quarta-feira, 10 de setembro de 2025

EVANGELHO DO DIA 10 DE SETEMBRO

Evangelho segundo São Lucas 6,20-26 
Naquele tempo, Jesus, erguendo os olhos para os discípulos, disse: «Bem-aventurados vós, os pobres, porque é vosso o Reino de Deus. Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis saciados. Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque haveis de rir. Bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem, quando vos rejeitarem e insultarem e proscreverem o vosso nome como infame por causa do Filho do homem. Alegrai-vos e exultai nesse dia, porque é grande no Céu a vossa recompensa. Era assim que os seus antepassados tratavam os profetas. Mas ai de vós, os ricos, porque já recebestes a vossa consolação. Ai de vós, que agora estais saciados, porque haveis de ter fome. Ai de vós, que rides agora, porque haveis de entristecer-vos e chorar. Ai de vós quando todos os homens vos elogiarem. Era assim que os seus antepassados tratavam os falsos profetas». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São Gregório de Nissa 
(335-395) 
Monge, bispo 
Homilias sobre as Bem-aventuranças,1 
«Bem-aventurados vós, os pobres» 
Como quase todos os homens são naturalmente conduzidos ao orgulho, o Senhor começa as bem-aventuranças por afastar o mal original da autossuficiência, aconselhando-nos a imitar o verdadeiro Pobre voluntário, que é realmente feliz – de maneira a parecermo-nos com Ele por via da pobreza voluntária, segundo as nossas capacidades, para participarmos da sua bem-aventurança, da sua felicidade. «Tende em vós os mesmos sentimentos que havia em Cristo Jesus. Ele, que era de condição divina, não Se valeu da sua igualdade com Deus, mas aniquilou-Se a Si próprio. Assumindo a condição de servo, tornou-Se semelhante aos homens» (Fil 2,5-7). Haverá coisa mais miserável para Deus do que tomar a condição de servo? Haverá coisa mais ínfima para o Rei do Universo do que partilhar a nossa natureza humana? O Rei dos reis e Senhor dos senhores, o Juiz do Universo, paga impostos a César (cf 1Tim 6,17; Heb 12,23; Mc 12,17). O Senhor da criação abraça este mundo, vem ao mundo numa gruta por não ter lugar na estalagem, refugia-Se num estábulo, na companhia de animais. Aquele que é puro e imaculado toma sobre Si as manchas da natureza humana e, depois de ter partilhado toda a nossa miséria, vai a ponto de fazer a experiência da morte. Considera a desmesura da sua pobreza voluntária! A Vida toma o gosto da morte, o Juiz é levado a tribunal, o Senhor da vida de todos submete-Se a um magistrado, o Rei das potências celestes não Se subtrai às mãos dos carrascos. Por estes exemplos podemos medir a sua humildade, como diz o apóstolo Paulo (cf Fil 2,5-7).

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