segunda-feira, 29 de junho de 2020

PAULO DE TARSO Apóstolo, Mártir, Santo Século I

A celebração dos 2000 anos do nascimento do grande apóstolo [São Paulo] dá-nos a ocasião para conhecermos mais em profundidade a sua vida e o admirável testemunho de Cristo e do Evangelho que nos deixou. São Paulo é um grande sinal da ternura de Deus não apenas para o seu tempo e para toda a história cristã, mas também para a nossa geração. Nele se revela como Deus pode mudar uma pessoa de fanático intolerante contra Cristo em apóstolo e testemunha apaixonado do mesmo Cristo que antes combatia.
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Porquê esta mudança? Ele considera que foi apanhado por Cristo e que é uma maravilha tê-lo conhecido (cf Fl 3). Por isso, nada lamenta do que deixou para trás, pois encontrou um bem muito mais precioso, a fé em Cristo e a graça do Seu Evangelho. Não quer outra coisa senão correr para diante em direcção à meta, para o prémio a que Deus, lá do alto, nos chama em Cristo Jesus. Paulo é testemunha da beleza e da força de vida que nos vem da fé em Cristo. O Livro dos Actos dos Apóstolos e as cartas que escreveu às comunidades cristãs comunicam-nos o grande amor que encontrou no Senhor e que ele mesmo se esforçou para dar a conhecer. Nos textos litúrgicos da solenidade dos santos Pedro e Paulo, encontramos vários elementos para conhecemos melhor este apóstolo. Na Carta aos Gálatas, reconhece que Deus o chamou pela sua graça e lhe revelou o seu Filho para que ele o anunciasse aos gentios. O próprio Jesus Cristo lhe revelou o Evangelho que ele comunicava aos outros (cf Gl 1, 11-20). Na segunda carta a Timóteo, o apóstolo, prisioneiro em Roma, faz o balanço da sua vida: testemunha que, no seu combate pelo Evangelho e sua proclamação aos homens, o Senhor esteve sempre a seu lado e lhe deu força para desempenhar a missão que lhe estava confiada. Agora espera a “coroa da justiça”, a salvação, que o Senhor dá não apenas a ele “mas a todos aqueles que tiverem esperado com amor a sua vinda”. O prefácio da eucaristia salienta que Paulo ilustrou a fé em Cristo com a sua doutrina, anunciou o Evangelho a todos os povos. Com Pedro trabalhou “para formar a única família de Cristo”. A Igreja é, assim, grandemente devedora do trabalho apostólico de São Paulo no anúncio da mensagem de Cristo, da constituição das comunidades cristãs e da sua organização. E ainda pelas cartas que nos deixou e constituem uma parte substancial do Novo Testamento. Que traços da ternura de Deus nos revela São Paulo? O primeiro é a graça divina que é capaz de mudar e reorientar a vida, como ele mesmo experimentou. Depois, o dom do Evangelho que é oferecido a todos os homens. Paulo contribuiu de modo extraordinário para a sua comunicação universal, expressando-o nas linguagens culturais adequadas e libertando-o de formas judaicas não essenciais. Abriu assim o caminho para que a missão evangelizadora chegasse a todo o mundo. Também para hoje, a sua obra é iluminadora e estimulante. Por fim, o apóstolo não teme perante a exigência de dar a vida, derramando o seu sangue como aconteceu com o Senhor, participando na sua paixão, pois estava convencido que nada, nem a morte, o poderia separar do amor de Cristo. O êxito estava garantido, pois ele mesmo ensinava que “se morremos com Cristo, também viveremos com Ele” (Rm 6,8). Padre Jorge Guarda Vigário geral da Diocese Leiria-Fátima
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