sábado, 31 de maio de 2014

CORAÇÃO ABERTO PARA TODOS

Pe. Flávio Cavalca de Castro, redentorista
“Vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas, mas um soldado lhe atravessou o lado com uma lança, e imediatamente saiu sangue e água.” 
É o que nos diz João (19,33-34). O texto sempre chamou a atenção dos comentaristas, que ali viam o símbolo do nascimento da Igreja, nova Era que nasce do coração de Jesus. Nessa mesma linha de ideias, podemos pensar que o coração rasgado pela lança é o coração aberto para nos acolher a todos, para fazer de nós a comunidade fraterna de discípulos. Se assim é, então, só podemos fazer parte dessa comunidade se nos deixamos acolher e conquistar pelo amor de Cristo. Esse amor é que nos transforma e salva, sacia nossa fome e nossa sede de união, paz e felicidade. Só podemos amar o próximo como devemos, se nos deixamos amar pelo amor encarnado do Filho de Deus.

São Raimundo Nonato, escravo mercedário, +1240

O espanhol Raimundo Nonato, viveu no século XIII, e se rebelou contra a escravidão que na época era tida como natural por muita gente. Em 1224, entrou na ordem dos mercedários, que era dedicada a resgatar os cristãos capturados pelos islâmicos, que eram levados para prisões na Argélia. São Raimundo não queria apenas libertar os escravos, mas lutava também para manter viva a fé cristã dentro deles. Capturado e preso na Argélia, converteu presos e guardas, mas teve a boca perfurada e fechada por um cadeado para não pregar mais. Após sua libertação, foi nomeado em 1239 cardeal pelo papa Gregório IX; todavia, no início de seu caminho para Roma padeceu violentas febres pela qual morreu. Recebeu a alcunha de Nonato (em catalão Nonat) porque foi extraído do ventre de sua mãe, já morta antes de dar-lhe à luz, ou seja, não nasceu de uma mãe viva, mas foi retirado de seu útero, algo raríssimo à época. É considerado o patrono das parteiras e obstetras. http://pt.wikipedia.org

Santa Aurélia Petronina ou Santa Petronilla

Nasceu em Roma no primeiro século. Por vários séculos a história dizia que ela era filha de São Pedro e que era tão bela e como havia recusado a proposta de casamento de um rico romano pagão chamado Flaccus foi presa em uma torre, mas teria feito uma greve de fome e morreu em três dias. Entretanto, em inscrições antigas e recentemente encontradas, ela está listada como uma mártir da forma mais tradicional da época. Noutra versão ela seria uma servente, que trabalhava com São Pedro e uma das várias convertidas por ele e seria a sua "filha espiritual". Parece ter sido parente de Santa Domitilla e foi curada de paralisia por São Pedro. Sua relíquias estão na Basílica de São Pedro em Roma, Itália. Sua capela tem vários trabalhos de Miguelangelo e Bramante. Diz ainda a tradição que quando seu caixão foi aberto para o traslado, seu corpo estava incorrupto e a cabeça coberta com flores. Na arte litúrgica da Igreja ela é mostrada sendo curada por São Pedro; 2) segurando as chaves para ele ;3) uma virgem com uma vassoura;4) ao lado de São Pedro; 5) recusando uma proposta de casamento, e 6) recusando um anel oferecido por um rei. É a padroeira dos viajantes e dos golfinhos visto que em seu sarcófago havia um golfinho encravado nele. Sua festa é celebrada no dia 31 de maio NA São Pedro tinha uma esposa e ele viveu em Cpharnaum, com a sua sogra na casa dela, (Mateus 8:14; Lucas 4:38) mais ou menos no início da pregação de Jesus nos anos 26-28 DC. Assim é de se supor que Pedro foi casado durante algum tempo. De acordo com Clemente de Alexandria (Stromata III, vi) Pedro teve filhos. Clemente também escreveu que conforme a tradição a sua esposa teria sido também martirizada ( ibid,VII,xi). São Euzébio, um dos maiores dos estudiosos da bíblia aceitou esses itens de Clemente (cf.Hist.Eccl.III,xxxi). O resto da literatura cristã é silenciosa a respeito da esposa de Pedro. Talvez porque a partir do sexto século esta hipótese fosse incluída como sendo apóstata, mas vários escolares aceitam esta possibilidade.

FÉLIX DE NICÓSIA Frade capuchinho, Santo (1715-1888)

Nasceu do matrimónio de Filipe Amoroso e Carmela Pirro, em Nicósia (Itália), a 5 de Novembro de 1715. A família era pobre mas muito religiosa. A proximidade do convento dos Capuchinhos deu-lhe a possibilidade de frequentar aquela comunidade, conhecer os religiosos e admirar o seu estilo de vida. Ao frequentar o convento sentia-se cada vez mais fortemente atraído por aquela vida: alegria na austeridade, liberdade na pobreza, penitência, oração, caridade e espírito missionário. Quando completou vinte anos pediu ao Superior do Convento de Nicósia para interceder junto do Padre Provincial de Messina a fim de que pudesse ser acolhido na Ordem como leigo porque, dado que era analfabeto, não podia ser admitido como clérigo, mas sobretudo porque aquele estado mais condizia à sua índole humilde e simples. Recebeu resposta negativa não só então mas também às repetidas solicitações nos oito anos sucessivos. Contudo o seu desejo nunca diminuiu. Em 1743, ao saber que o Padre Provincial de Messina estava em Nicósia para uma visita, pediu para lhe expor o seu desejo. Finalmente o Provincial acolheu-o na Ordem, enviando-o ao Convento de Mistretta para o ano de noviciado. No dia 10 de Outubro de 1744 emitiu a profissão. Foi devoto de Jesus Crucificado e teve um culto particular pela Eucaristia. Concluiu a sua vida terrena no dia 31 de Maio de 1787. Foi beatificado pelo Papa Leão XIII a 12 de Fevereiro de 1888.

CAMILA BATISTA DA VARANO Religiosa, Mística e Beata 1458-1524

O príncipe Júlio César de Varano, senhor do ducado de Camerino, era um fidalgo guerreiro e alegre, muito generoso com o povo e sedutor com as damas. Tinha cinco filhos antes de se casar, aos vinte anos, com Joana, filha do duque de Rimini, que completara doze anos de idade. Tiveram três filhos. Criou todos juntos no seu palácio de Camerino, sem distinção entre os legítimos e os naturais. Camila era sua filha primogénita, fruto de uma aventura amorosa com uma nobre dama da corte. Nasceu em 9 de abril de 1458. Cresceu bela, inteligente, caridosa e piedosa. Tinha uma personalidade sedutora e divertida, apreciava dançar e cantar. Tinha herdado o temperamento do pai, motivo de orgulho para ele, que a amava muito. Ainda criança, depois de ouvir uma pregação sobre a Paixão de Jesus Cristo, fez um voto particular: derramar pelo menos uma lágrima todas as sextas-feiras, recordando todos os sofrimentos do Senhor. Porém tinha dificuldade para conciliar o voto à vida divertida que levava, quando não conseguia vertê-la sentia-se mal toda a semana. Mas esse exercício constante, a leitura sobre mística e o estudo da religião, amadureceram a espiritualidade de Camila, que durante as orações das sextas-feiras ficava tão comovida que chorava muito. Aos dezoito anos, já sentia o chamado para a vida religiosa, mas continuava atraída pela vida e os divertimentos da corte. Quando conseguiu afastar todas as tentações, pediu a seu pai para ingressar num convento. Ele foi categórico e não permitiu. Camila ficou sete meses doente por causa disso. Seu pai fez de tudo, mas ela não desistiu. Após dois anos, acabou consentindo. Assim, aos vinte e três anos, em 1481, ingressou no mosteiro das clarissas, em Urbino, tomando o nome de irmã Baptista e vestindo o hábito da Ordem. O príncipe, entretanto, queria a filha próxima de si. Por isso comprou um convento da região e entregou aos franciscanos, para que o transformassem num mosteiro de clarissas. O primeiro núcleo saiu de Urbino, trazendo nove religiosas, entre as quais irmã Camila Baptista, como a chamavam, que se tornou a abadessa do novo mosteiro de Camerino. Os anos que se sucederam foram de grandes experiências místicas para Camila Baptista, sempre centradas na Paixão e Morte de Jesus Cristo. Escreveu o famoso livro "As dores mentais de Jesus na sua Paixão", que se tornou um guia de meditação para grandes santos. Depois ela própria se tornou uma referência para as autoridades civis e religiosas que procuravam seus conselhos. Morreu com fama de santidade, em 31 de maio de 1524, nesse mosteiro. A cerimónia do funeral se desenvolveu no pátio interno do palácio paterno. Foi declarada beata Camila Baptista de Varano pela Igreja, para ser celebrada no dia de sua morte.

EVANGELHO DO DIA 31 DE MAIO

Evangelho segundo S. Lucas 1,39-56.
Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se à pressa para a montanha, a uma cidade da Judeia. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou-lhe de alegria no seio e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Então, erguendo a voz, exclamou: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. E donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor? Pois, logo que chegou aos meus ouvidos a tua saudação, o menino saltou de alegria no meu seio. Feliz de ti que acreditaste, porque se vai cumprir tudo o que te foi dito da parte do Senhor.» Maria disse, então: «A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador. Porque pôs os olhos na humildade da sua serva. De hoje em diante, me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-poderoso fez em mim maravilhas. Santo é o seu nome. A sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que O temem. Manifestou o poder do seu braço e dispersou os soberbos. Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes. Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia.Como tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência, para sempre.» Maria ficou com Isabel cerca de três meses. Depois regressou a sua casa. 
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia: 
São João Paulo II (1920-2005), papa 
Encíclica «Dives in Misericordia» §9 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana, rev.) 
«A sua misericórdia se estende de geração em geração»
«Cantarei eternamente as misericórdias do senhor» (Sl 88,2). No cântico pascal da Igreja repercutem-se, com a plenitude do seu conteúdo profético, as palavras que Maria pronunciou durante a visita que fez a Isabel, esposa de Zacarias: «A sua misericórdia estende-se de geração em geração». Tais palavras abrem, já desde o momento da Encarnação, uma nova perspectiva da história da Salvação. Após a ressurreição de Cristo, esta nova perspectiva passa para o plano histórico e, ao mesmo tempo, reveste-se de um sentido escatológico novo. Desde então sucedem-se sempre novas gerações de homens na imensa família humana, em dimensões sempres crescentes; sucedem-se também novas gerações do Povo de Deus, assinaladas pelo sinal da Cruz e da Ressurreição […], o mistério pascal de Cristo, revelação absoluta daquela misericórdia que Maria proclamou à entrada da casa da sua parente. […] 
Mãe do Crucificado […], Maria é aquela que conhece mais profundamente o mistério da misericórdia divina. Conhece o seu preço e sabe quanto é elevado. Neste sentido chamamos-lhe Mãe da misericórdia, Nossa Senhora da Misericórdia […], capaz de descobrir, primeiro através dos complexos acontecimentos de Israel, e depois daqueles que dizem respeito a cada um dos homens e à humanidade inteira, a misericórdia da qual todos se tornam participantes, segundo o eterno desígnio da Santíssima Trindade, «de geração em geração». […] 
Mãe do Crucificado e do Ressuscitado […], tendo experimentado a misericórdia de um modo excepcional, «merece» igualmente tal misericórdia durante toda a sua vida terrena e, de modo particular, aos pés da cruz do Filho. […] Em seguida, através da participação escondida e, ao mesmo tempo, incomparável na missão messiânica de seu Filho, foi chamada de modo especial para tornar próximo dos homens o amor que o Filho tinha vindo revelar: amor que encontra a sua mais concreta manifestação para com os que sofrem, os pobres, os que estão privados de liberdade os cegos, os oprimidos e os pecadores, conforme Cristo explicou (Lc 4,18; 7,22). 

O BUQUÊ DO PASTOR

PADRE CLÓVIS DE JESUS
BOVO CSsR
Em tempos passados, sob clara manhã de maio, uma criança pediu um buquê de flores a um senhor idoso que estava cuidando das roseiras do seu jardim. Trajava sobre-casaca e tinha nas mãos, uma tesoura de podar. 
- "Lógico! - respondeu o velho homem. - Tu terás o teu buquê. Mas o que farás com ele?" 
O menino respondeu: 
- "É para a Virgem Santíssima." 
Ouvindo da criança que o buquê destinava-se à Virgem Maria, o ancião sorriu, misteriosamente, e continuou: 
- "Tu terás as flores que desejas!" 
E com a tesoura de podar pôs-se a cortar as rosas mais belas. E para embelezar o buquê, mais ainda, juntou-lhe galhos de belas silindras, carregadas de flores brancas que exalavam suave aroma. A criança recebeu o buquê solicitado e agradeceu, não com os lábios, mas com os olhos. Os olhos do ancião responderam aos da criança e um sorriso, mais misterioso que o primeiro, iluminou o seu rosto. Era o antigo pastor da aldeia que, aposentado do ministério, levava a sua vidinha simples, em casa, em pleno campo. 
Lição: Que exemplo comovente de ecumenismo!

31 DE MAIO: VISITAÇÃO DE MARIA

Lucas 1,39-56: Naqueles dias, Maria partiu apressadamente a uma cidade de Judá. Ela entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou de alegria em seu ventre, e Isabel ficou repleta do Espírito Santo. Com voz forte, ela exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Como mereço que a mãe do meu Senhor venha me visitar? Logo que a tua saudação ressoou nos meus ouvidos, o menino pulou de alegria no meu ventre. Feliz aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!”. Maria então disse: “A minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador... Maria ficou três meses com Isabel. Depois, voltou para sua casa. 
O ENCONTRO DE DUAS GRÁVIDAS REACENDE A ESPERANÇA DA HUMANIDADE! 
Encerra-se, hoje, o mês dedicado a Maria. Muitas comunidades espalhadas pelo Brasil promovem um gesto que já se tornou tradição – a coroação de Nossa Senhora – com crianças vestidas de anjos. Este é um reconhecimento dócil, carregado de sentimentos de carinho pela mãe da humanidade. - O evangelho destaca a visita de Maria a Isabel. É a mulher das mulheres, referência da criação feminina de Deus, partindo para um serviço simples, de dona de casa, sem criar dificuldades ou esboçar mania de grandeza. O texto diz que ela partiu “apressadamente”, ou seja, o amor tem pressa em amar servindo. - O encontro das duas grávidas é confirmado como encontro divino pelos dois úteros que se sacodem, como confirmação do Espírito Santo. O pulo da criança foi de alegria: “a criança pulou de alegria em seu ventre”.Indicando que ação de Deus na vida de quem se abre à dimensão da fé traz alegria, ainda que as dificuldades da vida possam querer sufocar essa felicidade.- 
P. Rosivaldo - redentorista

REFLETINDO A PALAVRA - “Caminho para o Pai”.

PADRE LUIZ CARLOS
      DE OLIVEIRA CSsR
 7. O Pai, direção da espiritualidade.
A revelação do Filho, sua missão, vida, morte e ressurreição tem como finalidade mostrar o Pai. Felipe dissera a Jesus: “‘Mostra-nos o Pai e isso nos basta’! Jesus responde: ‘Quem me viu, viu o Pai’” (Jo 14,8-9). O final da missão de Jesus é o Pai: “Quando o Filho entregar o Reino a Deus Pai” (Rm 15,6). A vida espiritual tem que seguir este ritmo, estando sempre direcionada ao Pai. Na realidade ela está sempre direcionada, mesmo que não estejamos atentos. É necessário se conscientizar e assumir. A vida de Jesus e sua vida espiritual, que era o todo de sua vida, estava voltada para o Pai. Ele era um apaixonado pelo Pai. Assim rezava: “Pai Nosso que estais nos céus” (Mt 6,9); “Pai, eu te dou graças porque me ouviste. Eu sabia que sempre me ouves” (Jo 11,41-42). “Eu te dou graças ó Pai” (Mt 11,25). Notemos que o Pai está sempre fora de nossa maneira de entender a espiritualidade: ou rezamos a Cristo ou ao Espírito ou a Maria ou aos santos. Dificilmente nós nos dirigimos ao Pai, pelo Filho, no Espírito Santo. Não há outro caminho. Você pode argumentar: Mas como o Pai vai atender a todo mundo? Não se preocupe! O Pai é todo inteiro para cada um, a todos momentos. Se dissermos em linguagem humana, cada um é único para Ele. Ele estará sempre pronto a entrar em comunhão com você. Vimos que Jesus é o ponto de partida da Espiritualidade. “Ninguém vai ao Pai senão por mim” (Jo. 14,21). É o Filho que revela o Pai. “Ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelar” (Mt 11,27). Chegando a Jesus, Ele os leva na direção certa: O Pai.
8. O modo de agir do Pai.
Se por um lado o Pai é a direção, por outro lado nós somos a direção do Pai. Vejamos como Ele age: Ouve a oração secreta (Mt 6,6), sabe do que precisamos, mesmo antes de o pedirmos (Mt 6,32); Mesmo que ninguém nos entenda, mesmo nosso pai e nossa mãe, o Pai do céu sabe dar coisas boas aos que lhas pedirem (Mt 7,11); Quando nos reunimos para pedir alguma coisa, ele atenderá (Mt 18.19); Faz chover sobre os justos e injustos (Mt 5,45); Em sua casa há lugar para todos (Jo 14.2); O modo de agir do Pai é o mesmo modo de agir do Filho e deve ser o modo de agir dos filhos. Lembremos o Pai do Filho pródigo! E a expressão do Pai para com os mais frágeis e errados. Não há o que temer do Pai. Ele é bom demais.
9. Resposta ao Pai.
Jesus diz que o sentido de sua vida era fazer a vontade do Pai. À medida que nos unimos a Jesus temos, como sentido de nossa vida, fazer a vontade do Pai. “É da vontade de vosso Pai que não se perca nenhum desses pequeninos (Mt 18,14). O Pai quer uma felicidade para todos. É vontade do Pai que tenhamos para com todos o mesmo amor e a mesma misericórdia que sempre manifestou para com todos. Ter o Pai como direção de nossa vida vai exigir que tenhamos seus pensamentos e seus sentimentos. É fundamental para a espiritualidade ter este direcionamento de responder ao Pai, como Jesus. Jesus veio justamente para nos revelar este amor que quer comunhão. Esta é a vida da Trindade Santa. Perguntemos a nós, qual é o lugar do Pai do céu em nossa vida? Tiremos da mente certas imagens e idéias que nos foram passadas sobre o Pai que castiga e condena. Ele ama.
http://padreluizcarlos.wordpress.com/

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 31 DE MAIO

Pe. Flávio Cavalca de Castro,
 redentorista
Oração da manhã para todos os dias
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor.
Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade.
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
31 ─ Sábado ─ Visitação de Nossa Senhora, Santos Câncio, Petronila

Evangelho (Lc 1,39-56) “Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, e foi apressadamente a uma cidade da Judeia.”

Logo depois de ser escolhida para mãe do Filho de Deus, Maria deixou tudo e foi às pressas ajudar sua parente idosa lá nas montanhas. O Lucas faz questão de dizer que foi às pressas. O amor sempre tem pressa, e, se amássemos um pouco mais a Deus e aos irmãos, nossa vida seria mais corrida. Estaríamos atentos às oportunidades de ajudar os irmãos e chegar mais perto do Senhor.

Oração
Senhor, por amor de Maria aumentai meu pobre amor, por vós e por meus irmãos, principalmente pelos mais próximos. Fazei-me disponível, sem cuidar de minhas comodidades. Que eu perceba logo suas necessidades, seja eficiente, mas discreto para não os constranger. Ajudai-me a amá-los o bastante para continuar ajudando, mesmo quando parece que nem percebem meu esforço. Amém.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Beata Matilde do Sagrado Coração Tellez Robles, religiosa, fundadora, +1902

Matilde Téliez Robles nasceu em Robledillo de la Vera (Cáceres - Espanha) no dia 30 de maio de 1841, um dia de plenitude primaveril inundado pela luz da solenidade litúrgica de Pentecostes. Ela recebeu as águas do batismo na igreja paroquial no dia seguinte do seu nascimento. Era a segunda dos quatro filhos de Félix Téliez Gómez e de sua esposa Basilea Robles Ruiz. No mês de novembro de 1841, seu pai, devido a sua profissão de escrivão, se estabeleceu com a sua família em Béjar (Salamanca). Nesta cidade de Béjar, importante pela sua indústria textil, a pequena Matilde vai crescendo; recebe uma formação cultural de base, própria da sua classe social média, e uma boa formação religiosa, iniciada no ambiente profundamente cristão do seu lar. Guiada por sua mãe, já desde pequenina começa a amar intensamente o Senhor e a exercitar-se na prática da oração e nas virtudes, com uma meiga devoção a Nossa Senhora e uma grande misericórdia pelos necessitados e os pecadores. Ainda muito jovem, quando tudo na vida lhe sorria, Matilde faz a sua opção radical e definitiva por Cristo. Decidiu-se consagrar toda a sua existência a Ele, trabalhando com empenho constante e generoso em busca de corações que o amem. Sua mãe compreende e apoia sempre a aspiração da filha, mas seu pai lhe deseja um futuro diferente. Obriga-a a engajar-se na vida da sociedade, limita o tempo que Matilde transcorre na igreja, desejando vê-la realizada na vida matrimonial. Obedecendo, ela se adorna e participa da vida social, encantando a todos com sua graça juvenil. Mas mesmo assim, a sua inclinação pelas coisas de Deus é clara e, no fim, o senhor Félix, vencido pela constância de sua filha, deixa-a em liberdade para seguir o caminho por ela escolhido. Matilde continua a intensificar a sua vida espiritual e a sua devoção a Nossa Senhora. Sente no seu interior que Maria a conduz a uma profunda intimidade com Jesus na Eucaristia, a quem ama com grande paixão. Mesmo «no meio do inverno ardia quando se colocava perto do tabernáculo!», ela afirma nos seus escritos. Aos 23 anos é eleita presidente da associação das Filhas de Maria, apenas estabelecida em Béjar, e pouco tempo depois é nomeada enfermeira investigadora das Conferências de São Vicente de Paulo. Ela, em seu ardente desejo de ganhar corações para Jesus, exclama diante do sacrário: «Meu senhor, Jesus amante! O mundo é cheio de necessidades. Todos têm coração. Eu vou à procura daqueles de que sou capaz. Estes, eu vou trazê-los a ti». Unindo a contemplação e a ação, Matilde se lança por longos anos em uma intensa atividade apostólica com crianças e jovens, pobres e doentes; trabalha com as Filhas de Maria, faz catequese, atende a escola dominical, prepara os cristãos para o matrimônio e acompanha as jovens vocacionadas; percorre alegre a cidade em todas as direções para levar consolação e ajuda a qualquer doente ou necessitado, «visitando o seu amante Jesus na pessoa de seus pobres». Sempre contemplativa na ação, a Eucaristia é a sua força, o sacrário é o seu refúgio. Ela vive prolongadas horas de oração, sendo Nossa Senhora a sua guia, mestra e companheira inseparável. Ainda jovem sente o chamado para a vida religiosa e desde então recebe diante do tabernáculo a inspiração de fundar um Instituto religioso; e assim o comunica ao Papa Pio IX numa carta escrita no dia 4 de maio de 1874. Mas seu pai volta a provar a filha impedindo-a de realizar a sua vocação, por causa do clima político anticlerical daquela época na Espanha. Matilde no entanto sofre em silêncio, reza e espera, confortada pelo seu diretor espiritual, Pe. Manuel da Oliva, sacerdote de São Filipe, até que seu pai lhe concede a desejada autorização. Ela exulta de alegria em ação de graças a Deus e rápidamente prepara tudo para iniciar a fundação com sete jovens das filhas de Maria, que se comprometeram a seguí-la na vida religiosa. No dia 19 de marzo de 1875, solenidade de São José, todas devem participar da celebração eucarística na Paróquia de Santa Maria e em seguida, unidas e solidárias, seguirem para a casa preparada, onde darão início à vida religiosa. Mas entre as sete jovens comprometidas só uma se apresenta: Maria Briz. Diante desta grande provação, Matilde não se desanima. Fortalecidas com o pão da Eucaristia, ela e a sua única companheira se dirigem alegres e esperançosas, com heróica intrepidez, na «casita de Nazaret», como Matilde a denomina. Nesta casa procuram imitar a Sagrada Familia de Nazaré, vivendo com muito amor e alegria no recolhimento e na oração, em humildade e pobreza, sem contar com nada e plenamente confiantes na divina Providência. Nesta nova residência, elas não têm um tabernáculo, mas são acompanhadas por uma imagem de Nossa Senhora, diante da qual rezam e a quem consultam tudo. Poucos dias mais tarde, unindo sempre a contemplação e a ação, recebem em casa um grupo de meninas órfãs, dão aulas às crianças pobres e cuidam dos doentes a domicílio. O seu testemunho evangélico vai atraindo algumas jovens a unirem-se a elas, não obstante as críticas daqueles que consideram a fundação uma loucura. No dia 23 de abril de 1876, o bispo de Plasencia, D. Pedro Casas y Souto, autoriza provisoriamente a Obra com o título de «Amantes de Jesus e Filhas de Maria Imaculada»; e no dia 20 de janeiro de 1878, Matilde e Maria vestem o hábito religioso em Plasencia. No fim de março de 1879, a comunidade se transfere de Béjar para Don Benito (Badajoz), onde instalam o noviciado, acolhem as crianças órfãs, dão aulas diárias e dominicais, cuidam dos doentes em suas casas e prestam ajuda aos pobres. Na comunidade se respira o espirito de Nazaré e toda a vida da casa se desenvolve em torno ao sacrário, diante do qual, a turno, as Irmãs passam várias horas durante todo o dia. Nossa Senhora também recebe um culto especial. No dia 19 de março de 1884, o mesmo bispo erige canonicamente a Obra como Instituto religioso de direito diocesano, e no dia 29 de junho, a Fundadora com outras Irmãs emitem a profissão religiosa. No ano seguinte declara-se uma terrível epidemia de cólera na cidade. Madre Matilde e todas as Irmãs consagram-se heroicamente ao cuidado amoroso dos contaminados pela peste, despertando grande admiração nas pessoas pela sua delicada caridade evangélica. A Irmã Maria Briz falece vítima de contágio e a Madre abre em sua memória um Hospital para os pobres. Em 1889 começa a expansão do Instituto, com uma fundação em Cáceres, e continua nos anos seguintes com outras fundações em Trujillo, Béjar, Villanueva de Córdoba, Almendralejo, Los Santos de Maimona e Villaverde de Burguilios. De cada uma delas se poderia escrever uma bela história de amor: amor apaixonado a Jesus Eucaristia, amor a Maria, amor aos irmãos necessitados: doentes, pobres, meninas órfãs, etc. A missão da Fundadora e das irmãs nesta época é marcada pelo total desinteresse econômico e pela constante ajuda da Providência que não as abandona jamais. Não faltam as provas e as dificuldades de todos os tipos, mas não importa: Matilde prossegue o caminho, com Jesus sempre avante!, sempre praticando o lema por ela deixado para o seu Instituto: «Oração, ação, sacrificio»; sempre buscando forças em seus prolongados tempos de oração diante do sacrário e conduzida pela mão materna de Maria. Da sua forte experiência eucarística nasce o seu ardor evangelizador bem como a ardente caridade que todos admiram. «Seja toda a vida um ato de amor!», ela repete às suas Irmãs. E bem assim o que observam na Madre: è uma vida cheia de Deus, em continua oração e ao mesmo tempo dedicada aos irmãos. Multiplica sua atenção maternal com as novas comunidades, é a animadora da Obra, a Regra viva. Sua simplicidade, sua prudência, sua bondade e sua inalterável alegria atraem a todos. Pobres e ricos se aproximam confiantes na Madre, pois para todos tem uma atenção, um conselho e um sorriso. Apenas com 61 anos, o seu organismo encontra-se já muito debilitado, por causa dos sofrimentos passados, do intenso trabalho e das doenças que sofria. Madre Matilde parece pressentir o aproximar-se da sua hora de união definitiva com o Senhor. Ao sair de manhã para uma viajem, no dia 15 de dezembro de 1902, sofreu um forte ataque de apoplexia, e nas primeiras horas do dia 17, rodeada por suas filhas, com uma grande paz, partiu para a casa do Pai. Todo o povoado, sobretudo os pobres, choraram a sua perda como se fosse uma mãe, proclamando ao mesmo tempo a sua grande caridade e as suas numerosas virtudes. No dia 23 de abril de 2002, o Papa João Paulo II reconheceu oficialmente as Virtudes Heróicas da Serva de Deus Matilde Téllez, e no ano seguinte, no dia 12 de abril, promulgava-se o Decreto sobre o milagre operado por sua intercessão, constituindo esse fato a passagem decisiva para a sua Beatificação no dia 21 de março de 2004. O Instituto da Madre Matilde, fiel à herança recebida da sua fundadora, continua a viver o seu carisma, tendo no centro a Eucaristia e Maria como Mãe e Mestra, para que Ela forme seu coração para o Evangelho e guie as Irmãs para a Eucaristia. Segundo as Constituições atuais, da Eucaristia nasce uma viva resposta de amor a Jesus Cristo e, n’Ele e com Ele, ao mundo inteiro, levando a boa nova do amor do Pai, com preferência e de modo integral, aos pobres, aos pequenos e aos que sofrem. Atualmente as Filhas de Maria Mãe da Igreja (chamam-se assim a partir do ano 1965) realizam sua missão evangelizadora na Espanha, Portugal, Itália, Venezuela, Colômbia, Peru e México, através de: lares - internatos onde acolhem meninas e jovens marginalizadas; escolas e colégios abertos à todas as famílias e pessoas excluídas; comunidades sanitárias dedicadas aos doentes, idosos abandonados, transeuntes, alcóolatras, etc., comunidades orantes, casas de acolhida, e comunidades de Pastoral rural e de colaboração nas Paróquias. Todas as Irmãs do Instituto suplicam a sua Fundadora que as ajudem a fazer de suas vidas um continuo ato de amor e uma «eucaristia perene», para a maior glória de Deus e a salvação do mundo, assim como fez a Madre Matilde. www.vatican.va

SANTA JOANA D’ARC Guerreira do Altíssimo

Recebendo de Deus a missão de libertar a França do jugo dos ingleses, a admirável donzela de Orleans enfrentou o martírio para o cumprimento dessa sublime missão
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O Reino Cristianíssimo da França, aquela que era chamada a Filha Primogénita da Igreja, em 1429 estava prestes a desaparecer. Justamente castigada por Deus com quase cem anos de guerras contra os ingleses, como consequência do pecado de revolta contra o Papado, cometido no início do século XIV por seu Rei Filipe IV, o Belo, e pela elite da nação. Seu território estava reduzido a menos da metade e os ingleses cercavam a cidade de Orléans, última barreira que lhes impedia a conquista do resto do país. O herdeiro do trono, o delfim Carlos, duvidava da legitimidade de seus direitos, e seus capitães e soldados estavam desmoralizados. É significativo o seguinte relato dessa lamentável situação:
"O Analista de Saint Denis, começando a narração do ano de 1419, escrevia: 'Era de se temer, segundo a opinião das pessoas sábias, que a França, essa mãe tão doce, sucumbisse sob o peso de angústias intoleráveis, se o Todo Poderoso não se dignasse atender do alto dos Céus as suas queixas. Assim apelou-se para as armas espirituais: cada semana faziam-se procissões gerais, cantavam-se piedosas ladainhas e celebravam-se Missas solenes. Em sua terrível decadência, sentindo-se incapaz de salvar-se a si mesmo, o Delfim guardava sua fé no Deus de Clóvis, de Carlos Magno e de São Luís, a sua confiança na Santíssima Virgem" .
Em sua infinita misericórdia, quis Deus atender essas preces, e escolheu para salvar a França não um grande chefe de guerra ou um hábil político, mas uma virgem, a fim de mostrar que era unicamente d'Ele e de seu poder que vinha a vitória.Joana nasceu na festa da Epifania de 1412, na pitoresca aldeia de Donrémy (Lorena francesa). Seus pais, Jacques d’Arc e Isabelle Romée, eram “excelentes trabalhadores e fervorosos católicos, que serviam a Deus com um coração simples e educavam seus filhos no trabalho e no temor de Deus”, conforme testemunho de contemporâneos .Joana tinha três irmãos e uma irmã, e logo se distinguiu por uma bondade e piedade particulares. Desde seus primeiros anos sua conduta foi pura e irrepreensível.Logo que a idade o permitiu, entregou-se aos trabalhos da casa. Mais que uma criança precoce, Joana era uma menina virtuosa. Tinha um coração bom e compassivo, uma prudência madura; era modesta, humilde mas determinada, e apontada como exemplo em toda a aldeia.

A “grande penúria” em que estava o Reino da França

A inocência de vida e a simplicidade de coração de Joana atraíram-lhe os olhares do Céu. E foi assim que lhe apareceu por vez primeira o Arcanjo São Miguel, rodeado de Anjos. O Príncipe da milícia celeste narrou-lhe o triste estado (“grande penúria”) em que estava a França, dizendo-lhe que ela deveria apressar-se em socorrê-la; e que Santa Margarida e Santa Catarina viriam também, da parte de Deus, para incentivá-la a isso. E elas vieram. Falaram também da “grande penúria” e da necessidade de ela cumprir essa missão.É verdade que, diante da missão, a humilde pastora estremeceu. Como faria ela, “pobre moça que não sabia nem montar a cavalo nem conduzir uma guerra”? Mas as "Vozes" foram irredutíveis, e ela teve que se curvar à vontade de Deus.Joana mostrou-se digna da missão que lhe foi confiada. Seguindo as directrizes do “Senhor São Miguel, da Senhora Santa Catarina e da Senhora Santa Margarida”, venceu todas as objecções e foi avante. E, de fato, chegou à corte do rei, em Chinon.Como se tivesse passado toda a vida nesse ambiente, fez com graça as três reverências de praxe diante do rei. O futuro Carlos VII, para prová-la, estava disfarçado entre os 300 nobres presentes, e um deles tomara seu lugar. Isso não atrapalhou a donzela, que foi directo a ele. Segundo um contemporâneo, “seu discurso foi abundante, poderoso e inspirado, como o de uma profetiza”. Disse ao rei que vinha da parte de “seu Senhor”, o Rei do Céu, a quem pertencia o reino da França, e não a ele. Mas "seu Senhor” queria muito confiar a guarda desse reino ao rei, ela o levaria a Reims para ser coroado. Para provar o carácter divino de sua missão, em particular revelou a Carlos VII um segredo que somente ele e Deus poderiam saber.A retumbante vitória que Joana alcançou, fazendo levantar o cerco de Orléans, conseguiu mudar o quadro de então. O caminho para a sagração em Reims estava praticamente aberto.Após essa vitória, a donzela foi ter com Carlos VII para apressá-lo a se fazer sagrar em Reims, porque — explicava ela — “eu durarei um ano, e não mais”, como lhe haviam dito as "Vozes". Era preciso, pois, apressar-se.

A admirável e prodigiosa donzela salva a França

Após a sagração do rei Carlos VII na Catedral de Reims, Joana afirmou ao Arcebispo daquela cidade: “Praza a Deus, meu Criador, que eu possa agora partir, abandonando as armas, e ir servir meu pai e minha mãe guardando suas ovelhas, com minha irmã e irmãos, que terão grande alegria em me rever!” . No auge de sua glória, ela não desejava senão retirar-se para a sombra. No dizer de Dunois, o Bastardo de Orléans, isso fez com que aqueles que a viram e ouviram nesse momento compreendessem bem que ela vinha da parte de Deus. Mas Joana cria que sua missão consistia em reconquistar pelas armas todo o território francês sob domínio inglês.Entretanto o rei, influenciado por seu péssimo conselheiro La Tremouille, não lhe deu o apoio necessário. Os soldados insistiram com ela para que continuasse a comandar as tropas. Aquiesceu, mas limitou-se a comandar seguindo os conselhos dos generais, pois suas "Vozes" não mais lhe indicavam o que fazer. Elas se limitavam a lhe dizer que seria feita prisioneira e vendida aos ingleses, mas que confiasse, pois Deus não a abandonaria.No dia 23 de maio de 1430, em Compiègne, apesar de prodígios de valor, Joana caiu nas mãos dos borguinhões, que a venderam a preço de ouro para os ingleses.Ao tribunal iníquo reunido em Rouen, presidido pelo péssimo bispo Cauchon, Joana afirmou: “Tudo o que eu fiz de bem pela França, eu o fiz pela graça e segundo a ordem de Deus, o Rei do Céu, como Ele me revelou por seus Anjos e Santos; e tudo o que eu sei, o sei unicamente pelas revelações divinas”. Consciente de que havia feito bem o que lhe fora pedido, acrescentou: “Tudo o que as vozes me ordenaram, eu o fiz do melhor modo que pude, segundo minhas forças e minha inteligência. Essas vozes não me ordenaram nada sem a permissão e o beneplácito de Deus, e tudo o que eu fiz obedecendo-as, creio ter bem feito” .Após a farsa de processo, em que essa adolescente analfabeta respondeu perguntas que confundiam até teólogos, ela foi condenada à fogueira. Morreu a 30 de maio de 1431, lançando um supremo brado de fé e de confiança: "As vozes não mentiram! Jesus! Jesus! Jesus!"Seu corpo foi inteiramente consumido pelas chamas, mas seu coração, por mais que o carrasco acrescentasse lenha, enxofre e carvão, permaneceu intacto, vermelho e cheio de sangue. Junto com as outras cinzas, foi posto num saco e jogado no rio Sena, por ordem dos ingleses, para que o povo que assistiu comovidíssimo ao suplício não pudesse colher relíquias. Uma piedosa tradição reza que esse coração será reencontrado, quando houver a plena restauração religiosa, espiritual e moral do Reino Cristianíssimo.Após o martírio de Santa Joana d'Arc, verificou-se uma reviravolta completa na situação da França. Os ingleses perderam a coragem; e Carlos VII, tendo afastado La Tremouille, e com seus capitães e soldados impelidos por um novo ânimo, empreendeu a reconquista do território francês que ainda estava sob o domínio inglês. A vitória final, com o reembarque dos últimos ingleses, ocorreu em outubro de 1453, 23 anos após o sacrifício que comprou de Deus as graças necessárias para a inteira libertação da França. Entretanto, os inquéritos preparatórios para a reabilitação de Santa Joana d'Arc já haviam começado um ano antes.

Reabilitação post-mortem e a glorificação

Incentivada e com o apoio do rei Carlos VII, Isabelle Romée, mãe da santa, “resolveu prosseguir a reabilitação de sua filha. Reclamou de Roma a revisão da horrível iniqüidade, e a obteve. Antes de fechar os olhos, teve a augusta alegria de ver o Papa Calixto III reformar, abrogar, anular como mentirosa, ilegal, injusta, a sentença do bispo de Beauvais” .O Papa designou uma comissão formada pelo Arcebispo de Reims, os bispos de Paris e de Coutances para rever o processo iníquo que condenou Joana d’Arc. A comissão, após ter estudado todo o processo e ouvido inúmeras testemunhas, concluiu afirmando :
“Nós pronunciamos, declaramos e definimos que os processos de Rouen e as sentenças a que chegaram são repletos de dolo, de calúnia, de maldade, de injustiça, de contradição, de violações do direito, de erros de fato [...]. Declaramos que Joana, assim como seus próximos implicados, não incorreram na ocasião dessas sentenças em nenhuma nota nem marca infamantes, que ela é pura dessas sentenças e, tanto quanto podemos, nós a inocentamos inteiramente” .
Mas a maior glorificação da donzela de Orléans procederia da Igreja, que a beatificou em 18 de abril de 1909, no reinado do grande Pontífice São Pio X. E Bento XV a canonizou em 1920. Plínio Maria Solimeo

JOSÉ MARELLO Bispo, Santo 1844-1895

José Marello nasceu em 26 de Dezembro de 1844, em Turim, Itália. Seus pais, Vincenzo e Ana Maria, eram da cidade de São Martino Alfieri. Quando sua mãe morreu, ele tinha quatro anos de idade e um irmão chamado Vitório. Seu pai, então, deixou seu comércio em Turim e retornou para sua cidade natal, onde os filhos receberiam melhor educação e carinho, com a ajuda dos avós. Aos onze anos, com o estudo básico concluído, quis estudar no seminário de Asti. O pai não aprovou, mas consentiu. José o frequentou até o final da adolescência, quando sofreu uma séria crise de identidade e decidiu abandonar tudo para estudar matemática em Turim. Mas, em 1863, foi contaminado pelo tifo, ficando entre a vida e a morte. Quase desenganado, certo dia acordou pensando ter sonhado com Nossa Senhora da Consolação, que lhe dizia para retornar ao seminário. Depois disso, sarou e voltou aos estudos no seminário de Asti, do qual saiu em 1868, ordenado sacerdote e nomeado secretário do bispo daquela diocese. José e o bispo participaram do Concílio Vaticano I, entre 1869 e 1870. Posteriormente, acompanhou o bispo por toda a arquidiocese astiniana. Com uma rotina incansável, ele atendia todos os problemas da paróquia, da comunidade e das famílias. Muitas vezes, pensou em tornar-se um monge contemplativo, entretanto sua forte vocação para as necessidades sociais o fez seguir o exemplo do carisma dos fundadores, mais tarde chamados de "santos sociais", do Piemonte. Corajosamente, assumiu a responsabilidade dos problemas reais da época, sem se preocupar com o Estado, que fechava conventos, seminários e confiscava os bens da Igreja, sempre convicto de que os mandamentos não lhe poderiam ser confiscados por ninguém. Muito precisava ser feito, pois cresciam a miséria, o abandono, as doenças, a ignorância religiosa e a cultural. Mas, José também tinha de pensar nas outras pequenas paróquias da diocese, em condições precárias, e ainda, não podia deixar de estimular os padres, de cuidar da formação religiosa das crianças e jovens e de socorrer e amparar os velhos. Por isso decidiu criar uma "associação religiosa apostólica", em 1878, em Asti. O início foi muito difícil, contando apenas com quatro jovens leigos. Mas a partir deles fundou, depois, a Congregação dos Oblatos de São José, integrada por sacerdotes e irmãos leigos, chamados a servir em todos os continentes. Os padres Josefinos pregam, confessam, educam, fundam escolas, orfanatos, asilos, constroem igrejas e seminários. Dedicando-se igualmente aos jovens, velhos, doentes, por isso seu fundador os chamou de "oblatos", ou seja, "oferecidos" a servir em todas as circunstâncias. Em 1888, o papa Leão XIII consagrou José Marello bispo de Acqui. Porém, já com o físico muito enfraquecido pelo ritmo do serviço que nunca conheceu descanso ou horário, quando foi para a cidade de Savona, acompanhar a festa de São Filipe Néri, passou mal e morreu, aos cinquenta e um anos de idade, no dia 30 de Maio de 1895. O papa João Paulo II canonizou-o em 2001. A festa de são José Marello é celebrada no dia de sua morte e seu corpo repousa no santuário que recebeu o seu nome, em Asti.
Evangelho segundo S. João 16,20-23a.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Em verdade, em verdade vos digo: haveis de chorar e lamentar-vos, ao passo que o mundo há-de gozar. Vós haveis de estar tristes, mas a vossa tristeza há-de converter-se em alegria! A mulher, quando está para dar à luz, sente tristeza, porque chegou a sua hora; mas, quando deu à luz o menino, já não se lembra da sua aflição, com a alegria de ter vindo um homem ao mundo. Também vós vos sentis agora tristes, mas Eu hei-de ver-vos de novo! Então, o vosso coração há-de alegrar-se e ninguém vos poderá tirar a vossa alegria. Nesse dia, já não me perguntareis nada. Em verdade, em verdade vos digo: se pedirdes alguma coisa ao Pai em meu nome, Ele vo-la dará. 
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia: 
São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense, doutor da Igreja 
Homilias sobre o Cântico dos Cânticos, Nº 37 
«Haveis de estar tristes, mas a vossa tristeza há-de converter-se em alegria»
«À ida vão a chorar levando a semente.» Mas chorarão para sempre? Certamente que não: «Ao regressar, voltam cantando, trazendo os feixes de espigas» (Sl 125,8). E têm motivo para se alegrar, pois levarão feixes de glória. Mas, direis vós, isso só vai acontecer no último dia, no momento da ressurreição, e a espera é longa. Não desanimeis, não cedais a essas infantilidades. Enquanto aguardais, recebereis suficientes «primícias do Espírito» (2Cor 1,22) para colherdes desde já na alegria. Semeai na justiça, diz o Senhor, e colhereis a esperança da vida. Ele não vos relega para o último dia, quando tudo vos será dado realmente, e já não na esperança; está a falar do presente. Claro, a nossa felicidade será grande, a nossa alegria infinita, quando começar a verdadeira vida; mas a esperança de uma tão grande felicidade não pode existir sem que haja alegria desde já. 

A MISSA VALE MAIS

PADRE CLÓVIS DE JESUS
BOVO CSsR
Um guarda florestal presenciou a seguinte cena em um açougue de Luxemburgo. Uma senhora pobre veio comprar carne, mas não tinha dinheiro para pagar: 
-Agora não posso pagar. Mas prometo que rezarei pelo senhor na missa. 
Ambos, tanto o guarda como o açougueiro começaram a caçoar dela. Este lhe disse:
-Tudo bem. Vá primeiro à missa. Quando voltar, darei tanta carne quanto pesa sua Missa. 
Ela foi, rezou fervorosamente e voltou para concluir a compra. O homem colocou um pedaço de papel no prato da balança com estes dizeres “Quanto vale uma Missa?”. No outro prato, um osso. O papel pesava mais. Colocou uma fatia de carne. O papel pesava mais. Outro pedaço maior. Mais outro pedaço ainda maior. E o papel pesava sempre mais. Ambos ficaram envergonhados. E convertidos. O açougueiro deu àquela senhora o quanto podia dar e prometeu ajudá-la sempre. O guarda florestal tornou-se um católico fervoroso. Dois de seus filhos tornaram-se sacerdotes. Um entrou na Ordem dos Jesuítas, e o outro, na Congregação dos “Sacerdotes do Sagrado Coração”. É o P. Estanislau, narrador deste fato prodigioso.
Palavra de vida: Não tenhamos vergonha nem percamos o costume de dizer “Deus lhe pague”

30 DE MAIO – A JOVEM QUE SALVOU A FRANÇA

Santa Joana D’Arc (1412-1431) passou a infância trabalhando no campo. Nunca aprendeu a ler e a escrever. Dotada de uma inteligência inata, mas sem maior formação, aos 14 anos começou a ouvir vozes misteriosas e celestiais, convocando-a para salvar a França e repor o rei no trono. Diante da situação desesperadora do exército francês derrotado e humilhado, não duvidou em expor ao Delfim (mais tarde Carlos VII) a missão que recebeu do céu de salvar a França. Ganhou dez mil soldados para essa tarefa. Em 1429, usando a armadura branca marchou à frente do exército. Sua presença e sua fé inquebrantável levantaram a moral das tropas. Venceu várias batalhas e reconquistou a coroa para o Delfim. Missão cumprida. Mas foi traída e vendida aos ingleses, que atribuíram seu êxito a uma bruxaria. Encarcerada em Rouen, acusada de heresia, foi submetida a diversos interrogatórios humilhantes. Os juízes declararam falsas e diabólicas suas visões. Foi levada ao cemitério de Rouen diante de uma grande multidão e intimada a se retratar. Não o fez, porém. Voltou para a prisão e foi condenada ao suplício da fogueira. Morreu olhando para um crucifixo e exclamando “Jesus! Jesus! Jesus!”.Este foi um dos processos mais tenebrosos e infames da História. Poucos anos depois, foi revisto, e reconhecida sua inocência. Para reparar o mal, a Igreja abriu outro, o da canonização, o que aconteceu em 1920. É a segunda padroeira da França. 
José Marello (1844-1895). Italiano nascido em Turim. Era inteligente, alegre, idealista. Devotíssimo de São José. Fundou até a Congregação dos “Oblatos de São José” para cuidar da juventude.
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
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REFLETINDO A PALAVRA - ASSUNÇÃO DE MARIA

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR
Não faltam dragões.
O reconhecimento de Maria, e o amor que temos por ela, não diminuem os ‘dragões’ que cercam os filhos de Deus. Estes têm muitas faces no mundo atual. Estão sempre prontos a atacar e envolver quem vive o Reino de Deus. Maria, gerando o Filho, protege-o como mãe Assim faz conosco. Os males do mundo são sempre os mesmos em todos os tempos. Estes males são enganadores: prometem felicidades que, vazias, trazem o desconforto e a desilusão. Maria, cantado as maravilhas operadas por Deus em sua vida, manifesta o poder que Deus tem de reverter o quadro: “Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de coração. Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes” (Lc 1,51-52).  A obra de Maria, como mãe de misericórdia, consiste em ser solícita para com todos e colocá-los sob seu amparo. Ela vem em socorro, antes mesmo de ser chamada, pois, como está unida à misericórdia de Deus, ela é gratuita e previdente. O socorro de Maria está unido à obra redentora do Filho que em tudo quer salvar. Por isso rezamos: ‘Rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte, Amém’. Os dragões, provocadores do mal, do pecado e da morte caem diante do poder misericordioso de Maria. Rezamos: ‘livrai-nos de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita’!
Urgência do amor.
O projeto de Maria, a partir da encarnação do Filho de Deus, é assumir a dinâmica do Espírito: Deus nos dá seu Filho, Maria continua esta obra de dá-lo ao mundo e o faz com a pressa do amor: Apressadamente vai às montanhas da Judéia para socorrer a prima. É viagem feita com o jeito normal de Maria agir: socorrer prontamente. Não enrola ao ir em socorro dos necessitados. Ela continua dentro da Igreja socorrendo. A vida com Deus no Céu não tem barreiras para o amor “como prometera Deus a nossos pais, sempre lembrado de sua misericórdia”. Por isso Maria é chamada, Mãe de Misericórdia. Cristo é a misericórdia do Pai. Esta misericórdia nós a vemos em Maria, em Pentecostes, acalentando os discípulos. Foi dada a João, e Nele, a todos nós. Continua sua pressa em nos socorrer.
Assunção e Alegria.

Não sabemos como foi a vida de Maria depois de Pentecostes. Quanto tempo terá vivido? Diz o evangelho de João a levou para sua casa (Jo 19,25-27). A comunidade deve tê-la cercado com muito carinho. Terá participado da comunidade perseguida? Terá tido que fugir com eles nas perseguições quando eles se espalharam? Dizem as tradições que foi morar com João em Éfeso. Há lá um lugar em Kushadassi (atual Turquia - onde há poucos cristãos), uma casa na montanha que é muito conhecida como a casa de Maria. Os muçulmanos vão ali todos aos anos no dia 15 de agosto para celebrar a ‘dormição’ de Maria. Dormição, para não dizer morte. Certo ou não, a casinha tem os alicerces do século I. Em Jerusalém há uma igreja que crêem ser o túmulo de Maria. Em todo caso, ela está feliz diante de Deus em corpo e alma, dando a certeza de que os dragões do mundo serão vencidos na medida em que nos apressarmos em realizar o amor ao próximo em nossa vida. 

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 30 DE MAIO

Pe. Flávio Cavalca de Castro,
 redentorista
Oração da manhã para todos os dias
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor.
Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade.
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
30 ─ Sexta-feira ─ Santa Joana d’Arc

Evangelho (Jo 16,20-23a) “Vós agora estais tristes, mas eu hei de vos ver novamente e o vosso coração se alegrará, e ninguém vos poderá tirar essa alegria.”

Viver sem alguma tristeza parece impossível nesta vida de agora. Podemos, porém, ter uma alegria suficientemente grande e permanente para nos ajudar a superar as pequenas tristezas transitórias. Essa alegria é saber que Deus nos ama, que somos seus filhos, que Jesus está sempre a nosso lado, que podemos viver em união e fraternidade. Diante disso as dificuldades são pequenas.

Oração
Senhor, olhando bem para minha vida veja que minhas tristezas não são grandes assim. Mas bem que eu poderia ter alegria muito maior, se pensasse um pouco mais no amor que me tendes e em tudo que me dais. Eu vos bendigo por todos os bens que me concedeis, temporais e espirituais. De modo especial agradeço vosso carinho por mim, que se manifesta no amor dos irmãos. Amém

quinta-feira, 29 de maio de 2014

OS SANGUE-SUGAS DA SOCIEDADE

A corrupção é a responsável pela miséria e falta do necessário na sociedade. E os que praticam a corrupção têm o nome sujo de corruptos ou sangue-sugas. Por isso falta dinheiro para a saúde, para a educação, para chegar água potável a todos, para as obras de saneamento básico e para tantas outras necessidades na vida do povo. Esse dinheiro sobra no bolso dos corruptos. Quem ocupa cargos públicos ou lida com dinheiro, não é o dono do dinheiro, apenas gestor. Terá que administrá-lo em favor do bem comum, segundo as normas da justiça. O mesmo vale para nossas comunidades, quer familiares quer religiosas. Cuidemos bem do que é de todos. Nunca usar em proveito próprio o que não nos pertence. Sejamos transparentes. (Fonte:Folhinha do Sagrado Coração de Jesus)

S. Fernando, rei de Leão e Castela, +1252

Fernando nasceu na vila de Valparaíso, em Zamora, Espanha, no dia 1o de agosto de 1198. Era filho do famoso Afonso IX de Leão, que reinou no século XII. Um rei que brilhou pelo poder, mas cujo filho o suplantou pela glória e pela fé. A mãe era Barenguela de Castela, que o educou dentro dos preceitos cristãos de amor incondicional a Deus e obediência total aos mandamentos da Igreja. Assim ele cresceu, respeitando o ser humano e preparando-se para defender sua terra e seu Deus. Assumiu com dezoito anos o trono de Castela, quando já pertencia à Ordem Terceira Franciscana. Casou-se com Beatriz da Suábia, filha do rei da Alemanha, uma das princesas mais virtuosas de sua época, em 1219. Viúvo, em 1235, contraiu segundo matrimónio com Maria de Ponthieu, bisneta do rei Luís VIII, da França. Ao todo teve treze filhos, o filho mais velho foi seu sucessor e passou para a história como rei Afonso X, o Sábio, e sua filha Eleonor, do segundo casamento, foi esposa do rei Eduardo I da Inglaterra. Essas uniões serviram para estabilizar a casa real de Leão e Castela com a realeza germânica, francesa e inglesa. Condizente com sua fé, evitou os embates, inclusive os diplomáticos, e aplacou revoltas só com sua presença e palavra, preferindo ceder em alguns pontos a recorrer à guerra. Sob seu reinado foram mudados os códigos civis, ficando mais brandos sob a tutela do Supremo Conselho de Castela, instituiu o castelhano como língua oficial e única, fundou a famosa Universidade de Salamanca e libertou sua nação do domínio dos árabes muçulmanos. Abrindo mão do tempo desperdiçado com novas conquistas, utilizava-o para fundar novas dioceses, erguer novas catedrais, igrejas, conventos e hospitais, sem recorrer a novos impostos, como dizem os registros e a história. Em 1225, teve que pegar em armas contra os invasores árabes, mas levou em sua companhia o arcebispo de Toledo, para que o ajudasse a perseverar os soldados na fé. Queria, com a campanha militar, apenas reconquistar seus domínios e propagar o catolicismo. Vencida a batalha, com a expulsão dos muçulmanos, os despojos de guerra foram utilizados para a construção da belíssima catedral de Toledo. Durante seu reinado, cidades inteiras foram doadas às ordens religiosas, para que o povo não fosse oprimido pela ganância dos senhores feudais. Com a morte do pai em 1230, foi coroado também rei de Leão. Em seguida, chefiou um pequeno exército, aos seus moldes, e reconquistou dos árabes ainda Córdova e Sevilha, depois do que edificou a catedral de Burgos. Pretendia lutar na África da mesma forma, mas foi acometido de uma grave doença. Morreu aos cinquenta e três anos, depois de despedir-se da família, dos amigos e companheiros, no dia 30 de maio de 1252, em Sevilha. Imediatamente, o seu culto surgiu e se propagou rapidamente por toda a Europa, com muitas graças atribuídas à sua intercessão. Foi canonizado pelo papa Clemente X, em 1671, após a comprovação de que seu corpo permaneceu incorrupto. São Fernando III é venerado, no dia de sua morte, como padroeiro da Espanha. http://alexandrinabalasar.free.fr

São Félix de Nicósia, religioso, +1787

Nasceu em Nicosia, Sicília, no ano de 1715, de uma família pobre, mas animada de profunda fé e temor a Deus, unidos a uma grande laboriosidade. O pai começava o dia participando da missa e o encerrava com uma visita ao SS. Sacramento. A mãe, quando dava um pedaço de pão aos filhos, convidava-os a deixar um pouco para os pobres, educando-os desse modo, no amor aos mais necessitados. Félix com a idade de 20 anos pediu para ser admitido no convento dos frades Capuchinhos. Obteve resposta negativa. Mas não desistiu: rezou, implorou, pediu novamente até que, depois de sete anos de provas, em 1743, é admitido na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. Frei Félix não precisou de uma transformação no noviciado: pobreza, penitência, humildade, obediência, união com Deus na oração e no trabalho, toda uma vida animada e iluminada no amor de Deus e ao próximo, ele procurou viver também na vida religiosa, numa atmosfera franciscana. Passou quarenta e três anos de vida religiose e gostava de se chamar “o jumentinho do convento”. Passava dia após dia pelas ruas e becos da cidade e pelas localidades próximas, com uma batina velha e remendada, os pés descalços, cabeça descoberta sob a chuva ou sol quente da Sicília, sacola nos ombros o terço nas mãos e o coração em Deus. Era afável e cordial com grandes e pequenos, ricos e pobres, autoridades e gente simples, tendo sempre uma palavra boa para todos, ora consolando, ora admoestando. Sempre agradecia com um alegre "Deo gratias" não só as esmolas, mas também as ofensas e repulsas. Frei Félix dedicava o dia ao apostolado e a noite às orações e penitências. No fim de maio de 1787, adoece de uma febre forte e, no último dia do mês de Nossa Senhora, a quem tinha amado e venerado desde a infância, entrou na paz eterna. Foi canonizado em 2005 pelo Papa Bento XVI.

Santa Theodósia de Constantinopla

Theodósia era uma freira em Constantinopla em meados de 18º século quando o imperador estava destruindo imagens de Jesus, da Virgem Maria e dos santos. Uma das imagens de Cristo era muito querida por Theodósia. O imperador enviou um de seus oficiais para quebrá-la em vários pedaços .Quando ele subiu a escada para alcançar o ícone acima da porta de seu convento e fazer o ato sacrílego, Theodósia sacudiu a escada e ele caiu no chão e morreu. Não satisfeita com isso Theodósia liderou um grupo de mulheres para atirar pedra no palácio do patriarca de Constantinopla que apoiava a destruição dos ícones. As autoridades prenderam e puniram as mulheres cristãs, mas Theodósia que liderava a rebelião foi duramente torturada e morta. Isto aconteceu em 745 DC. Sua festa é celebrada no dia 29 de maio.

MARIA ÚRSULA LEDOCHOWSKA Religiosa, Fundadora, Santa 1865-1939

"Soubesse só amar! Arder, consumar-se no amor" ― assim escreveu Júlia Ledóchowska antes dos votos religiosos aos 24 anos de idade. No dia da sua Profissão, mudou o nome para Maria Úrsula de Jesus, que tomou aquelas palavras como orientação para toda a sua vida. Na sua família houve vários homens de Estado, militares, eclesiásticos e pessoas consagradas, comprometidas na história da Europa e da Igreja. Outros dos seus irmãos escolheram a vida consagrada e Maria Teresa foi beatificada em 1975; tinha fundado o Sodalício de São Pedro Claver e o seu irmão Vladimiro, foi Superior-Geral dos Jesuítas. Nos vinte e cinco anos de vida no convento, em Cracóvia, Maria Úrsula atraiu as atenções com o seu amor ao Senhor, pelo talento educativo e sensibilidade perante as necessidades dos jovens, nas difíceis condições sociais, políticas e morais daquele tempo. Quando as senhoras foram autorizadas a frequentar a Universidade, conseguiu organizar o primeiro pensionato na Polónia, onde as estudantes podiam encontrar um lugar seguro para a vida e para o estudo, além de uma sólida formação religiosa. Mostrou a mesma sensibilidade ao andar, com a bênção de Pio X, em trabalho no coração da Rússia, hostil à Igreja. Quando partiu, acompanhada de outra religiosa e ambas vestidas de burguesas, para Pietroburgo, partiu sem saber que caminhava para um destino desconhecido e que o Espírito Santo a guiava por caminhos que não previra. Em Pietroburgo, a Madre e as Irmãs da comunidade viviam na clandestinidade, sempre vigiadas pela polícia secreta, mas desenvolvendo um intenso trabalho educativo e de formação religiosa, orientado também para a aproximação das relações entre polacos e russos. Quando a guerra rebentou em 1914, Maria Úrsula teve de deixar a Rússia, partindo para Estocolmo, começando um peregrinação por toda a Escandinávia, empenhando-se num trabalho educativo e de compromisso na Igreja local, em favor da vítimas da guerra e num compromisso ecuménico. A sua casa foi apoio para pessoas de várias orientações políticas e religiosas. O seu amor pela Pátria ia a par e passo com a abertura aos outros, tendo declarado quando lhe perguntaram qual era a sua política: a minha política é o amor. Voltou à Polónia com um numeroso grupo de órfãos de famílias emigradas. A Sé Apostólica transformou o convento autónomo das Ursulinas na Congregação das Ursulinas do Sagrado Coração de Jesus Agonizante, cuja espiritualidade se concentrava em volta da contemplação do amor salvífico de Cristo e na participação na sua Missão, por meio do trabalho educativo e de serviço ao próximo, de modo especial os que sofrem, vivem na solidão, marginalizados ou que procuram um sentido para a vida. Maria Úrsula educa as irmãs para o amor de Deus acima de todas as coisas e em Deus cada pessoa humana e toda a criação. Deu um testemunho particularmente credível da sua união com Cristo, e foi um instrumento eficiente do influxo evangelizador e educativo, através do sorriso, serenidade de espírito, humildade e capacidade de viver um dia-a-dia difícil como caminho privilegiado para a santidade. E ela foi um exemplo transparente desta vida. A Congregação depressa se desenvolveu, nascendo comunidades na Polónia e nas fronteiras orientais do País. Eram pobres, de muitas nações e confissões. Em 1928, abriu a Casa Generalícia em Roma e um pensionato para moças de poucas posses, para melhor conhecerem a riqueza espiritual e religiosa do coração da Igreja e da civilização europeia. Começam um trabalho entre os pobres dos subúrbios de Roma e, em 1930, estabelecem-se em França, sempre com as mesmas preocupações de educação e de ensino. Ocupam-se também da catequese e trabalho nos bairros pobres, organizam aulas para crianças e jovens; ela mesma escreve livros e artigos; procura iniciar e apoiar organizações eclesiásticas para as crianças (Movimento Eucarístico) para a Juventude e para as senhoras. Participa activamente na vida da Igreja e do País, recebendo altos reconhecimentos, bem como condecorações estatais e eclesiásticas. Faleceu em Roma, a 29 de Maio de 1939, tendo as pessoas dito de imediato que morreu uma santa. Foi beatificada por João Paulo II em 20 de Junho de 1983, em Poznan e canonizada pelo mesmo Pontífice, a 18 de maio de 2003, Praça S. Pedro.

EVANGELHO DO DIA 29 DE MAIO

Evangelho segundo S. João 16,16-20.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Ainda um pouco, e deixareis de Me ver; e um pouco mais, e por fim Me vereis.» Disseram entre si alguns dos discípulos: «Que é isso que Ele nos diz: 'Ainda um pouco, e deixareis de me ver, e um pouco mais, e por fim me vereis'? E também: 'Eu vou para o Pai'?» Diziam, pois: «Que quer Ele dizer com isto: 'Ainda um pouco'? Não sabemos o que Ele está a anunciar!» Jesus, percebendo que o queriam interrogar, disse-lhes: «Estais entre vós a inquirir acerca disto que Eu disse: 'Ainda um pouco, e deixareis de me ver, e um pouco mais, e por fim me vereis'? Em verdade, em verdade vos digo: haveis de chorar e lamentar-vos, ao passo que o mundo há-de gozar. Vós haveis de estar tristes, mas a vossa tristeza há-de converter-se em alegria! 
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia: 
São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja - Homilia 79 sobre S. João 
A tristeza que gera a alegria
Depois de ter derramado a alegria na alma dos seus discípulos pela promessa que lhes fez de lhes enviar o Espírito Santo, o Salvador entristece-os de novo ao dizer: «Ainda um pouco e deixareis de Me ver». Age desta forma para os preparar, através desta linguagem triste e severa, para a ideia da sua separação próxima; porque nada é mais próprio para acalmar a alma mergulhada na tristeza e na aflição do que o pensamento frequente dos motivos que produziram nela essa tristeza. 
Eles não compreendiam, quer por causa da tristeza que os impedia de pensar no que Ele lhes dizia, quer por causa da obscuridade das próprias palavras, que pareciam conter duas coisas contraditórias, mas que na realidade não o eram. Pois se Te vemos, podiam eles dizer, como Te vais embora? E, se Te vais embora, como Te poderemos ver? 
Querendo pois mostrar-lhes que a tristeza gera alegria, e ainda que aquela tristeza seria curta ao passo que a sua alegria não terá fim, Nosso Senhor toma a comparação da mulher que dá à luz. Com tal comparação, quer também exprimir, de um modo figurado, que Ele Se libertou dos constrangimentos da morte, e assim regenerou o homem novo. E não diz que não haverá tribulação mas que não se lembrarão dela, tão grande vai ser a alegria que lhe sucederá.