Evangelho segundo São Lucas 10,17-24.
Naquele tempo, os setenta e dois discípulos voltaram cheios de alegria, dizendo: «Senhor, até os demónios nos obedeciam em teu nome».
Jesus respondeu-lhes: «Eu via Satanás cair do céu como um relâmpago.
Dei-vos o poder de pisar serpentes e escorpiões e dominar toda a força do inimigo; nada poderá causar-vos dano.
Contudo, não vos alegreis porque os espíritos vos obedecem; alegrai-vos antes porque os vossos nomes estão escritos no Céu».
Naquele momento, Jesus exultou de alegria pela ação do Espírito Santo e disse: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e aos inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado.
Tudo Me foi entregue por meu Pai; e ninguém sabe o que é o Filho senão o Pai, nem o que é o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar».
Voltando-Se depois para os discípulos, disse-lhes: «Felizes os olhos que veem o que estais a ver,
porque Eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que vós vedes e não viram e ouvir o que vós ouvis e não ouviram».
Tradução litúrgica da Bíblia
(1098-1179)
Abadessa beneditina e doutora da Igreja
«Livro das obras divinas», cap. 6
«Alegrai-vos antes porque os vossos nomes
estão escritos no Céu»
«Põe no Senhor as tuas delícias e Ele satisfará
os anseios do teu coração» (Sl 37,4).
O Espírito Santo é um fogo inextinguível, que concede todos os bens, abarca todos os bens, faz nascer todos os bens, ensina todos os bens e, com a sua chama, concede a linguagem ao homem. Pela força do seu fogo, Ele ensina a humildade de quem se coloca abaixo de todos e se considera o último de todos. O ardor espiritual tem a frescura da paciência, uma dignidade benevolente que tudo preenche; obra da humildade, ele é o fundamento daquilo que a santidade constrói em alturas superiores.
A fé é o estandarte da vitória: qual chama brilhante, ela mostra o caminho certo e o seu orvalho de esperança rega o espírito dos fiéis que anseiam pelo Céu: tendo em si a verdura da caridade perfeita, eles apressam-se a ser úteis a todos. Pelo suave sopro da penitência, lamentam-se na sua oração; qual brisa que faz nascer as flores, o calor do desejo do Céu produz um fruto excelente. [...]
A glória do paraíso é cercada por tal claridade que só se pode contemplá-la, com tudo o que ela contém, num espelho. Aí se regozijam as almas purificadas dos seus pecados, revestidas com o manto da imortalidade e da honra. [...] Todas as criaturas nasceram segundo a vontade de Deus e a própria vida eterna brotou de Deus e vem dele; e os ornamentos, as alegrias e todas as vozes cheias de júbilo da vida eterna vêm dele. Pois as obras dos eleitos, que germinaram graças ao Espírito Santo, irrompem no paraíso.
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