PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 52 ANOS CONSAGRADO 44 ANOS SACERDOTE |
Povo de Deus
A celebração do Natal nos traz uma riqueza muito grande de ensinamentos. Jesus nasce em um povo que de séculos esperava o Messias prometido. Estava até descrito o lugar: “E tu, Belém... de ti sairá um que será o guia que apascentará Israel, o meu povo” (Mt 2,6). Nasce rodeado dos privilegiados de Deus: “É o resto de Israel que permaneceu fiel a Deus”. Belém é a cidade de Davi, colocando assim Jesus recém nascido na linha real, conforme a promessa feita a Davi (2Sm 7,16). Os pastores eram os últimos. Esses, chamados de resto, foram os que permaneceram fiéis a Deus, pois só Nele podiam por sua esperança. Os pastores recebem a notícia: “Nasceu para vós um Salvador, o Cristo Senhor” (Lc 2,11). Senhor significa Deus. O que nasce é Divino. Maria e José faziam parte desses fiéis. Nazaré, onde viviam, estava fora do circuito. De lá não vinha nada bom, como disse Natanael e como disseram os fariseus (Jo 1,46 e 7,41). Não é uma posição política, mas profundamente nascida do coração de Deus que escolheu os fracos, pois é seu defensor. A visita aos pastores, no campo, fora do ambiente do templo e da sinagoga abre uma visão da missão do Messias. Deus não despreza os poderosos, mas tem que assumir sozinho o cuidado dos abandonados. Aqueles não entenderam que o que receberam de Deus era para ser multiplicado em bem de todos. O poder e a riqueza bloqueiam a graça. As atividades terrenas podem obstruir o alegre anúncio.
Nascido de uma mulher
Jesus nasce de Maria. Quando o Anjo Gabriel faz o anúncio, diferentemente, ele se dirige diretamente à mulher, não ao homem. Por que? É a grande dignidade da mulher decidir a entrada de Deus no mundo. O pecado veio por Eva e a Graça por Maria. Vemos que José é dado como responsável, como esposo legítimo, tanto pela Mãe como pelo Filho. Já dizemos que pai é aquele que cria. Maria, assumindo a maternidade, entra em uma dimensão humana diferente, pois, não é somente mãe de uma criança, mas de uma criança que é Deus, o Filho Divino. Por isso pode e deve ser chamada Mãe de Deus. Se dissermos diferente, negamos a Divindade de Jesus. Perde-se todo o sentido de Salvador, pois Ele nos salva como Deus, na condição humana. Nele está a salvação. Não podemos ver na Santíssima Virgem Maria só os dons, mas o modelo acabado do fiel redimido. Ela se torna o modelo de definição por Deus, acolhendo sua vontade de Deus, participando de seu desígnio de salvação. “Ela conservava tudo em seu coração, meditando (Lc 2,19)” Ele é o cofre onde se guardam os tesouros de Deus. Dali ela tira tudo para a formação de seu Filho. A educação de Jesus não foi feita de milagres, mas de carinho de Mãe que colheu as riquezas de Deus em sua missão e transmitiu ao Filho e agora a nós os filhos.
Bênção que permanece
O Senhor ensinou a Moisés a abençoar o povo. O povo gosta de bênção. Assim o povo pode caminhar com a certeza da presença de Deus: “O Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face, e se compadeça de ti. O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz” (Nm 6,24-27). Mais que derramar bênçãos, o Senhor se manifesta e mostra seu rosto. Ser abençoado é ter Deus que está voltado para nós. Queremos mais? Sua face e seu rosto estão voltados para nós. É o Deus Mãe que está atenta ao filho pequeno. Por isso a criança tem tanta liberdade em suas ações. “Tem quem cuida de mim”. Vemos o salmo do bom pastor. A bênção que fica conosco são os olhos do Senhor que ama.
De pequenino...
Jesus na manjedoura dá a maior lição da grandeza do ser humano: Grande em qualquer situação. Não é a casca que conta, mas a grandeza da semente que há. Dali em diante, Jesus, continuamente traz a lição do berço. O que aprendeu no berço, cocho dos animais, será sua vida. Muda o cocho, mas o coração é o mesmo. Ele sempre esteve com os pequenos.
A idéia do tempo do Natal é justamente ver nas pequenas coisas um presépio no qual se manifesta a grandeza de Deus que é amor.
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