Evangelho segundo São João 14,7-14.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se Me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai. Mas desde agora já O conheceis e já O vistes».
Disse-Lhe Filipe: «Senhor, mostra-nos o Pai e isto nos basta».
Respondeu-lhe Jesus: «Há tanto tempo que estou convosco e não Me conheces, Filipe? Quem Me vê, vê o Pai. Como podes tu dizer: "Mostra-nos o Pai"?
Não acreditas que Eu estou no Pai e o Pai está em Mim? As palavras que Eu vos digo, não as digo por Mim próprio; mas é o Pai, permanecendo em Mim, que faz as obras.
Acreditai-Me: Eu estou no Pai e o Pai está em Mim; acreditai ao menos pelas minhas obras.
Em verdade, em verdade vos digo: quem acredita em Mim fará também as obras que Eu faço e fará obras ainda maiores, porque Eu vou para o Pai.
E tudo quanto pedirdes em meu nome, Eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho.
Se pedirdes alguma coisa em meu nome, Eu a farei».
Tradução litúrgica da Bíblia
Bispo de Hipona (norte de África),
doutor da Igreja
Carta 130 a Proba, 27-28 : PL 33, 505-506
Cheios de desejos, peçamos a vida eterna!
Quem pede a Deus a única coisa que importa, e a procura (cf Sl 26,4), pode fazê-lo com certeza e confiança, sem recear que lhe seja prejudicial ser ouvido. De resto, nada do que pede na oração lhe serve.
Este bem é a única vida verdadeiramente feliz, aquela vida na qual, imortais e incorruptíveis no corpo e no espírito, contemplaremos para sempre as delícias do Senhor; é em função desta única coisa que convém procurar e pedir tudo o resto. Aquele que a possuir terá tudo o que quiser e só poderá desejar o bem; com efeito, é nela que está a fonte da vida.
Devemos ter sede dela na oração, enquanto vivermos na esperança, sem vermos ainda aquilo que esperamos, e enquanto estivermos protegidos pelas asas daquele para quem se eleva o nosso desejo de sermos embriagados com a abundância da sua casa e bebermos da torrente das suas delícias. Porque nele está a fonte da vida, e na sua luz veremos a luz (cf Sl 35,8-10), quando os nossos desejos forem satisfeitos e já não tivermos nada a procurar com gemidos, mas estivermos na posse da nossa alegria.
Mas como podemos descrever o objeto dos nossos desejos se não o conhecemos? É claro que, se o desconhecêssemos por completo, não poderíamos desejá-lo; por outro lado, se o contemplássemos, já não teríamos de o desejar nem de o procurar com gemidos.

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