Miguel de Carvalho nasceu em Braga em 1577. Cedo ficou fascinado pela espiritualidade missionária da Companhia de Jesus onde ingressou em 1597, tendo partido para a Índia em 1602. Em Goa realizou os estudos teológicos e foi ordenado sacerdote.
Em 1620 é enviado para o Japão onde chegou disfarçado de soldado, depois de numerosos percalços que o conduziram a Macau, à China e às Filipinas.
Permaneceu dois anos na ilha de Amacusa. Apresentou-se ao governador em plena época de perseguições, declarando ser sacerdote, missionário e jesuíta. Foi condenado à morte, mas o governador, por considerá-lo demente, mandou-o para fora da sua jurisdição. Encontrou-se, mais tarde, com o Padre Provincial em Nagasaki, onde permaneceu. Depois de ter sido reconhecido por soldados acabou por ser preso numa cadeia de Omura, onde, juntamente com outros missionários, foi condenado à morte em 25 de Agosto de 1624.
Padre Michael Carvalho foi queimado vivo em Omura, no Japão , no ano de 1624 , tendo como companheiros um dominicano e vários frades franciscanos. Eles foram para o local de tortura carregando suas estacas e cantando salmos de ação de graças. Temendo que embaixadores da Espanha conseguissem a sua libertação, o Padre Michael escreveu: “Eu sentiria a maior tristeza se Nosso Senhor, por causa dos meus pecados, me afastasse do caminho da misericórdia e da graça agora aberto diante de mim. Sou sempre vítima do medo de que o Senhor queira castigar-me e privar-me da bênção suprema, da qual a Sua divina bondade já não me considera merecedor. . . .Nada nesta vida me parece mais desejável, mais prazeroso e mais consolador do que dar a minha vida por um Salvador tão misericordioso.”
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