PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+) PADRE JOSÉ OSCAR BRANDÃO(+) REDENTORISTAS NA PAZ DO SENHOR |
Na casa de Cornélio, Pedro disse que Jesus “passou entre nós fazendo o bem e curando todos os que estavam em poder do diabo, porque Deus estava com Ele” (At 10,38). Ao definir sua missão, Jesus se dá o nome de bom Pastor. Não bom por ser bom, mas porque dá a vida pelas ovelhas. João, em seu Evangelho, explica essa missão: Dar a vida, defender do lobo que ataca e dispersa. Seu relacionamento com as ovelhas é de conhecimento na mesma intensidade do conhecimento que tem do Pai, pois é conhecimento de acolhimento e de entrega. O amor que tem para com o Pai é o mesmo que tem para com suas ovelhas. Sua missão nasce do amor que o Pai nos tem e pelo qual nos chama de filhos. Vivendo no amor do Pai dá a vida pelo rebanho e personaliza essa doação por cada ovelha. O amor doado em sua entrega é a energia que O move a realizar sua obra. Este amor não é fruto de sentimento nem de uma doutrina, mas é a própria comunhão de amor entre o Pai e o Filho. Temos o conhecimento pela fé que se concretiza pelo amor. A força de união do rebanho está nesse amor. Por isso Jesus convida a segui-Lo tomando a cruz (Mt 10,38). Não chama a estar com Ele só no sofrimento, mas também na glória. Diz ainda: Onde eu estiver ali estará também o meu discípulo (Jo 18,24). “Dou minha vida para recebê-la novamente” (Jo 10,18). A entrega é a razão pela qual o Pai O ressuscita. Podemos ter certeza que só seremos bons pastores do povo de Deus, se tivermos uma vida entregue pelo amor. Não há redenção sem cruz. Esse conhecimento se estende a outras ovelhas que querem também ser amadas por Deus através de nós. É o amor universal como teve Jesus. Sua missão foi sua entrega a toda humanidade. A terna imagem do Bom Pastor não tira a dureza do sofrimento do cordeiro mudo levado ao matadouro.
Conhecer pelo amor
Temos dois tipos de conhecimento de Deus: conhecimento pela inteligência da fé e o conhecimento pelo amor. Não se separam, mas os vemos separadamente. A fé é a adesão à pessoa de Jesus. O conhecimento pelo amor é o que estabelece a experiência do Senhor: “Provai e vede como o Senhor é bom” (Sl 34,8). Jesus afirma: “Conheço minhas ovelhas e elas Me conhecem, assim como o Pai Me conhece e Eu conheço o Pai” (Jo 10,14). É a força criadora do verbo conhecer na Sagrada Escritura. Refere-se também à união para a geração de uma nova vida. Por isso Jesus é o bom pastor porque dá a vida por suas ovelhas (15). Toda obra da redenção se faz na dinâmica do amor que conhece. Lembremos da aparição de Deus a Moisés quando pastor das ovelhas de Jetro: “Eu vi o sofrimento de meu povo no Egito e ouvi seus clamores por causa de seus opressores. Sim, Eu conheço seus sofrimentos” (Ex 3,7). A redenção se apoia no amor de Deus que conhece o que há no coração do homem. Jesus conhece o sofrimento e leva o amor ao extremo (Jo 13,1).
Pedra angular
Pedro em suas palavras aos chefes explica que o paralítico foi curado pelo nome de Jesus. Ele é a pedra que vós, os construtores, desprezastes e se tornou a pedra angular. Em nenhum outro há salvação. Só por ele podemos ser salvos (At 4,10-11). Tudo é obra de sua misericórdia (Sl 117). Vivendo o tempo pascal rezamos na liturgia de hoje pedindo que sejamos conduzidos à comunhão das alegrias celestes (oração), e as ovelhas, redimidas pelo Sangue de Cristo, vivam nos prados eternos. Cada liturgia é um encontro com o Pastor que nos estimula a segui-lo até a cruz para chegar a sua Ressurreição.
Leituras: Atos 4,8-12; Salmo 117;
1João 3,1-2; João 10,11-18
1. Jesus se dá o nome de Bom Pastor que dá vida e defende as ovelhas. Seu relacionamento com as ovelhas é de conhecimento como conhece o Pai. O amor que tem pelo Pai é o mesmo que tem pelas ovelhas. Seu amor é por todo o rebanho, mas personalizado em cada ovelha. O conhecimento pelo amor é comunhão. Jesus convida a tomar a cruz e segui-lo. Seguiremos também na glória. Só seremos pastores se doarmos a vida. Há outras ovelhas.
2. Conhecemos pela fé e pelo amor. O conhecimento pelo amor estabelece a experiência do Senhor. O conhecimento das ovelhas é o mesmo que tem do Pai. O verbo conhecer tem força criadora. Toda obra da redenção se faz na dinâmica do amor. Por isso Jesus é o bom Pastor porque dá a vida pelas ovelhas. A redenção se apoia no amor de Deus que conhece o que há no coração do homem.
3. O paralítico foi curado em nome, isto é, na pessoa de Jesus. Ele é a pedra angular. Pela obra da misericórdia pode salvar a todos. Vivendo o tempo pascal buscamos a comunhão com as alegrias celestes para podermos viver nos prados eternos. Cada Eucaristia estimula o encontro com o Pastor.
Não dá para escapar.
Certamente que ninguém é obrigado a aceitar a salvação. Mas é muita ignorância recusar um tão belo presente, como nos explica o apóstolo S. João: “Vede que grande presente Deus nos deu de sermos chamados filhos de Deus! E nós o somos” (1Jo 3,1). Tanta bondade que não dá para entender porque recusar.
Além do mais, ainda temos um bom pastor que dá a vida pelas ovelhas. Não é um empregado que não dá a vida pelo rebanho. Jesus tem profunda ligação conosco, pois nos conhece e nós O conhecemos. Esse conhecimento é Divino, pois é o mesmo que Jesus tem com o Pai. Conhecimento de comunhão.
Não sabemos como isso acontece, mas um dia saberemos, pois seremos iguais a Ele. Ser igual é passar pelo mesmo caminho que passou da morte para a vida.
Quando Pedro e João respondem aos que interrogavam por terem curado o aleijado, que foi por Jesus que eles haviam crucificado. Mas Deus O ressuscitou. Ele é a pedra angular e é Nele que temos a salvação. Não dá para escapar de tanta bondade.
Homilia do 4º Domingo de Páscoa (26.04.2015)
Nenhum comentário:
Postar um comentário