Hiltrudes era filha de Ada, uma nobre franca, e de Wiberto, conde de Poitiers, que possuía terras entre os rios Sambre e Meuse, entre a França e a Bélgica. Teve uma irmã chamada Berta e um irmão, Gontrado.
Em meados do século VII o pai de Hiltrudes mandou construir um mosteiro dedicado a São Lamberto e o primeiro abade deste mosteiro foi seu filho, o beneditino Gontrado. Algum tempo depois, o pai prometeu Hiltrudes em casamento ao conde Ugo da Borgonha. No entanto, como ela não queria casar-se, e sim consagrar-se a Deus, recebeu em 768 o véu das virgens, com a bênção do bispo de Cambrai. Mais tarde foi acolhida pelo irmão e Abade Gontrado, que a alojou atrás da capela de seu mosteiro, a futura Abadia de Liessies, em Hainaut.
Ela viveu neste local por dezessete anos, praticamente como eremita, participando da vida litúrgica da abadia. Nos últimos anos de sua vida, seguindo seu exemplo, várias filhas de lordes decidiram se juntar a ela.
Morreu em 27 de setembro de um ano por volta de 800 e foi enterrada neste mosteiro beneditino na aldeia de Liessies, perto de Avesnes-sur-Helpe , na arquidiocese de Cambrai e no departamento do Norte, na França.
A fama da sua santidade cresceu ao longo dos séculos e no dia 17 de setembro de 1004 o bispo de Cambrai, Erluino, mandou abrir o túmulo “elevando” as relíquias.
As relíquias do crânio foram colocadas em um novo relicário de prata, em 1557, e o então abade de Liessies São Luís de Blois, contribuiu para o desenvolvimento do culto.
Durante a “Guerra dos Trinta Anos” as relíquias foram salvas em Mons, uma cidade francófona da Bélgica, situada na região da Valônia, onde em 1641 foram colocadas numa urna artística. No entanto, a peripécia das relíquias não acabaram. Em 1793, durante a Revolução Francesa, a Convenção requisitou os metais preciosos e o crânio da santa foi jogado fora, mas foi resgatado por um fiel.
O culto foi retomado em 1802 e em 1842 as relíquias, após investigação, foram reconhecidas como autênticas. O Martirológio Romano coloca a festa de Santa Hiltrudes, a virgem, na Austrásia, em 27 de setembro.
Parte-se do pressuposto de que a “Vita Hiltrudis”, escrita entre 1050 e 1090 por um monge de Waulsort (Bélgica), refere-se a uma tradição monástica anterior a 850, mas desprovida de qualquer valor histórico, porque todo documento escrito parece ter sido queimado pelos bárbaros. A sagrada virgem Hiltrudes é mencionada em 27 de setembro em num Sacramentário de Liessies do século XII.
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