Evangelho segundo S. João 15,26-27.16,1-4a.
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Quando vier o Paráclito, o Espírito da
Verdade, que procede do Pai, e que Eu vos hei-de enviar da parte do Pai, Ele
dará testemunho a meu favor. E vós também haveis de dar testemunho, porque
estais comigo desde o princípio.» «Dei-vos a conhecer estas coisas para não
vos perturbardes. Sereis expulsos das sinagogas; há-de chegar mesmo a hora
em que quem vos matar julgará que presta um serviço a Deus! E farão isto por
não terem conhecido o Pai nem a mim. Deixo-vos ditas estas coisas, para que,
quando chegar a hora, vos lembreis de que Eu vo-las tinha dito. Não vo-las
disse, porém, desde o princípio, porque Eu estava convosco.»
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Pedro Crisólogo (c. 406-450),
bispo de Ravena, doutor da Igreja - Sermão 108; PL 52, 499
«Rogo-vos, pois, irmãos, pela misericórdia
de Deus, que ofereçais o vosso corpo como hóstia viva, santa e agradável a Deus»
(Rom 12,1). Através deste pedido, o apóstolo Paulo ensina todos os homens a
participarem no sacerdócio. […] O homem não procura no exterior o que vai
oferecer a Deus, antes traz consigo e em si o que vai sacrificar a Deus para seu
próprio bem. […] «Rogo-vos pela misericórdia de Deus.» Irmãos, este sacrifício é
à imagem de Cristo, que imolou o seu corpo e ofereceu a sua vida pela vida do
mundo. Na verdade, Ele fez do seu corpo um sacrifício vivo, Ele que vive ainda,
após ter sido morto. Neste tão grande sacrifício, a morte é aniquilada, é
conquistada pelo sacrifício. […] É por isso que os mártires nascem no momento da
sua morte e começam a sua vida quando a terminam; vivem quando são mortos e
brilham no céu quando, na terra, se pensa que morreram. […]
O
profeta cantou: «Não desejais sacrifícios nem oblações – abristes os meus
ouvidos – não pedis holocaustos nem vítimas» (Sl 39,7). Sê simultaneamente o
sacrifício oferecido e aquele que o oferece a Deus. Não percas aquilo que o
poder de Deus te ofereceu. Veste o manto da santidade. Toma o cinto de
castidade. Que Cristo seja o véu da tua cabeça; a cruz, a protecção da tua testa
que te dá perseverança. Conserva no teu coração o sacramento das Escrituras
divinas. Que a tua oração arda sempre como incenso agradável a Deus. Toma «a
espada do Espírito» (Ef 6,17); que o teu coração seja o altar onde poderás, sem
temor, oferecer toda a tua pessoa e toda a tua vida. […]
Oferece a
tua fé para punir a descrença; oferece o teu jejum para pôr fim à voracidade;
oferece a tua castidade para que a sensualidade morra; sê fervoroso para que a
maleficência acabe; faz obras de misericórdia para pôr fim à avareza; e, para
suprimir a futilidade, oferece a tua santidade. Deste modo a tua vida
tornar-se-á a tua oferenda, se ela não tiver sido ferida pelo pecado. O teu
corpo vive, sim, vive, todas as vezes que, ao fazeres o mal morrer em ti,
ofereceres a Deus virtudes vivas.
http://www.evangelhoquotidiano.org/
Nenhum comentário:
Postar um comentário