sábado, 30 de setembro de 2023

São Francisco de Borja, Vice-Rei da Catalunha, Viúvo, Sacerdote Jesuíta (+1572), 30 de Setembro

Francisco de Borja e Aragão (Gandía, Valência, Espanha, 28 de outubro de 1510 – 30 de setembro de 1572) era Duque de Gandía, bisneto do Papa Alexandre VI e bisneto do rei Fernando II de Aragão. Exerceu o cargo de Vice-rei da Catalunha e fez-se jesuíta logo após enviuvar. Foi canonizado em 1671. Seu onomástico é celebrado em 30 de setembro.

Infância e juventude
Desde pequeno era muito piedoso e desejava tornar-se monge. No entanto, sua família enviou-o à corte de Carlos V, onde se destacaria acompanhando o imperador em suas campanhas e casando-se com uma nobre portuguesa, Eleonor de Castro Melo e Menezes, com a qual teve oito filhos: Carlos, Isabel, João, Álvaro, Fernando, Afonso, Joana e Dorotéia.
Nobre e considerado "grande de Espanha", em 1539 escoltou o corpo da imperatriz Isabel de Portugal até ser enterrado em Granada. Conta-se que, quando Francisco viu o efeito da morte sobre o corpo daquela que tinha sido uma bela imperatriz, decidiu que "nunca mais serviria a um senhor mortal". Ainda jovem foi nomeado vice-rei da Catalunha, província que administrou com grande eficiência. Quando seu pai morreu, recebeu por herança o título de Duque de Gandía, então retirou-se para a sua terra natal e aí levaria, com sua família, uma vida dedicada puramente à religião.

Vida na Companhia de Jesus

Em 1546 sua esposa Eleanor morreu. Francisco, então, decidiu entrar na recém-fundada Companhia de Jesus. Ajustou as contas com os seus assuntos mundanos, renunciou aos seus títulos em favor de seu primogênito, Carlos e, imediatamente, se lhe foi oferecido o título de cardeal. Recusou, preferindo a vida de um pregador itinerante. Seus amigos conseguiram convencê-lo a aceitar o título para aquilo que a natureza e as circunstâncias o haviam predestinado: em 1554, converteu-se no Comissário Geral dos Jesuítas na Espanha, e em 1565, em Superior Geral de toda a Ordem.

Feitos de sua liderança

A Congregação Geral II dos Jesuítas se curvou evidentemente na eleição pelo enorme prestígio do outrora Duque de Gandía. O eleito revisou as regras da Ordem e, por influência das práticas de certos jesuítas espanhóis, aumentou o tempo dedicado à oração. Cuidou para que cada Província tivesse seu noviciado: pessoalmente fundou o Noviciado de Sant'Andrea al Quirinale, no qual se formaram Santo Estanislau Kostka, o pregador polonês Piotr Skarga e o futuro Padre Geral Claudio Aquaviva.
Uma das tarefas mais delicadas deste governo foi negociar com São Pio V, que desejava reintroduzir a função litúrgica cantada na Companhia. De fato, esta medida começou em maio de 1569, mas somente nas casas professas e sem interferir em outras tarefas. É por isso que todos os jesuítas deveriam exercer três votos solenes até que o Papa Gregório XIII restaurou a prática original tal como estava nas Constituições escritas por Santo Inácio.
Os Colégios prosperaram: de 50 em 1556 passaram a 163 em 1574. Borja promulgou a primeira Ratio Studiorum em 1569. Para seu governo apoiou visitantes. Iniciou-se a remodelação da Igreja de Jesus, em Roma. O Geral seguiu de muito perto a evolução da Contrarreforma na Alemanha. Muitas fundações jesuítas serviram para reforçar a causa católica.
Deu grande impulso às missões. Uma expedição missionária enviada por ele ao Brasil foi exterminada pelos protestantes em alto-mar (Inácio de Azevedo e seus companheiros mártires, em 5 de junho de 1570).
Borja recebeu missões especiais de Sua Santidade, assim como com Laínez. De viagem a Portugal e Espanha - apesar de acusações -, foi muito receptivo. Tomou conta de negócios da Companhia e delicados cargos diplomáticos nas cortes. A volta a Roma foi difícil; chegou à Cidade Eterna em situação ruim, mas feliz por ter obedecido até o fim. Morreu em 1572.

Legado

Sua decisão referente à oração alterou a concepção ignaciana a respeito, até que no século XX voltou-se a prática ini Francisco de Borja cial. Aplicou na prática a resolução da CG II de convocar as Congregações de Procuradores, que demonstrou ser uma medida muito acertada. Sob sua administração, a obra missionária foi incrementada e prosperou. A Companhia fundou novas missões na Flórida, México e Peru. Aumentou a infiltração no Brasil. Sugeriu a Pio V a criação da Congregação para a Propagação da Fé. Em sua homenagem, o Padre Francisco Garcia fundou a cidade de São Borja, nos Sete Povos das Missões (RS), onde seu dia é comemorado em 10 de outubro pelo município e pela Paróquia São Francisco de Borja.
Precedido por João de Borja, 3.º Duque
Duque de Gandía
1543-1546

Sucedido por
Carlos de Borja,

5.º Duque
Precedido por
Diego Laynez

Superior Geral da Companhia de Jesus
1565-1572

Sucedido por
Everard Mercurian

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