Denise nasceu no dia 8 de janeiro de 1930 em Gazeran, uma localidade próxima a Paris. Foi a primogênita de uma família com oito irmãos e desde muito cedo teve que ajudar sua mãe nos afazeres domésticos. Com um caráter forte e resoluto, Denise alternava as tarefas do dia a dia com a escola e, ao mesmo tempo, ia cultivando uma fé cada vez mais profunda. Tinha o desejo de se tornar freira, mas abnegada, decidiu que primeiro deveria ajudar a criar seus irmãos. Ao término dos estudos de sua irmã mais nova, Denise tomou a decisão de entrar no Instituto das Irmãs Missionárias de Nossa Senhora dos Apóstolos, fundado em 1876 por um padre (Augustin Planque). No dia 3 de março de 1959 ela iniciou seu postulantado numa das casas desse Instituto situada na cidade de Lion. Após seis meses, já endossando o hábito religioso, Denise recebeu o nome religioso de Bibiana em homenagem a Santa Bibiana, uma santa que havia morrido mártir no século IV. Em seu coração, Irmã Bibiana desejava partir como missionária, talvez para a África subsaariana. Com o passar do tempo seu desejo foi realizado: foi enviada para a Argélia, no norte da África. Chegando na terra estrangeira, começou a trabalhar na maternidade mantida pelas irmãs. Nos primeiros tempos foi difícil a mudança: o clima, a alimentação e, o maior desafio, aprender uma língua nova… Tudo, no entanto, foi sendo superado e Irmã Bibiana foi se amoldando à história que Deus ia lhe presenteando. Em 1964 foi enviada para Belcourt, um bairro de Argel, a capital do país. Nessa escola se deveria ensinar corte e costura e os rudimentos de economia doméstica para as meninas pobres da região. À frente desse trabalho, ela acaba professando seus votos perpétuos em 1967. Durante os longos anos em que trabalhou, Irmã Bibiana pode fazer inúmeras experiências e conviver com as moças da Argélia, aprendendo a apreciar a proximidade a essa realidade. Vivia uma vida simples, iluminada pela fé, que era alimentada por Exercícios Espirituais que praticava junto das Clarissas ou mesmo famoso mosteiro trapista de Tibhirine. Nem tudo, porém, era paz e tranquilidade: infelizmente o fundamentalismo islâmico se fazia presente. Certa vez sua aula foi interrompida por um rapaz que exigia que ela ensinasse o Alcorão para as moças. Com muita paciência ela conseguiu contornar a situação. Em 1994, com o aumento desse fundamentalismo e as perseguições, principalmente contra estrangeiros, foi ofertado às freiras de voltarem para seus países, ou mesmo, se desejassem, ficar na Algéria, mesmo sabendo dos riscos. Irmã Bibiana, com grande coragem, resolveu permanecer. A maior parte da população local vivia com harmonia e tinha em grande apreço a presença das irmãs. Mas nem todos pensavam do mesmo modo… No dia 3 de setembro de 1995, Irmã Bibiana e Irmã Angèle-Marie Littlejohn foram à Missa na casa das Irmãs Salesianas. À noite, após a celebração, foram para casa. No caminho, ouviram-se tiros: as duas religiosas ao chão, envolvidas numa poça de sangue. O ódio de fanáticos religiosos pela fé cristã fez nascer no céu duas mártires, dentre tantos outros mártires, que deram suas vidas pelo amor ao próximo e ao Evangelho. No dia 8 de dezembro de 2018, numa celebração presidida pelo Cardeal ngelo Becciu as duas, juntamente com um grupo de outros mártires, foram proclamadas bem-aventuradas.
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