Evangelho segundo São Mateus 10,1-7.
Naquele tempo, Jesus chamou a Si os seus doze discípulos e deu-lhes poder de expulsar os espíritos impuros e de curar todas as doenças e enfermidades.
São estes os nomes dos doze apóstolos: primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão;
Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu;
Simão, o Cananeu, e Judas Iscariotes, que foi quem O entregou.
Jesus enviou estes doze, dando-lhes as seguintes instruções: «Não sigais o caminho dos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos.
Ide primeiramente às ovelhas perdidas da casa de Israel.
Pelo caminho, proclamai que está perto o Reino dos Céus».
Tradução litúrgica da Bíblia
Papa de 2005 a 2013
Audiência geral de 10/05/06
(© Libreria Editrice Vaticana)
«Jesus chamou a Si
os seus doze discípulos»
O Senhor tinha-o iniciado [o aspeto pessoal da Igreja] convocando, como vimos, os doze, nos quais estava representado o futuro povo de Deus. Na fidelidade ao mandamento recebido do Senhor, os doze, depois da sua ascensão, associam progressivamente outros às funções que lhes foram confiadas, para que prossigam o seu ministério. O próprio ressuscitado chama Paulo (cf Gal 1, 1). Este é o caminho pelo qual continuará o ministério que depois, a partir da segunda geração, se chamará ministério episcopal. Desta forma, a sucessão na função episcopal apresenta-se como continuidade do ministério apostólico, garantia da perseverança na Tradição apostólica, palavra e vida, que o Senhor lhe confiou.
O vínculo entre o colégio dos bispos e a comunidade originária dos apóstolos deve ser compreendido, antes de mais, na linha da continuidade histórica. Como vimos, aos doze são depois associados, primeiro Matias, Paulo e Barnabé, e em seguida outros, até à formação do ministério do bispo. E é na continuidade da sucessão que se encontra a garantia da perseverança, na comunidade eclesial, do colégio apostólico reunido por Cristo.
Mas esta continuidade também deve ser compreendida em sentido espiritual, porque a sucessão apostólica no ministério deve ser considerada o lugar privilegiado da ação e da transmissão do Espírito Santo. Temos um claro eco destas convicções, por exemplo, no seguinte texto de Santo Ireneu de Lyon: «A tradição dos apóstolos, manifestada em todo o mundo, mostra-se em cada Igreja a todos os que desejam ver a verdade, e podemos enumerar os bispos estabelecidos pelos apóstolos nas Igrejas e os seus sucessores até nós. De facto, [os apóstolos] quiseram que aqueles que deixavam como sucessores fossem absolutamente perfeitos e irrepreensíveis em tudo, transmitindo-lhes a sua própria missão de ensino» (Adversus hæreses).
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