sexta-feira, 23 de maio de 2014

REFLETINDO A PALAVRA - “Quando orardes, dizei!”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA CSsR
O homem mais útil.
Vivemos tempos favoráveis para a espiritualidade. Há uma busca muito grande por tudo que tenha sabor de espiritual. Não sem razão, um grande teólogo da Igreja Católica, Karl Rahner, fez uma afirmação profética: “O homem do século XXI ou será místico ou não existirá”. Místico está significar um homem voltado para as realidades espirituais. Cada século tem sua característica. O século XX se caracterizou por grandes avanços da ciência e, ao mesmo tempo que pela grande crueldade de guerras e totalitarismo. Porém, subindo a montanha do saber, os homens da ciência encontraram lá no topo os homens dialogando com Deus. Ser cientista não significa mais ser ateu, pois a ciência é capaz de levar ao conhecimento de Deus. “O que se pode conhecer de Deus é manifesto entre eles, pois Deus lho revelou. Sua realidade invisível – seu eterno poder e sua divindade – tornou-se inteligível desde a criação do mundo, através das criaturas”(Rm 1,20). O sábio, em primeiro lugar, é aquele que vive a sabedoria de Deus. A sabedoria de Deus não exclui o estudo e a pesquisa, antes os complementa. Esta sabedoria que nasce do coração aberto a Deus, torna-se uma fonte para as outras pessoas. Quando encontramos alguém que sabe rezar, logo ficamos atentos para aprender. O homem que sabe rezar é o mais útil. Chegando à sabedoria, poderá, com a ciência, levar o mundo ao crescimento e `a solução dos seus graves problemas.
Pedagogia da oração.
Jesus era um pedagogo. Sabia que, rezando, ensinava a rezar. Aliás, a melhor maneira de aprender a rezar é rezando. Ele nos introduz na sua oração pelos seus exemplos e por suas palavras. Os discípulos viam Jesus rezando, pois passava as noites em oração (Lc 6,12). Rezava as orações da tradição do povo e fazia preces espontâneas (Mt 11,25). Ia ao monte para rezar (Mt 14, 23). Jesus ensinava o que significa rezar e qual é o caminho da oração: Ele se dirige ao Pai. Tem um modo espontâneo e carinhoso de falar com o Pai: “Abbá”, que quer dizer, Pai querido. Pela parábola do amigo inoportuno podemos ver que a oração deve ser insistente. O assunto da oração está no Pai Nosso que não é uma oração a ser recitada com fazemos, mas os assuntos que devemos tratar e as prioridades dos assuntos. A oração, pelo que vemos no Pai-Nosso, tem como assunto central ajustar-se ao que Deus é: reconhecimento de sua santidade e o desejo de que ela se estabeleça, que o Reino cresça e que sua vontade seja o caminho de todos. À medida que rezo, estou ajustando-me às do Pai Nosso. Depois apresenta os pedidos fundamentais: Pão, tanto eucarístico como o alimento corporal, o perdão e a proteção contra o perigo de cair na tentação.
Continuamos a oração de Jesus.
A grande novidade da oração cristã não é que rezamos, mas que continuamos a oração de Jesus. Ele no-la deu como testamento. Testamento significa que nós temos sua oração. Continuamos na terra sua oração. O que necessitamos é saber estabelecer um ritmo de oração pessoal que se ajuste ao nosso jeito e ao jeito de Jesus. Precisamos mesmo é de rezar, como Jesus e Maria e tantos cristãos o fazem.

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