Maria Luísa Trichet (ou Maria Luísa de Jesus), com São Luís Maria Grignion de Montfort, é a co-fundadora da Congregação das religiosas chamadas “Filhas da Sabedoria”.
Nasceu em Poitiers (França), no dia 7 de maio de 1684, tendo sido baptizada no mesmo dia. Filha de uma família de oito filhos, recebeu sólida educação cristã, tanto no seio da família, quanto na escola. Aos 17 anos, encontrou-se pela primeira vez com S. Luís Maria Grignion de Montfort, que acabara de ser nomeado como capelão do hospital de Poitiers. Sua fama de pregador e de confessor, já era notável entre a juventude daquela região.
Espontaneamente, Maria Luísa ofereceu seus serviços ao hospital. Ela consagra uma boa parte de seu tempo, aos pobres e aos enfermos. Diante da sua dedicação, São Luís prontamente a pediu para que ali permanecesse. A este convite, Maria Luísa respondeu com sua entrega total. Mesmo não havendo posto vago para o cargo de governanta, aceitou ser admitida somente como simples colaboradora.
“Você voltará louca como este sacerdote”, lhe havia dito a sua mãe. “Que ideia, quando se é bela, jovem e de boa família, vestir um hábito cinza (2 de Fevereiro de 1703) e passar seu tempo a cuidar de vagabundos, enfermos e empestados! Que loucura seguir este sacerdote louco!”
Durante dez anos, Maria Luísa desempenhou com a maior perfeição possível, seu humilde serviço de cuidar dos inválidos. Nesta época, São Luís havia deixado Poitiers e Maria Luísa permaneceu à frente dos serviços.
A célebre cruz que Montfort havia deixado, está colocada no centro do hospital. Maria Luísa leva uma cruz sobre sua túnica cinza, porém, de todo o coração. Com efeito, continua a realizar seu esgotador trabalho de cada dia, enfrentando a ausência pela diminuição do número de companheiras, além de sofrer dura perda do falecimento de suas irmãs e de seu irmão, jovem sacerdote morto por causa da peste, vitimado pela sua extrema abnegação.
Nesta fase deu-se o início da Congregação das irmãs “Filhas da Sabedoria”, em 1714 com a chegada da primeira companheira, Catarina Brunet e consolidada em 1715, com a fundação em La Rochele, com duas novas recrutas: Maria Regnier e Maria Velleau.
No ano seguinte (1716), morre prematuramente São Luís Maria de Montfort, com a idade de 43 anos. Este fato, a princípio, desestabilizou a jovem congregação, abalada duramente por esta notícia, tanto dolorosa, quanto inesperada. Foi neste momento que, Maria Luísa, encontrou forças para reerguer o ânimo de todos, lembrando-se da frase escrita por São Luís: “Se não arrisca-se algo por Deus, nada de grande se fará por Ele”.
Durante 43 anos Maria Luísa de Jesus, só, forma suas companheiras, conduz e desenvolve as fundações que se multiplicam: Escolas de caridade, visitas e cuidados aos enfermos, sopa popular para os mendigos, gestão de grandes hospitais marítimos na França.
Os pobres do hospital de Nior (Deux-Sèvres) a chamavam “A boa Madre Jesus”. Nisto expressava-se tudo! Seu lema de vida era muito simples: “É necessário que eu ame a Deus ocultamente, em meu próximo” (Coro de um cântico composto por Luís Maria de Montfort, destinado às Filhas da Sabedoria).
Quando ela morreu em Saint-Laurent-sur-Sèvre, em 28 de Abril de 1759, a congregação contava com 174 religiosas, presentes em 36 comunidades, mais a casa da Madre. São Luís Maria de Montfort e a Beata Maria Luísa de Jesus, descansam juntos, na Igreja paroquial de São Lourenço.
Desde este momento, as Filhas da Sabedoria atravessaram os séculos arrebanhando milhares e milhares de vocações, pelo chamado à entrega total, pela loucura do Amor de Deus e dos pobres. Hoje, elas estão presentes nos cinco continentes.
Em 16 de maio de 1993, Maria Luísa de Jesus (Trichet), foi beatificada pelo Papa João Paulo II, em Roma. O Santo Padre esteve, em 19 de Setembro de 1996 em Saint-Laurent-sur-Sèvre, quando rezou junto às tumbas de São Luís e da Beata Maria Luísa.
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