Evangelho segundo São Mateus 11,28-30.
Naquele tempo, Jesus exclamou: «Vinde a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei.
Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas.
Porque o meu jugo é suave e a minha carga é leve».
Tradução litúrgica da Bíblia
(575-650)
Monge do Monte Sinai
A Escada Santa, 24.º degrau
«Aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração»
A luz da aurora precede o sol, e a precursora da humildade é a mansidão. Escutemos a Luz, que nos revela a ordem pela qual as dispôs: «Aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração». Antes de contemplarmos o sol, temos de ser iluminados pela aurora; só então seremos capazes de suportar a visão do sol. De facto, é impossível, absolutamente impossível, olhar para o sol antes de conhecer esta luz, como nos ensina o lugar respetivo de cada uma destas duas virtudes nas palavras do Senhor.
A mansidão é um estado imutável do intelecto, que permanece sempre o mesmo, tanto nas honras como nas humilhações. Mansidão é, quando somos afligidos pelo nosso próximo, rezar por ele sinceramente, sem nos deixarmos influenciar pelos seus atos. A mansidão é uma rocha que domina o mar da irascibilidade, e contra a qual se despedaçam as ondas que contra ela chocam, sem nunca a abalarem. A mansidão é o sustentáculo da paciência, a porta, ou melhor, a mãe da caridade, o fundamento da discrição. Ela promove o perdão dos pecados, dá confiança na oração, é a morada do Espírito Santo: «É nos humildes de coração contrito que os meus olhos se fixam» (Is 66,2).
A mansidão é a colaboradora da obediência, a guia da comunhão fraterna, o freio dos furiosos, o obstáculo dos coléricos, uma fonte de alegria, a imitação de Cristo, uma qualidade própria dos anjos, o grilhão dos demónios, um escudo contra a amargura. O Senhor repousa nos corações mansos; mas a alma agitada é o assento do diabo.

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