quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Santa Rosa de Viterbo, Virgem, franciscana - 6 de março( em 4 de setembro no Brasil)

    O século XIII, em que viveu Santa Rosa, foi muito conturbado na Itália devido às guerras que o imperador Frederico II movia contra o Papado para apoderar-se dos Estados Pontifícios. Excomungado duas vezes, entretanto ele tomou parte na Sexta Cruzada. Mas Inocêncio IV o destituiu no Concílio de Lião, e o papa Gregório IX chegou a chamá-lo de Anticristo.
     Era uma época de grandes confrontos. De um lado surgia São Francisco de Assis, o irmão menor de todos; do outro, o imperador Frederico II, o grande estadista, que governava com mão de ferro. Em um extremo, o poder Espiritual, a Igreja, e de outro o mundo, o Imperador.
     Não se sabe muito bem o ano em que Rosa nasceu. Alguns biógrafos mencionam 1234 ou 1235. Mais provável é que tenha nascido em 1236, pois morreu em 1253 com 18 anos incompletos. Seus pais pertenciam a uma família humilde de Viterbo, então uma comuna contestada dos Estados Pontifícios.
     João e Catarina, seus pais, eram agricultores em Santa Maria in Poggio. Eles trabalhavam em um mosteiro de Clarissas, próximo de sua casa, o São Damião, primeiro convento das Clarissas, onde viveu Santa Clara.
     Desde cedo Rosa recebeu influência da espiritualidade franciscana em sua vida. Seus biógrafos afirmam que desde tenra idade ela já manifestava experiências místicas. Viveu asceticamente e se impunha severas penitências. À medida que ela crescia, aumentavam as suas orações. Muitas vezes passava longas horas da noite em contemplação. Durante o dia procurava os lugares onde poderia ficar em silêncio e entregar-se a oração.
     Ela passou sua curta vida como que reclusa na casa do pai, e foi incansável no apoio do papado. Apesar de viver em isolamento, Rosa tornou-se conhecida por seus dons místicos de prever o futuro e dom dos milagres. Um deles foi operado em favor de sua falecida tia materna, quando a santa, com apenas três anos de idade, por suas orações, obteve sua ressurreição.
     No dia 23 de julho de 1247 foi atacada por uma forte febre. De repente, ajoelhou-se em sua cama e balbuciou o nome de Maria, ficou ali por um longo tempo. Então levantou-se e sorriu: estava sem febre. Contou então que a Virgem lhe apareceu e lhe confiara uma missão: visitar as igrejas de São João Batista, Santa Maria do Outeiro e São Francisco. E que depois da Missa fosse pedir sua admissão na Ordem da Penitência de São Francisco, hoje chamada de Ordem Franciscana Secular, e que pregasse a penitência em Viterbo.
     Admitida na Ordem Terceira, passou a vestir seu hábito, composto de uma simples túnica com uma corda na cintura. Rosa também cumpriu o mandato de pregar recebido da Virgem, saindo pelas ruas da cidade alçando um crucifixo, conclamando o povo a pedir perdão por seus pecados e a fazer penitência.
     Foi então que o imperador Frederico invadiu a Toscana e entrou triunfalmente em Foligno e Viterbo, de onde pretendia partir para a conquista de Roma. Mas o cerco foi em vão e ele teve que voltar para o sul da Itália.
     Em oração, Rosa teve uma visão do Crucificado e seu coração ardeu em chamas. Ela não se conteve: saiu pelas ruas para pregar com um crucifixo nas mãos. A notícia correu por toda cidade, muitos se sentiram estimulados na fé e vários hereges se converteram; ela confundia até os mais preparados.
     Devido a sua pregação diária, Rosa representava uma ameaça para as autoridades da cidade. Então, em 1250, o prefeito assinou uma ordem condenando Rosa ao exílio, afirmando que ela incitava a revolta entre o povo. Rosa e seus pais foram morar em Soriano del Cimino aonde sua fama já havia chegado. Nessa cidade Rosa se tornou uma verdadeira apóstola, nas praças pregava o Evangelho a todos.
     Na noite de 4 para 5 de dezembro, Rosa recebeu a visita de um anjo que lhe revelou que o imperador morreria dentro de poucos dias. No dia 13 de dezembro o imperador Frederico II faleceu.
     Com a morte de Frederico II o poder dos hereges enfraqueceu e Rosa pode retornar a Viterbo, no início de 1252. Entretanto, Rosa passou antes por Vitorchiano, cujos habitantes tinham sido pervertidos por uma famosa bruxa. Consta então que Rosa, para converter esse povo infiel, ficou durante três horas nas chamas de uma fogueira, sem sofrer o menor dano. O milagre foi tão incontestável, que não só a população, mas também a feiticeira se converteu.
     Toda região voltou a viver em paz. Rosa humildemente pode compreender que Deus a fizera "instrumento de sua paz".
     No dia 6 de março de 1252, "sem agonia", Deus a chamou. Foi sepultada sem caixão, na terra nua, perto da Igreja de Santa Maria in Poggio.
     No dia 25 de novembro de 1252, o Papa Inocêncio IV, por sua Bula Sic in Sanctis, mandou instaurar oficialmente o processo de canonização de Rosa, nunca terminado.
     No dia 4 de setembro de 1257, o Papa Alexandre IV mandou exumar o corpo de Rosa e, para a surpresa de todos, o corpo foi encontrado intacto, quase como se ela estivesse viva. Rosa foi então transladada para o mosteiro das Clarissas, a partir de então chamado Mosteiro de Santa Rosa.
     O Papa Calixto III mandou retomar os trabalhos do processo de canonização. Em 1457 o processo ficou pronto, mas Calixto III morreu sem que chegasse a promulgar o decreto de canonização. Curiosamente a canonização de Rosa nunca foi oficializada, mas também nunca foi negada pelos Papas e pela Igreja. Tanto que o seu nome já era mencionado na edição de 1583 do Martirológio Romano. Pouco a pouco foram sendo dedicadas a ela igrejas, capelas e escolas por toda a Itália e até na América Latina. 
    Em setembro de 1922, o Papa Bento XV declarou Santa Rosa de Viterbo padroeira da Juventude Feminina da Ação Católica. No Brasil, Santa Rosa de Viterbo foi escolhida como a padroeira da juventude franciscana secular.
     Santa Rosa é festejada dia 6 de março, mas as festas mais notáveis em sua honra acontecem em setembro. Em Viterbo, cidade da qual é padroeira, Santa Rosa é festejada no dia 4 de setembro.
     Todos os anos, no dia 4 de setembro, seu corpo, incorrupto e flexível, é levado em procissão, desde o santuário dedicado a ela, pelas ruas de Viterbo pelos chamados Macchini di Santa Rosa, num espetáculo monumental. Uma torre de madeira e tecido renovada a cada ano, com uma estampa da Santa, é levada aos ombros por 62 homens.
     A mensagem de Santa Rosa de Viterbo continua atual, plenamente válida e urgente: conversão, fidelidade ao Evangelho, à Santa Igreja e ao Papado. 
Fontes:
Possui sua própria mística e 
taumaturga na região de Viterbo. 
Seu corpo é permanentemente incorrupto.
Rosa nasceu em Viterbo, Itália, em 1235. Seus pais eram excelentes cristãos, gente pobre. Já no princípio da infância de Rosa, todos perceberam que Deus tinha grandes planos sobre ela. Na verdade, é assombroso como junta o sobrenatural com o natural. Em vez de entregar-se aos jogos próprios da idade, passava horas diante das imagens dos santos, especialmente se eram da Virgem Maria. Impressionava a atenção com que ouvia seus pais quando falavam de coisas de Deus. Desde muito pequena, sentiu grandes desejos de viver na solidão, anseios que na prática nunca se realizaram. Sempre foi enamorada da penitência. Os virtebianos habituaram-se a ver pelas ruas uma menina que andava sempre descalça e com desordem no cabelo. Grandes eram as suas austeridades na comida, chegando a passar dias inteiros com um pedaço de pão. Pão que muitas vezes ia parar na boca dos pobres, outro dos seus «fraquinhos»: corria atrás dos pobres e, com imenso carinho, oferecia-lhes tudo quanto tinha. Em Viterbo havia um convento de religiosas, chamado de S. Damião. Às portas delas bateu a nossa heroína, mas inutilmente, porque era pobre e muito nova. Então decide transformar a própria casa em claustro. Nele se excedia santamente nas penitências corporais, chegando a disciplinar-se até perder os sentidos. Os de sua casa esforçaram-se por afastá-la de tal caminho, mas é tanta a graça humano-divina a refletir-se em toda a sua pessoa, que a todos convence. E as horas de oração sucediam-se sem parar. Aos 8 anos, vítima das penitências, contrai gravíssima doença que dura 15 meses. Foi milagrosamente curada por Nossa Senhora, que a mandou tomar o hábito da Ordem Terceira de S. Francisco, o que na realidade fez. Nesse dia começou a vida de apóstola. Ao sair da igreja pregou com grande fervor sobre a Paixão e sobre os pecados dos homens; todos voltaram compungidos para casa, enquanto ela regressava à solidão. Dias e dias a cidade inteira ouviu-lhe atônita as pregações. Dificilmente compreendemos hoje o ardor com que as multidões medievais iam atrás de qualquer pregador da palavra de Deus, as conversões que se davam e as reconciliações públicas que provocou, por exemplo, Santo António. Mais ainda, se o pregador era uma menina de poucos anos... Não lhe faltaram contradições nem sofrimentos. Os partidários do imperador Frederico II, inimigos da Santa Sé, depressa se puseram a atacá-la. Depois das mofas e das calúnias, veio o desterro. Tudo isto serviu para que resplandecesse a têmpera daquela menina, que, da mesma maneira que os apóstolos noutro tempo, disse que não podia deixar de pregar a divina palavra. E a Providência valeu-se da malícia dos seus perseguidores para a semente da verdade frutificar noutras terras. Com os pais teve de sair, de noite, de Viterbo, quando a neve enchia os caminhos. Esgotados pelo cansaço e sofrimento, chegaram no dia seguinte a Soriano. Mas os sofrimentos físicos foram ainda o menos: muito mais se angustiou vendo a dissolução moral da gente que ficava conhecendo. Prosseguiu lá a pregação, e os sermões conseguiram, no fim de alguns meses, numerosas conversões. Vêm ouvi-Ia também homens e mulheres das aldeias vizinhas. A estes anunciou um dia a morte de Frederico II. No fim da vida, este imperador reconciliara-se com a Igreja. E foi, ela também, procurar ouvintes: ao menos cinco povoações ouviram, espantadas e finalmente convencidas, a voz daquela menina que atraía já com a presença ou, se era necessário, confirmava a pregação com milagres. Um dos defeitos que se atribuem com razão à Idade Média, é a excessiva credulidade com que admitia os fatos extraordinários. Hoje, os biógrafos da nossa Santa recusam alguns dos milagres que lhe foram atribuídos; mas sem dúvida nenhuma fez grandes milagres: nem de outro modo se explica o redemoinho espiritual que a sua passagem levantou em toda a parte. Toda a sua vida, aliás, era um milagre. Dezoito meses depois de sair da sua terra, pôde regressar, já depois da morte de Frederico II. Toda a gente veio receber a conterrânea extraordinária, contente aquela de recuperar um tesouro, que mais apreciava agora, depois de tê-lo perdido. Apesar dos triunfos apostólicos, a sua alma ansiava pela solidão, para se entregar inteiramente à oração e à penitência. É a história constante de todos os verdadeiros apóstolos. S. Bemardo escrevera pouco antes que o apóstolo deve ser concha repleta e não simples canal. Pela segunda vez experimenta Rosa entrar num convento. Agora o mosteiro tem o bonito nome de Santa Maria das Rosas. Mas pela segunda vez lhe fecham as portas do claustro. Deus não a destinava para a vida religiosa. E por conselho do confessor, decide mais uma vez transformar a própria casa no claustro sonhado; mas desta vez terá de preocupar-se com a santificação de outras almas. Algumas amigas suas de Viterbo juntam-se a ela para guardar silêncio, cantar salmos e ouvir as suas exortações espirituais. Devido à constante afluência de mais e mais jovens, o confessor de Rosa compra-lhes um terreno perto de Santa Maria das Rosas. A comunidade tomou a regra da Ordem Terceira de S. Francisco. Mas de novo as pequenezas humanas estorvaram a obra de Deus. Inocêncio IV suprimiu a nova comunidade, por indicação das religiosas de S. Damião. O biógrafo de S. Francisco, Tomás de Celano, diz que «ele recebeu a morte cantando». Canto de alegria foi também a morte de Rosa. Gasta bem cedo com as penitências e o apostolado, preparou-se para ir ao encontro do Esposo das virgens. Ao receber o viático, ficou muito tempo em altíssima contemplação. Quando voltou a si, administraram-lhe a unção dos enfermos. Pediu perdão a Deus de todos os pecados e despediu-se das pessoas de família com a requintada caridade de sempre. Jesus e Maria foram as suas últimas palavras. Tinha 17 anos. Faleceu a 6 de Março de 1252. É representada a receber a sagrada comunhão junto dum altar, e ainda a ver em sonhos os instrumentos da Paixão. Qual a lição de Rosa? Diria que é lição de sobrenaturalismo. O nosso século XX, céptico diante do extraordinário e excessivamente enamorado do humano, bem é que recorde ter Deus preferência acentuada pelos instrumentos inadequados, a fim de com eles obter as suas vitórias. Em particular, deveriam recordar frequentemente a vida e obra de Rosa de Viterbo todos os que se dedicam ao apostolado. 
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