Os evangelistas, ao narrarem o encerramento da missão de Jesus entre nós na realização da obra da redenção, salientam que os discípulos foram enviados em missão. Depois da Vinda do Espírito Santo se transformaram. Os próprios chefes do povo se admiravam da coragem e da sabedoria dos apóstolos que eles sabiam serem homens sem estudos e gente do povo (At 4,13). A força da Ressurreição era o estímulo e o dinamismo interior que impulsionava aqueles homens. Sentiam-se enviados ao anúncio do que ouviram e viram. Como Jesus estivera morto e agora estava vivo, o que se podia temer? A presença de Jesus ressuscitado modificara suas vidas. Deram-se totalmente ao anúncio. Jesus lhes dissera: “Assim está escrito que o Messias devia sofrer e ressuscitar dos mortos ao terceiro dia e que, em seu nome, fosse proclamada a conversão e a remissão dos pecados a todas as nações a começar por Jerusalém. Vós sois testemunhas de tudo isso”(Lc 24, 46-48). “E eles saíram a pregar por toda a parte agindo com eles o Senhor e confirmando a Palavra por meio dos sinais que a acompanhavam” (Mc 16.20). Foram enviados por Jesus no momento da primeira aparição, como nos escreve João: “Como o Pai me enviou, também vos envio” e lhes deu o Espírito Santo: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados eles serão perdoados. Àqueles aos quais os retiverdes, eles serão retidos” (Jo 21-23). Se agora temos hoje no mundo mais de 1.250.000 católicos. Todos nasceram da Palavra anunciada por aqueles homens simples, mas cheios do Espírito Santo. Os maiores sinais não são os milagres, mas o acolhimento da Palavra anunciada. Os proclamadores da Ressurreição de Jesus estão em plena atividade pelo mundo inteiro. Todos continuam o anúncio feito pelos apóstolos.
Uma missão universal de perdão
A pregação dos apóstolos concluía convocando ao arrependimento e à conversão. Converter-se é reconhecer Jesus como Senhor e Cristo deixando de lado toda e qualquer outra segurança. São João ensina que é mentiroso quem diz que ama a Deus e não cumpre seus mandamentos (1Jo 2,4). A segurança é crer em Jesus, Aquele, que foi crucificado, ressuscitou e agora está à direita de Deus, isto é, no poder de Deus. Essa pregação dos apóstolos produziu seu efeito. O convite à conversão está unido ao perdão dos pecados. Este não é um ato privado e individual, mas projeto de reconciliação universal de todos com Deus e entre si. A própria natureza espera esse momento de reconciliação(Rm 8,20-22). O pecado da humanidade destrói o mundo. Novos céus e nova terra começam aqui. O paraíso terrestre não é só um belo lugar de descanso, mas a terra fecundada pelo amor que produz frutos de justiça e fraternidade. É a terra prometida a Israel, conquistada definitivamente por Cristo onde o mal não tem morada. Crer é fazer um mundo novo.
Continuadores de Cristo
Todos são chamados e enviados. Não é missão somente dos apóstolos, mas de todos. Os católicos jogam à responsabilidade de padres e bispos toda a missão da Igreja. Na verdade, estes estão a serviço dos anunciadores de Cristo. A força do apóstolo está em sua identificação com Cristo. Tornam-se assim continuadores de Cristo por sua união a Ele, revestidos internamente por Ele (Rm 13,14),Tornam-se sua presença entre as pessoas. A força da Evangelização pascal está na fé do apóstolo e em sua decisão fundamental de ser de Cristo. Por isso Pedro dirá com força: “Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós...” (At 15,28).
ARTIGO PUBLICADO EM ABRIL DE 2015
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