PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
Madeira marcada pelo vento.
O ícone
de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro foi trazido de Creta. A madeira tem 54 por
41,5 cm. Quando se restaurou o quadro em 1995, notou-se que é uma madeira cheia
de nervos, o que denota sua origem de uma região de muito vento. Vento é o
símbolo do Espírito Santo. Podemos ver um símbolo da íntima união de Maria com
a vida e missão de Jesus que era conduzido pelo Espírito Santo O ícone
(pintura) de Nossa Senhora sobre a madeira traz Jesus, a Virgem Maria e os
instrumentos da Paixão. As inscrições dizem Jesus Cristo e Mãe de Deus. Na
tradição oriental ela é a Senhora da Paixão (para nós, Nossa Senhora das
Dores). Mas, nós a chamamos N.S.P.Socorro. Ela é a mãe unida ao Filho. Tem a
séria doçura do Espírito que enche de força sua misericordiosa e terna
compaixão, como percebemos em seus olhos. Podemos assim compreender que ter
Maria como intercessora em nosso favor junto a seu Filho é acolher o dom do
Espírito que nos levará a ter a mesma compaixão pelos pequenos e sofredoras. Os
olhos da Virgem são grandes, significando a visão que tem de Deus. Seus
olhos estão voltados não para o Filho que ela sustem nos braços, mas para
aqueles que a ela dirigem seus olhares suplicantes. Maria é solícita para com
todos como o foi nas bodas de Caná. A
partir do momento em que nos foi dada como mãe, na Cruz, adota-nos e cuida de
nós, sempre movida pelo Espírito Santo.
Mãos que se entrelaçam.
O ícone
de N.S.P.Socorro tem as características da pintura oriental. É um quadro a ser
contemplado. Na realidade, o que no anúncio da pregação se faz através das
palavras, na pintura faz-se através das imagens pintadas. A pintura é uma
Hodighitria, isto é, Maria caminho para Cristo. Maria tem as mãos estendidas na
direção do Filho. Ela é o caminho que Conduz ao Filho. A meta da devoção a
Maria é seu Filho Jesus. Ela não substitui a mediação do Filho, mas envolve-se
nela. O interessante é que o Filho acolhe esta mediação intercessora pegando a
mão de Maria. Ela é o caminho que leva a Jesus que é caminho, verdade e vida.
Ter afeto à Mãe do Perpétuo Socorro é buscar com ela o Filho. Outro tipo é a
Senhora da Paixão. Seu filho é o homem das dores, pois os anjos trazem os
instrumentos da Paixão e os apresentam.
Jesus encontra socorro nos braços de Maria ao se “assustar” com os instrumentos
da Paixão. Assim, os fiéis, assustados com as dores da vida podem encontrar em
Maria o regaço acolhedor. Seguro em suas mãos, o Menino sente-se em paz e pode
estar a salvo. S. Afonso diz que o verdadeiro devoto de Maria não se
perde. Não só por ser Nossa Senhora, mas por sua íntima ligação com a pessoa de
Cristo e a sua missão.
Na
Paixão de Cristo, a paixão de seus seguidores.
Neste dia
28 de junho celebramos uma festa redentorista muito querida: são os quatro
beatos ucranianos, beatificados por João Paulo II dia 27 de junho de 2001: os
bispos Nicolau e Basílio e os sacerdotes Ivã e Zenão. Todos martirizados pelos
comunistas em defesa da fé, da Igreja Grego-Católica. São homens de uma fé e
uma coragem incomparáveis. Passaram por
imensas torturas, interrogatórios e prisões. Sempre foram fiéis ao seu
ministério e à caridade para com seus companheiros de prisão. É uma riqueza
para nós redentoristas e um enriquecimento de nosso carisma.
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