Evangelho segundo São Lucas 6,43-49.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Não há árvore boa que dê mau fruto, nem árvore má que dê bom fruto.
Cada árvore conhece-se pelo seu fruto: não se colhem figos dos espinheiros, nem se apanham uvas das sarças.
O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem; e o homem mau, da sua maldade tira o mal; pois a boca fala do que transborda do coração.
Porque Me chamais "Senhor! Senhor!", mas não fazeis o que vos digo?
Vou mostrar-vos a quem se assemelha todo aquele que vem ter comigo, ouve as minhas palavras e as põe em prática.
É semelhante a um homem que, para construir a casa, escavou, aprofundou e assentou os alicerces sobre a rocha. Quando veio uma cheia, a torrente irrompeu contra aquela casa, mas não a pôde abalar, porque estava bem construída.
Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é semelhante a um homem que construiu a casa sobre a terra, sem alicerces. A torrente irrompeu contra aquela casa, que imediatamente desabou; e foi grande a sua ruína».
Tradução litúrgica da Bíblia
(313-350)
bispo de Jerusalém, doutor da Igreja
Catequese batismal preliminar, nn. 10-11
<< O que ouve as minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem que, para construir a casa, escavou, aprofundou
e assentou os alicerces sobre a rocha>>
Aos catecúmenos: Sê assíduo à catequese. Mesmo que as nossas palavras te demorem muito tempo, não desvies a atenção, pois são elas que te fornecem as armas. Se tiveres muitos inimigos, arma-te abundantemente: são muitos os alvos que se oferecem aos teus dardos, e tens de aprender a trespassá-los, a combater. As armas estão prontas e a espada do Espírito está pronta, mas é preciso empunhá-las com determinação na mão direita, para travar as batalhas do Senhor, para vencer o poder do adversário, para derrotar todos os empreendimentos da heresia.
Diz a ti próprio que é tempo de plantar árvores; se não cavarmos fundo, o nosso plantio não será bem-sucedido. Diz a ti próprio que a catequese é um edifício: se não cavarmos bem as fundações, se não assegurarmos as juntas da construção, a coesão da casa, para que não haja nenhum defeito que torne a construção inválida, esse primeiro trabalho será absolutamente inútil. É preciso unir sucessivamente uma pedra a outra, ajustar um ângulo a o outro, nivelando o supérfluo: é assim que se consegue erguer uma construção impecável.
O que te oferecemos são as pedras da ciência. Tens de ouvir o que diz respeito ao Deus vivo, o que diz respeito à ressurreição. Há uma quantidade de ensinamentos que se sucedem e, se não os ligares entre si, se a tua memória não retiver os primeiros, depois os seguintes, por mais que o arquiteto construa, obterás um edifício frágil.
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