Evangelho segundo S. João 15,9-17.
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Assim como o Pai me tem amor, assim Eu
vos amo a vós. Permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos,
permanecereis no meu amor, assim como Eu, que tenho guardado os mandamentos do
meu Pai, também permaneço no seu amor. Manifestei-vos estas coisas, para que
esteja em vós a minha alegria, e a vossa alegria seja completa. É este o meu
mandamento: que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei. Ninguém tem mais
amor do que quem dá a vida pelos seus amigos. Vós sois meus amigos, se
fizerdes o que Eu vos mando.
Já não vos chamo servos, visto que um servo não
está ao corrente do que faz o seu senhor; mas a vós chamei-vos amigos, porque
vos dei a conhecer tudo o que ouvi ao meu Pai. Não fostes vós que me
escolhes-tes; fui Eu que vos escolhi a vós e vos destinei a ir e a dar fruto, e
fruto que permaneça; e assim, tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome Ele vo-lo
concederá. É isto o que vos mando: que vos ameis uns aos outros.»
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Papa Francisco
Exortação
apostólica «Evangelii Gaudium / A Alegria do Evangelho» §264 (trad. © copyright
Libreria Editrice Vaticana, rev)
O encontro pessoal com o amor de Jesus que
nos salva: a primeira motivação para evangelizar é o amor que recebemos de
Jesus, a experiência de sermos salvos por Ele, que nos impele a amá-Lo cada vez
mais. Com efeito, um amor que não sentisse a necessidade de falar da pessoa
amada, de a apresentar, de a tornar conhecida, que amor seria? Se não sentimos o
desejo intenso de comunicar Jesus, precisamos de nos deter em oração para Lhe
pedir que volte a cativar-nos. Precisamos de o implorar a cada dia, de pedir a
sua graça para que abra o nosso coração frio e sacuda a nossa vida tíbia e
superficial.
Postos diante dele com o coração aberto, deixando que
Ele nos olhe, reconhecemos aquele olhar de amor que Natanael descobriu no dia em
que Jesus Se fez presente e lhe disse: «Eu vi-te, quando estavas debaixo da
figueira!» (Jo 1,48). Como é doce permanecer diante dum crucifixo ou de joelhos
diante do Santíssimo Sacramento, e fazê-lo simplesmente para estar diante dos
seus olhos! Como nos faz bem quando Ele vem tocar a nossa existência e nos leva
a comunicar a sua vida nova! Sucede então que, em última análise, «o que nós
vimos e ouvimos, isso anunciamos» (1 Jo 1,3). A melhor motivação para nos
decidirmos a comunicar o Evangelho é contemplá-lo com amor, é determo-nos nas
suas páginas e lermo-lo com o coração. Se o abordarmos desta maneira, a sua
beleza deslumbrar-nos-á, cativar-nos-á vezes sem conta. Portanto, é urgente
recuperarmos um espírito contemplativo, que nos permita redescobrir, a cada dia,
que somos depositários dum bem que humaniza, que ajuda a levar uma vida nova.
Não há nada melhor para transmitir aos outros.
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