Evangelho segundo São Lucas 10,13-16.
Naquele tempo, disse Jesus: «Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida!
Porque, se em Tiro e em Sidónia se tivessem realizado os milagres que em vós se realizaram, há muito tempo teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e sentando-se sobre a cinza.
Assim, no dia do Juízo, haverá mais tolerância para Tiro e Sidónia do que para vós.
E tu, Cafarnaum, serás elevada até ao céu? Até ao inferno é que descerás.
Quem vos escuta, escuta-Me a Mim; e quem vos rejeita, rejeita-Me a Mim. Mas quem Me rejeita, rejeita Aquele que Me enviou».
Tradução litúrgica da Bíblia
«Gaudium et spes»,
Constituição dogmática sobre a Igreja
no mundo atual, §§ 40, 45
«Quem vos escuta, escuta-Me a Mim;
e quem vos rejeita, rejeita-Me a Mim»
A Igreja, que tem a sua origem no amor do eterno Pai, foi fundada no tempo por Cristo Redentor, e se reúne no Espírito Santo, tem um fim salvador e escatológico, que só poderá ser plenamente atingido no outro mundo. Mas existe já atualmente na terra, composta por homens que são membros da cidade terrena e chamados a formar, já na história humana, a família dos filhos de Deus, a qual deve crescer continuamente até à vinda do Senhor. Deste modo, a Igreja, simultaneamente «agrupamento visível e comunidade espiritual» (LG 8), caminha juntamente com toda a humanidade, participa da mesma sorte terrena do mundo e é como que o fermento e a alma da sociedade humana, a qual deve ser renovada em Cristo e transformada em família de Deus.
Esta compenetração da cidade terrena com a celeste só pela fé se pode perceber; mais, ela permanece o mistério da história humana, sempre perturbada pelo pecado, enquanto não chega a plena manifestação da glória dos filhos de Deus. Procurando o seu fim salvífico, a Igreja não se limita a comunicar ao homem a vida divina; espalha sobre todo o mundo os reflexos da sua luz, sobretudo enquanto cura e eleva a dignidade da pessoa humana, consolida a coesão da sociedade e dá um sentido mais profundo à quotidiana atividade dos homens. Assim, a Igreja pensa que, por meio de cada um dos seus membros e por toda a sua comunidade, pode contribuir em muito para tornar mais humana a família dos homens e a sua história.
Ao ajudar o mundo, e recebendo dele ao mesmo tempo muitas coisas, o único fim da Igreja é o advento do reino de Deus e o estabelecimento da salvação de todo o género humano. E todo o bem que o Povo de Deus pode prestar à família dos homens durante o tempo da sua peregrinação deriva do facto de a Igreja ser «sacramento universal da salvação» (LG 48), manifestando e simultaneamente realizando o mistério do amor de Deus pelos homens.
Nenhum comentário:
Postar um comentário