Evangelho segundo São João 5,1-16.
Naquele tempo, por ocasião de uma festa dos judeus, Jesus subiu a Jerusalém.
Existe em Jerusalém, junto à porta das ovelhas, uma piscina, chamada, em hebraico, Betsatá, que tem cinco pórticos.
Ali jazia um grande número de enfermos,
cegos, coxos e paralíticos.
Estava ali também um homem, enfermo havia trinta e oito anos.
Ao vê-lo deitado, e sabendo que estava assim há muito tempo, Jesus perguntou-lhe: «Queres ser curado?».
O enfermo respondeu-Lhe: «Senhor, não tenho ninguém que me introduza na piscina quando a água é agitada; enquanto eu vou, outro desce antes de mim».
Disse-lhe Jesus: «Levanta-te, toma a tua enxerga e anda».
No mesmo instante, o homem ficou são, tomou a sua enxerga e começou a caminhar. Ora, aquele dia era sábado.
Diziam os judeus àquele que tinha sido curado: «Hoje é sábado, não podes levar a tua enxerga».
Mas ele respondeu-lhes: «Aquele que me curou, disse-me: "Toma a tua enxerga e anda"».
Perguntaram-lhe então: «Quem é que te disse: "Toma a tua enxerga e anda"?».
Mas o homem que tinha sido curado não sabia quem era, porque Jesus tinha-Se afastado da multidão que estava naquele local.
Mais tarde, Jesus encontrou-o no Templo e disse-lhe: «Agora estás são. Não voltes a pecar, para que não te suceda coisa pior».
O homem foi então dizer aos judeus que era Jesus quem o tinha curado.
Desde então, os judeus começaram a perseguir Jesus, por fazer isto num dia de sábado.
Tradução litúrgica da Bíblia
Bispo(420)
Sermão para a quaresma; PL 57, 585
«Queres ser curado?»
A quaresma conduz ao batismo
Lemos no Antigo Testamento que, no tempo de Noé, como todo o género humano tivesse sido vencido pelo pecado, as cataratas do céu se abriram e durante quarenta dias e quarenta noites choveu sem cessar. Foi um acontecimento simbólico: tratava-se mais de um batismo do que de um dilúvio; na verdade, foi um batismo que lavou a maldade dos pecadores e poupou a retidão de Noé. Tal como nessa época, também hoje o Senhor nos oferece a quaresma, a fim de que os céus se abram durante o mesmo número de dias para nos inundar com a chuva da misericórdia divina. Uma vez lavados nas águas salvíficas do batismo, este sacramento ilumina-nos; tal como outrora, as águas levam o mal das nossas faltas e reafirmam a retidão das nossas virtudes.
A situação é a mesma que no tempo de Noé: o batismo é dilúvio para o pecador e consagração para os que são fiéis; no batismo, o Senhor salva a justiça e destrói a injustiça. Vemo-lo no exemplo do apóstolo Paulo: antes de ser purificado pelos mandamentos espirituais, era um perseguidor e um blasfemo (cf 1Tim 1,13); uma vez banhado pela chuva celeste do batismo, o blasfemo morreu, morreu o perseguidor, Saulo morreu e tomou vida o apóstolo, o justo, Paulo. Quem viver religiosamente a quaresma e observar os preceitos do Senhor, verá morrer em si o pecado e viver a graça; morre como pecador, para viver como justo.
Evangelho Quotidiano
Nenhum comentário:
Postar um comentário