Gerardo Sagredo, filho de pais ilustres e piedosos, nasceu no ano 980, em Veneza, Itália. Sagrado sacerdote beneditino, foi como missionário para a Corte da Hungria, onde, depois de ser orientador espiritual e professor do rei Estêvão I, uniu-se ao monarca, também santo da Igreja, para converter seu povo ao cristianismo. Decisão que o santo monarca tomou ao retornar do Oriente, onde, em peregrinação, visitara os lugares santos da Palestina. O rei, então, pediu a Gerardo que o ajudasse na missão evangelizadora, porque percebera que Gerardo possuía os dotes e as virtudes necessárias para a missão, ao tê-lo como seu hóspede na Corte.
Educado numa escola beneditina, Gerardo recebeu não só instrução científica como também a formação religiosa: entregou-se de corpo, alma e coração às ciências das leis de Deus e à salvação de almas. Aliás, só por isso aceitou a proposta do santo monarca. Retirando-se com alguns companheiros para um local de total solidão, buscou a inspiração entregando-se, exclusivamente, à pratica da oração, da penitência e dos exercícios espirituais. Mas assim que julgou terminado o retiro, e sentindo-se pronto, dedicou-se com total energia ao serviço apostólico junto ao povo húngaro.
Falecendo o bispo de Chonad, o rei Estêvão I, imediatamente, recomendou Gerardo para seu lugar. Mesmo contra a vontade, Gerardo foi consagrado e assumiu o bispado, conseguindo acabar, de uma vez por todas, com a idolatria aos deuses pagãos, consolidando a fé nos ensinamentos de Cristo entre os fiéis e convertendo os demais.
Uma das virtudes mais destacadas do bispo Gerardo era a caridade com os doentes, principalmente os pobres. Conta a antiga tradição húngara que ele convidava os doentes leprosos para fazerem as refeições em sua casa, acolhendo-os com carinhoso e dedicado tratamento. Até mesmo, quando necessário, eram alojados em sua própria cama, enquanto ele dormia no duro chão.
Quando o rei Estêvão I morreu, começaram as perseguições de seus sucessores, que queriam restabelecer o regime pagão e seus cultos aos deuses.
Um de seus surpreendentes dons era a profecia e além de realizá-la como ninguém, também era dotado de grande coragem. Um dia, por exemplo, mostrando extrema coragem e dedicação, recusou-se a coroar o Rei Avon que, para subir ao trono da Hungria, havia derramado muito sangue de pessoas inocentes. Contam que ao chegar na Igreja de Chorial para ser coroado, o pretendente ao trono foi recebido por São Gerardo. Este levantou-se e começou a gritar:
"A Quaresma foi instituída para conceder o perdão aos pecadores e recompensa aos justos. Tu a profanaste com assassinatos e, privando-me de meus filhos, privaste-me do nome de Pai. É por isso que hoje não mereces perdão; como estou disposto a morrer por Jesus Cristo, dir-te-ei o que vai acontecer-te. No terceiro ano de teu reinado a espada vingadora se levantará contra ti e perderás, com a vida, o reino que obtiveste pela fraude e pela violência.”
Mais tarde, as palavras de profecia de São Geraldo se confirmariam. Em 1047, estourou a invasão dos mouros e o rei foi assassinado.
O bispo Gerardo, foi ferido por uma lança dos soldados do duque de Vatha, e seu corpo atirado no Rio Danúbio. Alguns seguidores retiraram o corpo do rio, era o dia 24 de setembro de 1046, é festejado, como o “Apóstolo da Hungria”, no dia de sua morte.
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