19,45-48. 
Naquele tempo, Jesus entrou no Templo e começou a expulsar os vendedores, dizendo-lhes: «Está escrito: "A minha casa é casa de oração" e vós fizestes dela "um covil de ladrões"». Jesus ensinava todos os dias no Templo. Os príncipes dos sacerdotes, os escribas e os chefes do povo procuravam dar-Lhe a morte, mas não encontravam o modo de o fazer, porque todo o povo ficava maravilhado quando O ouvia. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Missal Romano 
Prefácio da Dedicação de uma igreja 
«A minha casa é casa de oração» 
Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente, é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação dar-Vos graças sempre e em toda a parte, por Cristo, Nosso Senhor. Nesta casa visível, que nos destes a graça de construir, incessantemente concedeis os vossos favores à vossa família, que, neste lugar, peregrina para Vós. Aqui nos dais o sinal admirável da vossa comunhão connosco e nos fazeis participar no mistério da vossa aliança; aqui edificais o vosso templo, que somos nós, e fazeis crescer a Igreja, presente em toda a Terra, na unidade do corpo do Senhor, que um dia tornareis perfeita na visão de paz da celeste cidade de Jerusalém. Por isso, com os anjos e os santos, nós Vos louvamos no templo da vossa glória, e Vos bendizemos e glorificamos, cantando a uma só voz: Santo, santo, santo...

AFIA

Ilustração de Áfia e sua família jovens
Ilustração de Áfia e sua família jovens

Áfia foi uma personagem bíblica mencionada na carta de Paulo a Filemom, no Novo Testamento. Ela é lembrada por ter sido esposa de Filemon e mãe de Arquipo. Apesar ser mencionada apenas um vez em toda Bíblia, sua história é lembrada e admirada por muitos cristãos no discorrer dos séculos. Muito devido aos relatos extra bíblicos, sustentados pela tradição católica. Neste artigo apresentamos a história desta personagem e sua família.

Nascimento e família de Áfia

Devido a ter apenas uma única menção a Áfia em toda Bíblia, pouco se sabe sobre esta personagem.Acredita-se que ela nasceu na Frígia na década de 30 d.C., poucos anos após Filemom. É possível que ela seja de origem grega, assim como seu esposo, dessa forma seu idioma era o grego koine.

São Prammazio (Pragmazio) de Autun Bispo - Festa: 22 de novembro

Século 6
 
Martirológio Romano: Em Autun, em julho, na Gália, agora na França, São Pragmazio, bispo. 
Provável sucessor de São Flaviano na sé de Autun, Prammatius (fr. Pragmace) participou do concílio de Epaona em 6 de setembro de 517 e morreu antes de 533, data do primeiro concílio de Orléans, que foi assinado por seu sucessor Agripino. Se Prammatius de Autun for de fato o bispo de mesmo nome correspondente a Sidônio Apolinário, o que é mais do que provável dado que nenhum outro bispo com esse nome estava familiarizado com as glórias episcopais da Gália, ele teria ocupado a sé não muitos anos depois de sua morte. antecessor Santo Eufrônio (falecido depois de 475 de Flaviano, e sua eleição para o episcopado seria anterior a 488, data da morte de Sidônio). Visto que, de acordo com a Vita s. Heptades, Flaviano teria sido contemporâneo do rei Clóvis (82-511) o seu episcopado deve ter sido entre 475 e 487. O episcopado de Prammazio, portanto, terá começado pouco antes de 488 e terminado antes de 533. Historiadores locais recordam, de facto, que sob seu episcopado ocorreu a destruição da cidade pelos filhos de Clóvis (523). Prammazio foi sepultado na igreja de Santo Estêvão, no cemitério de St-Pierre-l'Etrier. O mosteiro de St-Andoche em Autun preservou um osso de seu braço. O nome de Prammazio consta dos livros litúrgicos de sua cidade episcopal onde a festa é celebrada no dia 22 de novembro. 
Autor: Jean Marilier 
Fonte: Biblioteca Sanctorum

22 de novembro - Beatos Salvador Lilli e sete companheiros

É significativo que a Beatificação 
do Padre Salvador Lilli, 
missionário franciscano da 
Custódia da Terra Santa e 
pároco de Mujuk-Deresi, 
se realize precisamente na vigília da 
Festa de São Francisco de Assis. 
No sétimo centenário da morte do Santo de Assis, em 1926, o meu Predecessor Pio XI quis sublinhar a união que liga o Seráfico São Francisco à terra de Jesus, beatificando oito franciscanos da Custódia, mortos em Damasco em 1860. Hoje, no oitavo centenário do nascimento de São Francisco, um outro seu filho, também ele empenhado pastoralmente na terra do Oriente, é elevado às honras dos altares, juntamente com sete seus paroquianos mártires. A cronologia do Beato Salvador é simples, mas rica de fatos que atestam o seu grande amor a Deus e aos irmãos; ela culmina com o martírio que vem coroar uma vida de fidelidade à vocação franciscana e missionária. Dos sete Companheiros no martírio conhecemos os nomes, as famílias e o ambiente de vida: eram humildes camponeses e fervorosos cristãos, provenientes de uma estirpe que através dos séculos conservara Integra a própria fidelidade a Deus e à Igreja, não obstante momentos difíceis e às vezes também dramáticos.

Beata Joana de Montefalco, monja agostiniana - 22 novembro

“Ainda criança se mostra determinada: nada ama mais do que entrar no oásis de paz e justiça que sua irmã Joana, com um pequeno grupo de amigas, tinha querido realizar às portas de Montefalco", escreve o Bispo de Spoleto-Norcia, Mons. Riccardo Fontana, em sua carta aos jovens na Páscoa de 2002. 
Joana Damião, irmã de Santa Clara da Cruz, a grande mística, foi a inspiração da vocação religiosa da Santa de Montefalco. Joana, filha de Damião e Joaquina, impulsionada pelo desejo de consagrar-se ao Senhor, assume o comando de um grupo de amigas que começam, em 1271, a construção de um pensionato nos arredores da cidade de Montefalco. Em 1290 Joana, de acordo Berenger e outras testemunhas oculares "domina sanctitatis mirabilis", pediu ao bispo de Spoleto para transformar o pensionato em mosteiro. Em 10 de junho de 1290, o bispo Gerardo reconhece a nova família religiosa dando-lhe a Regra de Santo Agostinho e autoriza a aceitação de noviças. O mosteiro logo foi chamado da "Cruz", conforme uma proposta da mesma Joana, que foi eleita abadessa. A direção da comunidade monástica passou para sua irmã Clara, que se tornou a nova abadessa, quando a morte de Joana ocorreu em 22 de novembro de 1291.

Cecília de Roma Virgem e Mártir (+ 230)

Neste dia celebra-se a santidade da virgem que foi exaltada como exemplo perfeitíssimo de mulher cristã, pois em tudo glorificou a Jesus. Santa Cecília é uma das mártires mais veneradas durante a Idade Média, tanto assim que no século V uma Basílica foi construída em seu nome. Embora se trate da mesma pessoa, na prática fala-se de duas santas Cecílias: a da história e a da lenda. A Cecília histórica é uma senhora romana que deu uma casa e um terreno aos cristãos dos primeiros séculos. A casa transformou-se em igreja que se chamou mais tarde Santa Cecília no Trastévere; o terreno tornou-se cemitério de São Calisto, onde foi enterrada a doadora, perto da cripta fúnebre dos Papas. No século VI, quando os peregrinos começaram a perguntar quem era essa Cecília cujo túmulo e cuja inscrição se encontravam em tão honrosa companhia, para satisfazer a curiosidade deles, foi então publicada uma Paixão, que deu origem à Cecília lendária; esta foi sem demora colocada na categoria das mártires mais ilustres.

Tomás Reggio Arcebispo, Bem-aventurado 1818-1901

Bispo de Ventimíglia e 
depois Arcebispo de Génova. 
Criou a Pontifícia Faculdade Católica de Direito 
e a Escola Superior de Religião.
Descendente de nobres, Tomás nasceu na cidade de Génova, na Itália, em 9 de janeiro de 1818. Aos vinte anos, decidiu dedicar-se à vida religiosa, deixando para trás o luxo e uma carreira brilhante. Escolha essa definitiva, pois, ao receber a ordenação sacerdotal, fez voto de pobreza. Apesar da pouca idade, foi nomeado vice-reitor do seminário de Gênova, aos vinte e cinco anos, e logo depois assumiu a titularidade da reitoria. Sua dedicação na formação dos futuros sacerdotes era para que realmente eles estivessem dispostos a um compromisso pleno e total de suas vidas, sem receios, com Deus e com Igreja. Em 1877, foi consagrado bispo de uma diocese genovesa muito pobre, chamada Ventimiglia, onde foi um pastor visionário e verdadeiro guia espiritual do seu rebanho. Convocou três sínodos em quinze anos, criou novas paróquias, renovou a liturgia e trabalhou para aumentar a atuação da assistência social aos pobres e doentes da diocese. No primeiro ano de seu bispado, fundou a Congregação das Religiosas de Santa Marta, com o objectivo de acolher os mais pobres entre os pobres. Essas religiosas aprenderam com ele a adorar a Deus em silêncio, a alimentar-se da oração, a encontrar, de joelhos, as razões de uma fé que faz descobrir Cristo nos mais necessitados.

Beatos Elias (Julião) Torrijo Sanchez e Bertran (Francisco) Lahoz Moliner,

Religiosos do Instituto dos 
Irmãos das Escolas Cristãs, 
martirizados em Paterna
 (província de Valência), 
durante a guerra civil espanhola (1936)
(†)Picadero de Paterna, Espanha, 
22 de novembro de 1936
Martirológio Romano: Na cidade de Paterna, no território de Valência, na Espanha, os beatos Elias (Juliano) Torrijo Sánchez e Bertrand (Francisco) Lahoz Moliner, religiosos do Instituto dos Frades das Escolas Cristãs e mártires, que, tendo Cristo como seu modelo, mereceu alcançar durante a perseguição religiosa a recompensa eterna prometida àqueles que perseveraram na fé. 

Santíssimo Rei do Universo

No 34º Domingo do Tempo Comum, celebramos a Solenidade de Jesus Cristo, Rei e Senhor do Universo. As leituras deste domingo falam-nos do Reino de Deus (esse Reino de que Jesus é rei). Apresentam-no como uma realidade que Jesus semeou, que os discípulos são chamados a edificar na história (através do amor) e que terá o seu tempo definitivo no mundo que há-de vir. A primeira leitura utiliza a imagem do Bom Pastor para apresentar Deus e para definir a sua relação com os homens. A imagem sublinha, por um lado, a autoridade de Deus e o seu papel na condução do seu Povo pelos caminhos da história; e sublinha, por outro lado, a preocupação, o carinho, o cuidado, o amor de Deus pelo seu Povo. O Evangelho apresenta-nos, num quadro dramático, o «rei» Jesus a interpelar os seus discípulo acerca do amor que partilharam com os irmãos, sobretudo com os pobres, os débeis, os desprotegidos. A questão é esta: o egoísmo, o fechamento em si próprio, a indiferença para com o irmão que sofre, não têm lugar no Reino de Deus. Quem insistir em conduzir a sua vida por esses critérios, ficará à margem do Reino. Na segunda leitura, Paulo lembra aos cristãos que o fim último da caminhada do crente é a participação nesse «Reino de Deus» de vida plena, para o qual Cristo nos conduz. Nesse Reino definitivo, Deus manifestar-se-á em tudo e actuará como Senhor de todas as coisas (vers. 28).

ORAÇÕES - 22 DE NOVEMBRO

Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
22 – Sexta-feiraSantos: Cecília, Áfia, Pragmácio
Evangelho (Lc 19 45-48) “Procuravam um modo de matá-lo. Mas não sabiam o que fazer, porque o povo todo ficava fascinado quando ouvia Jesus falar.”
Foi assim e assim continua sendo: diante de Jesus não podemos ficar indiferentes. Ou o aceitamos totalmente, ou o recusamos de uma vez. Bem, pelo menos assim deveria ser. Porque nós, não sei como, conseguimos ficar num contínuo sim e não. Dizemos que é nosso Deus e Salvador, mas tantas vezes o deixamos para seguir outros salvadores. Talvez já esteja afinal na hora de nos decidir.
Oração
Senhor Jesus, reconheço que ainda não consigo viver plenamente meu compromisso convosco. Aumentai minha fé, transformai minha vida, dai-me coragem de romper com tudo para estar só do vosso lado. Eu já vos prometi isso muitas vezes, mas acabo por me deixar levar pelos mais mesquinhos motivos. Espero que me ajudeis a ser fiel também nas pequenas coisas do dia a dia. Amém.

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - “Renovar pela fé”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Sementes que não morrem
 
A capacidade de vida que encontramos na natureza é uma iluminação para vermos a força que as sementes da fé possuem. A fé é um dom e não se mede pelas categorias humanas. Por isso não sabemos de todas as potencialidades, uma vez que está ligada a Deus que a concede. Ela está ligada também à condição humana, pois foi dada a pessoas humanas e frágeis. Muitas vezes dizemos que a fé morreu nos países do primeiro mundo. No fundo queremos dizer que fé só existe para os pobres. Não compete a nós dar regras a Deus. O documento do Papa Francisco sobre a Evangelização que estamos comentando, chamado Evangelho da Alegria, reflete sobre as raízes cristãs dos povos ocidentais. O modo de ser Igreja já perdeu o vigor em muitos lugares, mas a evangelização deixou raízes que produzem frutos. Uns exemplos: a preocupação dos países com os direitos das pessoas, da natureza, a luta para que haja paz, as grandes convenções como ONU, União Européia, as diplomacias que procuram estabelecer comunhão com os outros países, a preocupação com a formação e a dignidade da pessoa, a luta contra tudo que possa prejudicar o ser humano. Tudo isso são coisas da política, mas a raiz está onde? Na fé cristã que educou esses povos. Mesmo sendo contra toda a religião, estão agindo a partir da fé. O Papa afirma que esse substrato é uma realidade viva. “Há uma reserva moral que guarda valores de autêntico humanismo cristão” (EG 68). É a ação livre do Espírito Santo. Na cultura popular encontramos tantos valores da solidariedade. É campo para evangelização (69).
Tradições ricas 
Há regiões onde o Evangelho é desconhecido. São culturas antigas com grandes riquezas que são misteriosas sementes do Verbo de Deus, colocadas ali pelo Espírito Santo. Há muito a ser acolhido. Há também elementos a serem purificados. Estes são aqueles que possuem tradições distorcidas que desviam o ser humano de sua integridade, como por exemplo, a condição inferior da mulher ou abuso de autoridade espiritual valendo-se de superstições para dominação. O Papa se volta para as regiões de tradição cristã: “No caso das culturas populares de povos católicos, podemos reconhecer algumas fragilidades que precisam ainda ser curadas pelo Evangelho: o machismo, o alcoolismo, a violência doméstica, uma escassa participação na Eucaristia, as crenças fatalistas ou supersticiosas que levam a recorrer a bruxarias e parecidos etc ... O melhor meio de ver-se livre de tais fragilidades é precisamente a piedade popular”. Ela é o Evangelho traduzido. 
Devoção sem caridade
A evangelização da piedade popular se preocupará com a purificação do egoísmo e do fanatismo de grupos. O egoísmo leva a viver a piedade buscando só os próprios interesses. Coloca Deus, a Virgem e os santos a seu serviço. O fanatismo estrutura-se em grupos que se apóiam em certas revelações privadas, devoções ou movimentos mais voltados para o sentimental. Deixam de lado a promoção social e a formação dos fiéis. Não se preocupam com o fundamental da vida cristã que é a caridade. Sobre essa é que seremos julgados. Pior situação é a posição daqueles que abandonam totalmente a religião ou buscam conforto em técnicas espirituais. A evangelização deverá se preocupar em dar a cada pessoa o sentido da vida, a partir de Cristo Salvador de todos. A Igreja não deverá impor uma cultura, mas propor o Evangelho da pessoa de Jesus. Imposição de cultura não evangeliza e destrói os elementos sadios da cultura e devoção.
ARTIGO PUBLICADO EM JANEIRO DE 2015

EVANGELHO DO DIA 21 DE NOVEMBRO

Evangelho segundo São Lucas 19,41-44. 
Naquele tempo, quando Jesus Se aproximou de Jerusalém, ao ver a cidade, chorou sobre ela e disse: «Se ao menos hoje conhecesses o que te pode dar a paz! Mas não. Está escondido a teus olhos. Dias virão para ti, em que os teus inimigos te rodearão de trincheiras e te apertarão de todos os lados. Esmagar-te-ão, a ti e aos teus filhos, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, por não teres reconhecido o tempo em que foste visitada». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São Gregório Magno 
(540-604) 
Papa, doutor da Igreja 
«Moral sobre Job», livro XII, SC 212 
«Se ao menos hoje conhecesses 
o que te pode dar a paz!»
«Tem os ouvidos cheios de ruídos aterradores, e no meio da paz suspeita de armadilhas» (Jb 15-21, Vg). Pelo contrário, não há coisa mais feliz que um coração simples, que, mostrando-se aos outros pela inocência, nada tem a temer deles; pelo contrário, na sua simplicidade, é como cidadela fortificada, não o preocupa ter de sofrer da parte dos outros aquilo que ele próprio não se lembra de ter feito. Daí as sábias palavras de Salomão: «O temor do Senhor dá firme confiança» (Pr 14,26); e ainda: «A alma segura é como um banquete contínuo» (Pr 15,15). A paz da segurança é como um alimento que se renova sem cessar. Pelo contrário, o espírito extraviado opera constantemente, seja concebendo ações maléficas contra os outros, seja temendo ser vítima delas. E tudo o que imagina contra o próximo, tudo isso teme que o próximo imagine contra si. Suspeitas por tudo, alarmes por tudo. Quando se lembra de alguém, tem a certeza de que lhe quer mal. Não ter a paz da segurança é ter os ouvidos cheios de ruídos aterradores. Olhai para um homem assim, pensai em quem quiserdes: muitas vezes, quando um amigo lhe fala com simplicidade e sem segundas intenções hostis, ele suspeita de uma armadilha, porque os seus atos estão sempre carregados de astúcia e não concebe que alguém possa agir com simplicidade em relação a ele. «Não acredita que possa voltar das trevas para a luz, pois nada mais vê em seu redor que a espada» (Jb 15,22, Vg): crendo-se rodeado de armadilhas, perde a esperança da salvação.

Beata Maria de Jesus do Bom Pastor-21 de novembro

Beata Maria de Jesus do Bom Pastor, também conhecida como Franciszka Anna Józef Siedliska, nasceu em 12 de novembro de 1842, no castelo polonês de Roszkowa Wola. Sua família, os Siedliska, tinha laços de parentesco com aristocratas poloneses da região de domínio russo. Seu avô materno ocupava um cargo equivalente ao de um Ministro da Fazenda. No entanto, o ambiente em que cresceu era marcado pelo liberalismo político e pela indiferença religiosa. Durante sua infância, Franciszka foi criada com carinho pelos pais, que se preocupavam mais com sua saúde e formação cultural do que com sua educação religiosa. Porém, aos nove anos de idade, ela começou a conhecer a Deus por meio de uma governanta culta e bondosa, que a ensinou a rezar. Infelizmente, a morte repentina dessa governanta privou Franciszka de seu apoio espiritual. Com uma sensibilidade espiritual já presente aos nove anos, Franciszka viu sua mãe, Cecília, ficar gravemente doente. Nesse momento, ela não hesitou em implorar por sua cura à Nossa Senhora de Czestochowa. Pouco depois, em 1854, Franciszka conheceu o Padre Leander Lendzian, um capuchinho lituano que residia em Varsóvia. A relação espiritual entre Franciszka e o padre foi marcante e considerada o “momento da minha conversão” por ela. O padre a preparou para receber os sacramentos da comunhão e da confirmação, e foi nesse momento que ela decidiu se tornar religiosa.

Beata Francisca Siedliska, Fundadora - 21 de novembro

Ao ler a biografia da Beata Maria de Jesus Bom Pastor, Francisca Siedliska, ficamos maravilhados com o grande número de quilômetros percorridos em muitas viagens por toda a Europa e os EUA, que ocuparam a maior parte de sua vida religiosa, e utilizando os meios de transporte não certamente rápidos e confortáveis do final do século XIX. Francisca Siedliska nasceu no castelo de Roszkowa Wala, perto de Varsóvia, na Polônia, no dia 12 de novembro de 1842, a filha mais velha do casal Adolfo Siedliska e Cecilia Morawska, descendentes da antiga nobreza polonesa. A parte da Polônia onde viviam estava então sob a proteção do czar da Rússia, e 20 anos mais tarde, em 1863, foi incorporada ao império do czar. Ela cresceu com o carinho de seus pais, mais preocupados com sua saúde e com sua formação cultural, do que dar-lhe uma educação religiosa. Em um ambiente embebido de indiferença religiosa, própria da filosofia daquele tempo, Francisca começou a conhecer a Deus através de uma governanta muito boa e culta, que também a ensinou a rezar, mas a morte repentina desta governanta privou-a de seu apoio espiritual. Em seguida, uma parenta materna a preparou para a Primeira Confissão e em seguida sua mãe ficou muito doente e angustiada Francisca teve forças para pedir à Virgem pela sua recuperação, o que ocorreu logo em seguida. Neste período, quando Francisca acompanhava a mãe hospedada em Varsóvia na casa de seu avô, encontrou, em novembro de 1854, o capuchinho Padre Leandro Lendzian, de origem lituana, e entre os dois se iniciou uma união espiritual que ela considerou o "momento da minha conversão: eu fui conduzida ao padre como uma pagã, vazia de Deus e do Seu amor, voltei iluminada no amor”.

Beata Clélia Merloni, fundadora – 21 de novembro

Clélia Merloni, fundadora das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, nasceu em Forli, Itália, em 10 de março de 1861, foi batizada na Catedral de Forli no mesmo dia. Sua mãe, Maria Teresa Brandinelli, morreu quando Clélia tinha três anos de idade. Seu pai, Joaquim Merloni, um rico industrial, se casou com Maria Joana Boeri, que, com sua avó, ensinou-lhe muito sobre a fé e ajudou Clélia a desenvolver uma personalidade forte e confiante.     Em 1876, Clélia começou seus estudos no internato das Filhas de Nossa Senhora da Purificação, em Savona, mas saiu após um ano, por ter adoecido. Ela foi educada em casa, aprendeu línguas estrangeiras e piano. Seu pai planejava uma vida de luxo e casamento para ela, mas seu único desejo era a vida religiosa.     Em 1883, ela entrou na Congregação das Filhas de Nossa Senhora das Neves (Savona) como Ir. Albina, mas voltou novamente para casa depois de apenas quatro anos, devido à problemas de saúde. O desígnio que Deus tem sobre ela é outro e, devido às imprevistas doenças, deve renunciar à vida religiosa. Transfere-se para Genova – Nervi onde abre e fecha um orfanato para meninas pobres.     

História de Nossa Senhora da Saúde

História
 
O Século XVl foi muito triste para a Europa, com muitas doenças e a grande peste, conhecida como 'a peste negra'. Ela assolou todo o continente, principalmente Portugal. O ano de 1569 foi o pior de todos. Os hospitais estavam lotados, não havia onde colocar tantos doentes, muitas pessoas já haviam morrido. O Rei de Portugal, Dom Sebastião, sem mais recursos, pediu ajuda até para a Espanha mandar seus médicos e remédios para o socorro. 
O encontro milagroso da imagem 
O povo de Portugal, em desespero, organizou várias missas orações e procissões com a imagem de Nossa Senhora durante vários meses. Perto da igreja da cidade de Sacavém, os coveiros tiveram que abrir muitas covas para enterrar tantas pessoas que já haviam morrido por causa da peste. E aconteceu que, ao abrirem uma cova, acharam uma pequena imagem de Nossa Senhora. Todos viram o fato como um milagre e começaram a rezar e fazer procissões pedindo o fim da peste. No ano seguinte as mortes foram diminuindo até acabarem. 
Festa de Nossa Senhora da Saúde 
A população então escolheu o dia 20 de abril para comemorar o fim da grande peste, e com uma grande procissão, escolheram o nome de 'Nossa Senhora da Saúde', para agradecer a ajuda de Maria Santíssima. A partir deste ano de 1570, em todos os anos é comemorado o dia da Santa que acabou com a peste em Portugal. Esta devoção, então, se expandiu para a Espanha e por toda a Europa, e Nossa Senhora é lembrada e venerada com este nome há quase 450 anos. 
A devoção no Brasil 
Na cidade de São Paulo existe a Igreja de Nossa Senhora da Saúde. A Paróquia recebeu uma imagem da Santa, vinda de Portugal. Todo dia 15 de agosto é celebrada a festa em honra a Nossa Senhora da Saúde. 
Oração a Nossa Senhora da Saúde 
'À vossa proteção recorremos, ó Santa Mãe de Deus, consoladora dos aflitos e saúde dos enfermos. Não desprezeis nossas súplicas em nossas necessidades, e livrai-nos sempre de todos os perigos, e das doenças, ó Virgem Gloriosa e Bendita. Senhora nossa, Medianeira nossa, Advogada nossa, com vosso Filho, reconciliai-nos, a vosso Filho recomendai-nos, a vosso Filho apresentai-nos. Virgem Puríssima, que sois a Saúde dos Enfermos, o Refúgio dos Pecadores, a Consoladora dos Aflitos e a distribuidora de todas as graças, na minha fraqueza e no meu desânimo apelo hoje, para os tesouros da vossa divina misericórdia e bondade e atrevo-me a chamar-vos pelo doce nome de Mãe. Sim, ó Mãe, atendei-me em minha enfermidade, dai-me a saúde do corpo para que possa cumprir os meus deveres com ânimo e alegria, e com a mesma disposição sirva a vosso Filho Jesus e agradeça a vós, Saúde dos Enfermos. Nossa Senhora da Saúde, rogai por nós. Amém.'
Significado e Simbolismo de Nossa Senhora da Saúde
 
A devoção a Nossa Senhora da saúde nasceu em Portugal, no Século XVI. Neste Século, Portugal foi vítima de inúmeras pestes, todas contagiosas, que dizimaram milhares de pessoas em pouco tempo. Os coveiros trabalhavam dobrado para sepultarem o grande número de mortos. Por isso, o país, sem recursos, recorreu a Nossa Senhora. Até mesmo a corte real começou a participar de procissões e orações pedindo socorro aos céus. E aconteceu que no cemitério perto da cidade de Sacavém, quando alguns coveiros abriam mais covas, encontraram uma imagem de Nossa Senhora. O fato foi visto como sinal de Deus e as orações se intensificaram. Então, as pestes começaram a diminuir e a mortandade acabou. Assim nasceu a devoção a Nossa Senhora da Saúde. Sua imagem é rica em símbolos. Vamos conhecê-los. 
A taça na mão de Nossa Senhora da Saúde 
A taça na mão de Nossa Senhora da Saúde é o grande símbolo oque a diferencia. Essa taça simboliza o remédio e a saúde. Nossa Senhora como Mãe de Jesus, pode interceder e alcançar para nós a grande graça que é a saúde. Sua intercessão pode livrar multidões de pestes contagiosas, como já aconteceu várias vezes na história. 
A taça como símbolo da ciência e da medicina inspiradas por Deus 
Outras vezes, a intercessão de Maria pode ajudar e inspirar médicos, pesquisadores e profissionais da saúde a encontrarem a cura para determinado mal. O livro do Eclesiástico 38, 1-8 trata deste assunto: 'Honra o médico por causa da necessidade, pois foi o Altíssimo quem o criou. Toda a medicina provém de Deus. A ciência do médico o eleva em honra; ele é admirado na presença dos grandes. O Senhor fez a terra produzir os medicamentos: o homem sensato não os despreza. O Altíssimo deu aos homens a ciência da medicina para ser honrado em suas maravilhas; e dela se serve para acalmar as dores e curá-las; o farmacêutico faz misturas agradáveis, compõe unguentos úteis à saúde, e seu trabalho não terminará, até que a paz divina se estenda sobre a face da terra.' 
Saúde espiritual leva à saúde física 
Não é à toa que Nossa Senhora insiste na conversão, na vida de oração e na busca de Deus. Hoje a ciência confirma que uma vida em paz tem mais saúde. A ciência de hoje provou que a oração faz bem para a saúde. É por isso que a Virgem Maria pede que nos voltemos para Deus. Ela é Nossa Senhora 'da Saúde' e quer que vivamos sadios física, mental e espiritualmente. O livro do Eclesiástico 38, 9-12 também fala sobre isso: 'Meu filho, se estiveres doente não te descuides de ti, mas ora ao Senhor, que te curará. Afasta-te do pecado, reergue as mãos e purifica teu coração de todo o pecado. Oferece um incenso suave (ou seja, 'reze', pois o incenso é símbolo da oração). Em seguida dá lugar ao médico, pois ele foi criado por Deus; que ele não te deixe, pois sua arte te é necessária.' Oração e medicina; alma e corpo. É assim que nós somos. 
O manto azul de Nossa Senhora da saúde 
O manto azul de Nossa Senhora da saúde simboliza o céu e a intervenção divina em nossa saúde. 
A túnica vermelha de Nossa Senhora da saúde 
A túnica vermelha de Nossa Senhora da saúde simboliza o Sangue de Cristo, a Paixão e as chagas de Jesus pelas quais nós fomos curados: 'Por suas chagas fomos curados.' (Isaías 53, 5) 
O Menino Jesus
Jesus Cristo é o remédio dos remédios, o portador da saúde por excelência, o médico dos médicos. Se a taça simboliza a ciência e a medicina, Jesus é quem, de fato, cura o corpo e a alma. Por isso Amaria tem a taça e o menino Jesus, porque a verdadeira cura sempre vem de Deus. 
A túnica branca do Menino Jesus 
A túnica branca do Menino Jesus simboliza a pureza. Estando nos braços de Nossa Senhora da Saúde, esta túnica branca simboliza também a saúde que vem de uma vida pura.