domingo, 24 de setembro de 2023

NOSSA SENHORA DAS MERCÊS

A invocação ou nome de Nossa Senhora das Mercês é uma a mais entre as muitas que são dadas à única Virgem Maria, mãe de Jesus Cristo e, por isso, mãe espiritual de cada cristão e de toda Igreja. Esta invocação das Mercês data aproximadamente de 1218, quando os maometanos dominavam parte da península Ibérica e faziam incursões às terras, praianas da França e Itália e nos mares assaltavam as embarcações para, de toda forma que podiam, roubar, matar e levar para o cativeiro da África, os homens, mulheres e crianças que encontravam. Os cristãos capturados eram submetidos a trabalhos forçados e à dura escravidão (daí as correntes nas mãos dos anjinhos aos pés de Nossa Senhora das Mercês), da qual podiam livrar-se, renunciando a fé Católica e abraçando as doutrinas e costumes muçulmanos. Diante de tamanho sofrimento, muitos terminavam fazendo a vil troca de Cristo e sua Igreja por Maomé e seus costumes. A Santíssima Virgem apareceu a São Pedro Nolasco, em 1218, recomendando-lhe que fundasse uma comunidade religiosa que se dedicasse a auxiliar a quão cativos eram levados a sítios longínquos. Esta invocação Mariana nasce na Espanha e se difunde pelo resto do mundo. Nossa Senhora, compadecida dos seus filhos e filhas, aparece a três jovens: Pedro, Raimundo e Jaime e os convida para que fundem uma Ordem encarregada de socorrer os pobres cristãos e mantê-los na fé e nos costumes. Os três jovens levaram a notícia ao Bispo focal, este ao Papa, e receberam autorização da Igreja para fundarem a "Ordem de Nossa Senhora das Mercês". No dia 10 de Agosto de agosto de 1218, o Bispo de Barcelona (Espanha), D. Berenguer de Palou, na própria catedral, na presença do rei Jaime I de Aragão e muita gente, Pedro Nolasco e Companheiros faziam a Deus solene entrega de suas vidas para dedicarem-se à Redenção e ajuda dos cristãos na escravidão dos maometanos. A Ordem nasceu, cresceu e espalhou-se em seguida pelo mundo inteiro, tendo como carisma o resgate dos cativos. Desse fato surgiu a devoção a Nossa Senhora das Mercês. São Pedro Nolasco, inspirado pela Santíssima Virgem, funda uma ordem dedicada à mercê (que significa obras de misericórdia). Sua missão era a misericórdia para com os cristãos cativos em mãos dos muçulmanos. Muitos dos membros da ordem trocavam suas vidas pela de presos e escravos. Foi apoiado pelo rei Jaime o Conquistador e aconselhado por São Raimundo do Peñafort. São Pedro Nolasco e seus frades muito devotos da Virgem Maria, tomaram como padroeira e guia. Sua espiritualidade é fundamentada no Jesus o libertador da humanidade e na Santíssima Virgem, a Mãe libertadora e ideal da pessoa livre. Os mercedários queriam ser cavaleiros da Virgem Maria ao serviço de sua obra redentora. Por isso a honram como Mãe da Mercê. Em 1272, depois da morte do fundador, os frades tomam oficialmente o nome da Ordem de Santa Maria das Mercês, da redenção dos cativos, mas são mais conhecidos como mercedários. O Padre António Quexal em 1406, sendo general das Mercês, diz: "Maria é fundamento e cabeça de nossa ordem". Esta comunidade religiosa se dedicou por séculos a ajudar aos prisioneiros e teve mártires e Santos. Seus religiosos resgataram muitíssimos cativos que estavam detidos em mãos dos ferozes sarracenos. O Padre Gaver, em 1400, relata como A Virgem chama são Pedro Nolasco e lhe revela seu desejo de ser libertadora através de uma ordem dedicada à liberação. Pedro Nolasco pede ajuda a Deus e, em sinal da misericórdia divina, responde-lhe A Virgem Maria lhe dizendo que funde uma ordem libertadora. Desde ano 1259 os padres Mercedários começam a difundir a devoção a Nossa Senhora das Mercês (ou das Mercedes) a qual se estende pelo mundo.

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